Na singela e calorosa cerimônia no Memorial Werner Schinke, de entrega do diploma de Honra ao Mérito para Maurício Wagner, um filho de Santa Rita, emocionou a todos com sua devoção à arte e à memória de sua cidade. Ele estava ali como um guardião das memórias que ele próprio transformou em cor, detalhe e emoção.
Ao doar suas dez aquarelas ao Memorial, ele trouxe à vida o passado, as formas e os recantos de Estrela, aqueles traços que talvez só os olhos de quem realmente conhece o lugar conseguem enxergar.
Maurício, que partiu aos 20 anos, nunca deixou Estrela de fato. Carregou-a em cada traço de sua aquarela, em cada olhar atento para a arquitetura alemã, para as construções antigas que teimam em resistir ao tempo.
Ele mesmo diz que pinta por um amor profundo à sua terra. E assim, Wagner registra fachadas e prédios e o próprio sentimento de pertencimento, de gratidão pela cidade que o formou.
Na noite da homenagem, as obras não estavam solitárias; estavam cercadas pelo calor de familiares, amigos e visitantes. Cada um, ao contemplar as aquarelas, via um pedaço de sua própria história. Para os mais velhos, aquelas construções eram recordações vivas de um tempo passado, enquanto os mais jovens conheciam, por meio das cores e dos detalhes, um pedaço da alma de Estrela.
Ao deixar suas obras ali, Maurício Wagner ofereceu à cidade um presente eterno, um convite para que todos – moradores, visitantes, e quem mais passar pelo Memorial – possam se reconectar com a história que moldou Estrela.
Suas aquarelas são agora uma herança viva, uma ponte entre gerações, e um lembrete de que a arte, quando feita com amor e propósito, torna-se uma extensão da própria memória coletiva.
Ao nos presentear com sua visão de Estrela, ele cumpre um papel inestimável: ao lado de suas aquarelas, onde repousam os fragmentos da história que continuarão reverenciar os nossos atepassados.
Airton Engster dos Santos - Coordenador do Memorial de Estrela - Registros Vinícius Knecht - poeta e fotógrafo.
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