Enchente do Rio Taquari - Maio de 2024 - Lama por todo o município, um cenário de devastação! Crônica do Airton 14

 

Lama por todo o município, um cenário de devastação! Crônica do Airton 14

A cidade de Estrela, no Rio Grande do Sul, enfrenta uma difícil recuperação após a devastadora inundação do Rio Taquari em maio de 2024. A administração municipal mobilizou um grande esforço, utilizando máquinas e caminhões para remover a espessa camada de lama que cobre as ruas. Este trabalho monumental requer uma quantidade significativa de recursos e coordenação, com equipes de limpeza atuando diuturnamente para recolher entulhos numa escala sem precedentes.

Enquanto isso, os moradores afetados pela enchente encontram-se abrigados em locais seguros, onde recebem assistência através de uma corrente de solidariedade que fornece alimentação, roupas e agasalhos. Muitos estão ansiosos para retornar às suas casas e estão empenhados na limpeza e recuperação do que restou de seus lares. A comunidade se une nesse esforço, mostrando resiliência e cooperação em tempos de crise.

O comércio e a indústria local, por sua vez, estão contabilizando os prejuízos causados pela inundação. Estabelecimentos comerciais e fábricas enfrentam grandes desafios para retomar suas atividades, com muitos empresários avaliando os danos e iniciando processos de recuperação e reabertura.

A tragédia trouxe à tona a força da comunidade de Estrela, que, apesar das dificuldades, demonstra um espírito de união e solidariedade. A cidade, com o apoio de seus moradores e da administração municipal, trabalha incansavelmente para superar os danos e reconstruir o que foi perdido. A recuperação será lenta e desafiadora, mas a determinação coletiva promete transformar a adversidade em uma oportunidade de renovação e fortalecimento comunitário. 

Airton Engster dos Santos - Historiador.

A destruição da Câmara de Vereadores de Estrela! Enchente do Rio Taquari - maio de 2024 - Crônica do Airton

A destruição da Câmara de Vereadores de Estrela! Cronica do Airton 13

No dia 24 de agosto de 2007, a Câmara de Vereadores de Estrela inaugurou sua sede própria na Rua Doutor Tostes, 51, no Centro da cidade. Este espaço, vital para o funcionamento do Poder Legislativo municipal, foi tragicamente devastado em maio de 2024 por uma inundação catastrófica do Rio Taquari. A enchente destruiu o prédio, móveis, utensílios, documentos e o acervo histórico, impondo um desafio colossal para a reconstrução da instituição, fundamental para a democracia local.

A história do Poder Legislativo em Estrela é marcada por resiliência e evolução. A primeira legislatura, composta por sete vereadores, teve seu mandato de 21 de fevereiro de 1882 a 8 de janeiro de 1883. O primeiro prédio destinado à Câmara de Vereadores foi adquirido em 1885, através de uma oferta de Antônio Vitor de Sampaio Menna Barreto. Por quase um século, a Câmara funcionou nas mesmas instalações do Poder Executivo, inicialmente na Intendência e posteriormente na Prefeitura Municipal.

Em 1980, a Câmara realizou sua primeira sessão em um novo edifício ao lado da sede dos Correios, na Rua Coronel Flores. Em 1986, mudou-se para a Rua Fernando Abbott, n.º 427, ao lado da Cacis, permanecendo até 1994, quando se transferiu para dependências alugadas na Rua Arnaldo J. Diel, n.º 140. A aprovação da primeira Lei Orgânica de Estrela, em outubro de 1891, representou um marco significativo na estrutura legal e administrativa do município.

O desafio atual, imposto pela devastação da sede pela enchente, requer um esforço conjunto e determinado para a reconstrução do Poder Legislativo. Esta tarefa é essencial para a continuidade das atividades legislativas e para a preservação da memória e da história de Estrela. A recuperação do espaço físico será um símbolo de resiliência e renovação, refletindo a força da comunidade em enfrentar e superar adversidades.

Conheça  Mais:

– Pelo regime democrático, a população exerce o Poder Legislativo através de seus representantes. Vereador, primeira designação do membro do Poder Legislativo municipal ou edil, com 7 vereadores, vigorou de 1882 a 1891. De 1891 a 1930, o Poder Legislativo era exercido pelo Conselho Municipal, composto por 7 conselheiros, seguindo-se o período da ditadura.

– Desde 1936 voltou a chamar-se vereador, excetuando-se o decênio da ditadura de 1937 a 1947, sem Poder Legislativo. Cada período ou mandato eleitoral denominamos de Legislatura.

– A 1ª Legislatura que teve mandato de 21 de fevereiro de 1882 (dia da posse) a 8 de janeiro de 1883, era composta por 7 vereadores eleitos: Tristão Gomes da Rosa – presidente, Henrique Theodoro Rohenkohl – vice-presidente, Patrício Antônio Rodrigues, Jorge Carlos Lohmann, Miguel Ruschel, Bento Manoel de Azambuja e Luiz Paulino de Morais.

– Em 14 de março de 1882 foi aprovado o primeiro orçamento da “Receita e Despesa” do município de Estrela, calculado em 9:373$332, válido para 1883.

– O primeiro prédio para funcionamento da Câmara de Vereadores de Estrela foi adquirido em 1885, oferecido por Antônio Vitor de Sampaio Menna Barreto, onde passaram a funcionar as sessões.

– A primeira Lei Orgânica foi aprovada pelos vereadores em outubro de 1891, e autorizada a sua impressão para entrar na ordem dos trabalhos e promulgada em 1892, pelo intendente Joaquim Alves Xavier. Em 19 de novembro de 1901 a Lei Orgânica foi reformada, levada a efeito pelo intendente Francisco Ferreira de Brito que a promulgou.

– Durante quase um século, o Poder Legislativo funcionou nas mesmas dependências do Poder Executivo, isto é, na Intendência e depois na Prefeitura Municipal.

– Como o espaço para a administração municipal ficou pequeno na Prefeitura, motivou a Câmara a mudar. Em 1980, realizou sua primeira sessão no prédio situado ao lado da sede dos Correios na Rua Coronel Flores.

– Em 1986, transferiu-se para a parte ao lado da Cacis, na Rua Fernando Abbott, n.º 427, até 1994, quando alugou as dependências, na Rua Arnaldo J. Diel, n.º 140.

– Em 24 de agosto de 2007 foi inaugurada a atual sede própria da Câmara de Vereadores na Rua Doutor Tostes, 51 – Centro de Estrela. Na época da inauguração do prédio, o presidente da Câmara de Vereadores era Paulo Floriano Scheeren. O atual presidente em 2024, é Ernani Luís de Castro.

Texto e fotos: Airton Engster dos Santos

Enchente Rio Taquari em maio de 2024 - As maiores inundações da história de Estrela. Crônica do Airton 13

As maiores inundações do Rio Taquari - Crônica do Airton 13

As inundações causadas pelo Rio Taquari têm deixado um rastro de destruição ao longo dos anos, afetando profundamente as comunidades do Vale do Taquari, especialmente a cidade de Estrela. Entre os episódios mais devastadores estão as inundações de maio de 1941, setembro de 2023 e maio de 2024, cada uma deixando marcas indeléveis na história da região.

Em maio de 1941, o Rio Taquari atingiu a marca de 29,94 metros. Esta inundação foi uma das mais severas até então, causando uma destruição significativa. A produção rural foi devastada, com plantações inteiras perdidas sob as águas. A indústria e o comércio também sofreram grandes prejuízos, com muitas fábricas e lojas sendo alagadas, resultando em perdas financeiras imensas. Residências foram completamente submersas, deixando milhares de desabrigados que enfrentaram a difícil tarefa de reconstruir suas vidas a partir do zero.

Setembro de 2023 trouxe outra catástrofe, quando o rio chegou a 30,17 metros. Novamente, a comunidade de Estrela e arredores viu-se às voltas com a destruição. Os danos à agricultura foram extensos, com campos alagados e colheitas perdidas. Indústrias paralisaram suas atividades devido aos danos causados pelas águas, e o comércio local sofreu com a destruição de estoques e estabelecimentos. A inundação engoliu centenas de residências, deixando famílias inteiras sem teto e desamparadas. O esforço para socorrer os desabrigados foi intenso, mas a recuperação foi lenta e dolorosa.

A mais recente e a mais severa dessas inundações ocorreu em maio de 2024, quando o nível do rio atingiu impressionantes 34,04 metros. A devastação superou as previsões mais pessimistas. A produção agrícola foi praticamente obliterada, com perdas que comprometem a economia rural. O setor industrial também não foi poupado, com muitas fábricas submersas e equipamentos danificados. O comércio enfrentou uma paralisação quase total, e milhares de residências foram completamente tomadas pelas águas, deixando um número sem precedentes de desabrigados.

Essas inundações causaram destruição física e econômica. Deixaram marcas profundas na vida emocional e social da população. Cada episódio de cheia trouxe um desafio monumental para os moradores, que tiveram que lidar com a perda de seus lares, seus meios de subsistência e, em muitos casos, suas esperanças. A reconstrução das comunidades exigiu e exige um esforço coletivo hercúleo, envolvendo não apenas os governos locais e estaduais, mas também a solidariedade de todos os brasileiros.

As três maiores inundações do Rio Taquari em Estrela são um triste lembrete da força da natureza e da vulnerabilidade das comunidades humanas diante de eventos extremos. No entanto, também são testemunho da resiliência e da capacidade de recuperação das pessoas afetadas, que, apesar das adversidades, continuam a lutar para reconstruir suas vidas e suas comunidades. 

Airton Engster dos Santos - Historiador

Querido Klaus Georg Simon - Amigo do Memorial de Estrela

Querido Klaus Georg Simon

Hoje, enquanto nos reunimos para nos despedir de você, nossos corações estão pesados de tristeza, mas também cheios de lembranças dos momentos preciosos que compartilhamos. A notícia de sua partida nos pegou de surpresa, deixando um vazio que jamais será preenchido.

Você foi um grande amigo; você foi um irmão e um companheiro de aventuras. Sua presença iluminava qualquer ambiente, e sua risada era contagiante. Quem teve a sorte de conhecê-lo sabe que você era uma pessoa de coração generoso, sempre disposto a ajudar e a oferecer uma palavra de conforto.

Lembro-me das nossas conversas longas, das risadas sem fim e dos momentos de silêncio compartilhado que diziam mais do que mil palavras. Você tinha um dom especial para enxergar o melhor nas pessoas e inspirá-las a serem melhores. A sua amizade era um presente inestimável, e a sua ausência será profundamente sentida por todos nós.

Mesmo diante da dor, escolho lembrar dos momentos felizes que passamos juntos. Das nossas aventuras, das conquistas, como o Memorial Estrela, que sonhamos juntos, e até das pequenas derrotas, que agora parecem insignificantes diante da grandeza do que compartilhamos. Sua vida, foi repleta de significado e impacto.

Hoje, nos despedimos fisicamente, mas saiba que você viverá para sempre em nossos corações e memórias. Seu legado de amizade, amor e bondade continuará a nos guiar.

Adeus, querido amigo. Que você encontre paz e descanso, e que possamos nos reencontrar um dia. Até lá, guardaremos com carinho cada lembrança e honraremos sua vida vivendo com a mesma alegria e generosidade que você sempre demonstrou.

Com todo o meu carinho e saudade,

Airton Engster dos Santos 

Coordenador do Memorial de Estrela

Enchente do Rio Taquari em maio de 2024 - Sem festa dos 148 anos de Estrela! Crônica 8 do Airton

Ausência de festividades nos 148 anos de Estrela! Crônica do Airton 8

Com o coração pesado e a alma entristecida, Estrela enfrenta um momento de reflexão após a devastação causada pela tríplice enchente do Rio Taquari em maio de 2024. Enquanto o município se preparava para comemorar seus 148 anos de emancipação, a alegria foi substituída pela dor e pela desolação.

Tradicionalmente, este é um período de celebração e orgulho, marcado por eventos que homenageiam a rica história e cultura da cidade. No entanto, diante da destruição deixada pelas águas implacáveis, as festividades planejadas tiveram que ser canceladas. Inclusive o feriado foi revogado pela primeira vez na história, desde a sua instituição em 1919.

O Festival do Chucrute, que há anos reverencia os colonizadores alemães com suas danças folclóricas, gastronomia típica e desfiles coloridos, não pôde ser realizado.

Da mesma forma, o ParkchoppFest, uma parceria entre o Governo de Estrela e o Rotary Club, conhecido por seus jogos germânicos, Torneio do Boi e outras atrações, teve que ser cancelado devido à destruição do parque. Até mesmo os Jogos Escolares, que traziam alegria e competição aos estudantes estrelenses, foram suspensos, deixando um vazio no calendário de eventos da cidade. O Parque Princesa do Vale, que costumava abrigar esse evento tão especial, foi severamente danificado, tornando impossível a realização de qualquer atividade no local.

No entanto, mesmo em meio à tristeza e à adversidade, há uma luz de esperança que brilha no horizonte. Estrela é uma comunidade resiliente, conhecida por sua capacidade de superar desafios e se unir em tempos difíceis. Com determinação e solidariedade, estamos confiantes de que poderemos reconstruir o que foi perdido e celebrar o próximo aniversário da cidade com toda grandiosidade que ela merece.

No próximo ano, esperamos poder compensar toda essa tristeza com um novo tempo de superação, onde os festejos alusivos ao aniversário de Estrela serão realçados com toda a pompa e circunstância que merecem. Unidos, como uma verdadeira família estrelense, estaremos prontos para escrever um novo capítulo em nossa história, lembrando-nos sempre da força e da resiliência que nos tornam únicos. Airton Engster dos Santos - Historiador.

Enchente do Rio Taquari em maio de 2024 - “Em meio à desolação, porém, ergueu-se a solidariedade!” - Crônica do Airton 7

“Em meio à desolação, porém, ergueu-se a solidariedade!” Crônica do Airton 7

Durante a tríplice enchente que assola Estrela em maio de 2024, emerge junto com as águas turbulentas um espetáculo notável de solidariedade e compaixão. Enquanto a cidade enfrenta dias sombrios de desastre e perda, a luz da humanidade brilha mais intensamente do que nunca.

Nas ruas inundadas, pequenos mercados tornaram-se faróis de esperança, oferecendo generosamente gêneros de primeira necessidade. Vizinhos se unem em gestos simples, compartilhando refeições e água potável, demonstrando que a verdadeira comunidade se revela nos momentos mais difíceis. Empresas locais, munidas de geradores, não hesitaram em oferecer energia para abastecer as baterias de celulares, mantendo a comunicação e a esperança vivas.

Enquanto isso, o padre da paróquia abriu as portas e facilitou o acesso a velas, iluminando as noites escuras privadas do brilho das estrelas e da lua, confortando corações aflitos. Mas talvez um dos gestos mais comoventes seja o dos voluntários que se dedicam a resgatar e cuidar dos cães abandonados, mostrando que em meio ao caos, o amor pelos animais não conhece limites.

Enquanto isso, operadores de máquinas bravamente enfrentam o lodo espesso que cobre as ruas, trabalhando incansavelmente para devolver a cidade ao seu estado anterior. Nos abrigos, servidores municipais e voluntários se multiplicam, oferecendo conforto e apoio às vítimas desabrigadas.

E de todas as partes do Brasil, uma onda de solidariedade se ergue, trazendo alimentos, água e agasalhos para aqueles que mais necessitam. Um Centro de Distribuição foi organizado no prédio da antiga Polar.

Os servidores municipais, verdadeiros heróis da comunidade, atuam em todas as frentes, trabalhando incansavelmente para minimizar o sofrimento daqueles afetados. Durante as horas de desespero, a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, a Brigada Militar e até o Exército se uniram em uma operação de resgate sem precedentes, utilizando lanchas e helicópteros para salvar pessoas presas nos telhados de suas casas.

Em meio à devastação, Estrela encontra força na união e na compaixão. E embora as águas tragam destruição, também revelam a beleza da solidariedade humana, que flui para confortar e reconstruir uma comunidade em necessidade. 

Airton Engster dos Santos - Historiador.