Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Lajeado recebe confirmação de adesão ao Procetube


Em reunião realizada nesta segunda-feira (04), no gabinete do prefeito Luís Fernando Schmidt, o chefe do Executivo lajeadense recebeu a confirmação do presidente da Câmara de Indústria e Comércio (CIC) do Vale do Taquari, Oreno Ardêmio Heineck, da adesão do município ao Programa Estadual de Controle e Erradicação da Tuberculose e Brucelose Bovídea (PROCETUBE). A próxima etapa será a criação da lei que estabelecerá o Programa Municipal de Sanidade Bovídea, que por sua vez permitirá a execução do programa estadual, com visitação às propriedades rurais e esclarecimentos aos produtores. Segundo Schmidt, além da questão de saúde pública, no que diz respeito à contaminação dos animais e dos produtores, a adesão ao programa permitirá agregar mais valor aos produtos oriundos das agroindústrias lajeadenses, bem como ajudará a ampliar o mercado delas.

De acordo com dados do IBGE referentes ao ano de 2010, Lajeado possui 4.050 bovinos, distribuídos pelas suas 527 propriedades rurais. Com base nesses dados, Heineck projeta que o investimento do município deverá ficar em torno de R$ 125 mil no primeiro ano de execução do programa, já que os animais portadores de Tuberculose e/ou Brucelose devem ser abatidos. “Entretanto, nos anos seguintes verifica-se que esse valor cai para um terço do que foi investido no primeiro ano do programa”, pondera ele, afirmando que deverá levar em torno de 12 meses até que o Procetube entre em execução em Lajeado. Já o titular da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seaab), Ricardo Giovanella, afirmou que a adesão ao programa ajudará a formalizar toda cadeia de produção, bem como contribuirá para levar mais assistência técnica e especializada ao meio rural.

Outras vantagens

Além de ter foco na saúde pública, o Procetube permitirá a circulação e comercialização de animas em propriedades abertas e livres de Brucelose e Tuberculose, valorização da pecuária local e do leite in natura e seus derivados, incentivo à criação de agroindústrias de laticínios e garantia de produtos cárneos livres de zoonoses.

Zoonoses

Segundo a médica veterinária da Seaab, Marinês Lazzari, tanto a Brucelose quanto a Tuberculose são causadas por bactérias. Ela explica que a Brucelose é transmitida por contaminação direta através do contato com fetos abortados, placentas, conteúdos uterinos e também sêmen, acometendo principalmente o aparelho reprodutivo de quem for infectado. O ser humano está sujeito a infectar-se através do contato com animais doentes. Os sinais clínicos predominantes em fêmeas são o aborto, problemas de fertilidade e retorno ao cio. Já nos machos a doença manifesta-se por orquite, baixo libido e infertilidade. Por vezes, pode-se observar higromas e artrites. A prevenção para a Brucelose é a vacinação de terneiras de 3 a 8 meses de idade e eliminação dos animais portadores da doença. Em humanos, é de extrema importância a utilização de equipamentos de proteção, como luvas e vestimentas adequadas, além do correto destino das carcaças e restos placentários contaminados.

Já a Tuberculose se transmite principalmente pela via respiratória. Ela atinge principalmente animais estabulados, tendo maior prevalência nos bovinos de leite. O leite proveniente de vacas contaminadas pode ocasionar a infecção pela via digestiva. A maior parte dos bovinos não apresenta sinais clínicos, no entanto, alguns animais podem apresentar perda de peso, febre, anorexia e sinais respiratórios característicos de tosse, corrimento nasal seroso ou purulento, além de perdas de 10 a 25% na produção de carne e leite. O controle baseia-se na realização periódica da prova da tuberculina em todos os animais e o sacrifício dos que reagirem positivamente ao teste, juntamente com a pasteurização do leite.

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