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terça-feira, 27 de julho de 2021

Maxambombas no Vale do Taquari

Na maxambomba da Navegação Arnt  75 a 80 pessoas se despedem do médico Décio Martins Costa em 24-9-1928.

Maxambombas no Vale do Taquari

Esta palavra tem sua origem do inglês ou alemão machine-pump, ‘bomba mecânica’, para designar um ascensor mecânico para barrancas altas dos rios navegáveis. Era um mecanismo característico também nos portos do Rio Taquari.

Na parte interna do armazém ou trapiche havia um grande pião de madeira, com um cambão para movimentá-lo, por tração animal, cavalar ou muar, a caminhar em cancha circular, fazendo o pião rodar. Nesse pião estava enrolado um cabo de aço, em cujas extremidades estavam presos os troles ou pequenos vagões.

Estes vagões rodavam por sobre dois pares de trilhos de aço, semelhantes a uma estrada de ferro, assentada sobre caibros ou dormentes, fixados em cima de grossos troncos de madeira, fincados no chão. 

Os caibros estavam colocados transversalmente sob os trilhos, desde o trapiche, até dentro da água do rio, em seu nível mais baixo. Ao ser movimentado o grande pião, os dois troles rodavam em sentido inverso sobre os trilhos, de maneira que, enquanto um subia, desde o barco até o armazém, o outro descia, do armazém ao barco, para a carga e a descarga, num contínuo vaivém.

Normalmente, entre os trilhos havia uma escadaria para os passageiros e tripulantes, como na Navegação Arnt.

A primeira maxambomba é de 1852, em Taquari. Nos principais portos do Rio Taquari, havia em torno de 30 maxambombas. Em Lajeado havia cinco destes mecanismos. Em Estrela existiam quatro maxambombas. No trapiche da Navegação Arnt (Kasper e Mainhart), no da Navegação Capital (A. M. Arenhart), na fábrica de Sabão Costa e no Oriental (nos fundos da Fundição Wirtz - cf Assis Sampaio, em Nova Geração, de 7-4-1973, e Nas Barrancas, p. 69.

Em Muçum, o empresário comercial Isidoro Slongo montou uma maxambomba, que chamava de elevador, junto ao seu trapiche ligado ao Armazém Secos e Molhados. O projeto ou Planta foi desenhado por Raffaele Peretti, em 8-3-1909, de Encantado.

A maioria das maxambombas foi desativada depois da grande enchente em 1941, que acabou com a navegação fluvial e predominou o transporte rodoviário.

Texto de
José Alfredo Schierholt

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