Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

quinta-feira, 19 de julho de 2018

A grande paixão de Terezinha Vogel Schneider era a Creche Colmeia, mantida, na época, pela IECLB



Terezinha Vogel Schneider

Terezinha Vogel Schneider nasceu em casa, localizada no distrito de Costão, em 15 de novembro de 1944. Filha de Leonilda Altenhofen e Oscar Vogel. 

Casada com o radialista e vereador, Luiz Fernando Schneider. Mãe de Gilmar, Alexandre e Fernando. 

Seus antepassados residiam no interior do município de Estrela, Chá da índia, Costão, Santo Antônio. 

Terezinha Schneider estudou na Escola de Costão e mais tarde na Linha São José. Fez o Curso de Técnico em Contabilidade no Ginásio Industrial de Estrela. 

Muito nova Terezinha Schneider trabalhou no Hospital Estrela. Servia refeições aos pacientes. 

Foi funcionária da Importadora Alto Taquari e na Motolândia de Estrela onde fazia toda a contabilidade da empresa.

Foi então que o Pastor Hartmut Schiemann, da ICLB de Estrela lhe convidou para trabalhar na Secretaria da Comunidade Evangélica, onde organizou tudo em departamentos. 

Mas a grande paixão de Terezinha Schneider era a Creche Colmeia, mantida, na época, pela IECLB, localizada no Bairro Boa União, onde trabalhava como Coordenadora. 

Terezinha Schneider teve diagnosticado um tumor na mama. No dia 3 de junho de 1986 fez a primeira cirurgia.

Depois de sete anos passados tratou um melanoma e teve câncer na outra mama, passando novamente por cirurgia, e tratamento oncológico incluindo radioterapia e quimioterapia.

Em 2011 foi diagnosticado um câncer no fêmur da perna, que tratou até sua morte em janeiro de 2018. Possuía duas metástases controladas através de vacina. 

Em certa ocasião, Terezinha contou que logo que soube da doença, toda família ficou envolvida emocionalmente. Gerou certo pânico.

Mas decidiu lutar e viver. "O meu amor pela família, esposo, filhos e netos lhe deram a sustentação psicológica para se mantiver firme”.

O trabalho na Creche Colmeia, com as crianças, era outro fator de motivação, pois continuava sendo útil para minha comunidade.

E ainda, o fundamental, muita fé em Deus, reforçou.

Seguidamente Terezinha Schneider recebia em sua residência pessoas com diagnostico de câncer, quando transmitia muita força e esperança. 

Outras vezes não esperava a visita. Ela mesma procura as pessoas que sabia estar doentes.

Teresinha integrou a Liga de Combate ao Câncer.

Certamente Terezinha foi uma das pessoas que há mais tempo sofreu com os efeitos do câncer (31 anos).

Texto: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Sonia Maria Müssnich - No município de Estrela, lecionou em diversas instituições de ensino





Sonia Maria Müssnich 

A professora Sonia Maria Müssnich, nascida em 03 de setembro de 1938, morreu em 14 de outubro de 2015, no município de Estrela. Filha de Albino Ignácio Müssnich e Marieta Darcilla Müssnich, bisneta do Intendente Nicolau Müssnich.

Estudou no Colégio Santo Antônio até o Ginásio, fazendo o Curso Normal no Madre Bárbara em Lajeado, Pedagogia da UFRGS e Pós Graduação na PUC em Porto Alegre.

No município de Estrela, lecionou em diversas instituições de ensino: Em 1959 iniciou no Vidal de Negreiros onde mais tarde foi Supervisora; na Escola 20 de Maio que naquela época (1961) chamava-se Grupo Escolar de Subúrbios; Colégio Santo Antônio (trabalhou por 26 anos no Curso Normal participando na formação de professores); antigo Ginásio Industrial que funcionava onde hoje está localizada a EEEPE – Escola Estadual de Ensino Profissional Estrela; e ainda na E.N.R. Estrela da Manhã onde se situa o IEEM. 

Em Lajeado, lecionou história no Castelo Branco (Castelinho) e na FATES, hoje UNIVATES. 

Trabalhou na Delegacia de Ensino de Porto Alegre e Estrela. Foi membro do Conselho Municipal de Educação de Estrela. Aposentou-se pelo Estado em 1988 e em 2000 pelo Ensino Particular, mas lecionou até 2002. 

Sonia Maria Müssnich gostava de lecionar História do Brasil e Geral, lembrando que se motivou ainda mais para disciplina após visitar o Museu Imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro, fato que chamou muito sua atenção.

Possuía um acervo notável de fotografias, organizadas em diversos álbuns, que retratavam a história de Estrela, de personalidades das quais lembrava seus nomes e eventos importantes da vida da comunidade, destacando os religiosos. 

Pesquisadora sobre a história de Estrela, a professora Sonia Maria Müssnich, foi requisitada para palestras e entrevistas, inclusive para televisão. 

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Alexandre Snel - Em Estrela, começou a sua dedicação à medicina, a qual exigia atendimentos generalizados



Alexandre Snel

Em maio de 1875, vieram de Amsterdã, Holanda, Geraldo Nicolau Snel e Maria Christina Elisabetha Snel, passaram a residir em Estrela, onde desenvolveu as mesmas atividades. 

Em 1887, nasceu o quarto filho do casal, Alexandre Frederico Bernardo Snel.

Formou-se em 1911. Conseguiu viajar para Hamburgo, Alemanha, onde passou a atuar no Eppendorfer Krankenhaus, na área radiológica. 

Mais tarde, estagiou em Berlim, como assistente praticante, e voltou ao Brasil em fins de 1913, trazendo um aparelho de raios X da Siemens. 

Em Estrela, começou a sua dedicação à medicina, a qual exigia atendimentos generalizados. Alexandre Snel havia aprofundado seus conhecimentos igualmente em oftalmologia, mas atendia outras áreas medicina. 

Realizava cirurgias e, à noite, fazia os exames laboratoriais. Atendia não só em Estrela, mas se deslocava, para atender enfermos e parturientes da região. 

Em 1923, casou-se com Ilda Rothfuchs e deste matrimônio nasceram três filhos, um dos quais, Ariberto, também foi médico. O aparelho de raios X era operado, só por Alexandre, continuamente, lhe trouxe problemas clínicos. 

Este aparelho, não possuía proteção e segurança suficientes e, em consequência disso, em 1923, começaram seus problemas de saúde. Mesmo assim, em 1930, ele inaugurou seu próprio hospital. 

A doença gerou problemas progressivamente e, por isso, em 1932, foi consultar uma autoridade no assunto em Montevidéu, que lhe recomendou procurar ajuda em Toulon, na França. 

No instituto de madame Curie, foi indicada a amputação do membro superior ao nível do terço médio do antebraço com o cotovelo, o que aconteceu. 

Depois, Alexandre fez aplicação de rádio em Amsterdã e trouxe de Berlim uma mão mecânica articulada. 

Voltou ao Brasil em fins de 1933, reiniciando suas atividades profissionais em Estrela, mas, em 1934, um nódulo axilar esquerdo sinalizou grave comprometimento de sua saúde, vindo a falecer em 30 de maio de 1935. 

No hospital de Hamburgo, foi colocada uma placa para lembrá-lo como um dos médicos que morreram por trabalhar em radiologia. 

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Augusto Frederico Markus - empresário comercial, conselheiro municipal, último intendente, primeiro prefeito, tabelião e coronel da Guarda Nacional em Estrela



Augusto Frederico Markus

Nome de avenida em Estrela-RS, no Bairro das Indústrias, onde se localiza o Porto Fluvial de Estrela. A inauguração da rua reuniu membros da família e convidados.

É uma homenagem ao empresário comercial, conselheiro municipal, último intendente, primeiro prefeito, tabelião e coronel da Guarda Nacional em Estrela. Iniciou como comerciante nas décadas de 1910-1920.

Em 1920, foi eleito conselheiro municipal pelo Partido Republicano Rio-grandense, com mandato 1920 a 1924. Coronel da Guarda Nacional, foi tabelião. Em 1928, foi eleito intendente, administrando Estrela de 1928 a 1930, perdendo este título, mas prosseguindo no governo com o título de prefeito nomeado, até 1934. 

Retornou a ser nomeado prefeito, de julho a novembro de 1945 e, numa terceira administração, de março de 1946 a dezembro de 1947. Tinha a alcunha de "Cascalhe-Markus" por extrair cascalhos do Taquari e tapar os atoleiros nas estradas. 

Em pleno exercício como prefeito, foi nomeado em 1932, para o ofício de tabelião do Registro de Imóveis de Estrela. 

Foi primeiro presidente do Rotary Clube de Estrela, fundado em 1949, e presidente da Soges, em 1940 e 1946. Nasceu em 15 de julho de 1890 e morreu em Estrela no dia 11 de novembro de 1977.

Filho de Geraldo e Cristina Markus, casado com Joana Beckmann, cuja filha Lucy foi casada com o presidente Ernesto Geisel. Os demais filhos do político são: Osmar Bruno, Arno e Ruth

O casal Geisel com a filha Amália esteve no velório e sepultamento do ex-intendente e ex-prefeito Augusto Frederico Markus.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Rudolfo Maria Rath - Ginasta, professor, jornalista e líder comunitário em Estrela




Rudolfo Maria Rath

Ginasta, professor, jornalista e líder comunitário em Estrela. Nasceu em 13 de junho de 1905, em Porto Alegre, morreu em 22 de agosto de 1973, em Estrela. 

Rudolfo fez o Colegial onde aprendeu alemão, inglês e a Escrituração Mercantil. 

Ginasta da Sogipa desde os oito anos de idade, em 1926 conquistou o Campeonato Estadual de 200m rasos. 

Veio participar de uma competição olímpica em Estrela, em 1927, sagrando-se campeão. 

Em 1930, retornou e veio morar em Estrela. Prosseguiu como ginasta, representando a Sociedade Turnverein Estrela, onde foi auxiliar do professor Black. Recebeu o registro de mestre de ginástica (Turnwart) da Federação Alemã de Ginástica.

Introduziu um novo esporte, através do Estrela Tênis Clube. Requisitado pela CBD, representou o Brasil nas provas de regatas nas XI Olimpíadas em Berlim, em 1936 classificando-se em 6º lugar. 

Em 1955, promoveu a vinda à Estrela de uma equipe suíça de Ginástica. 

Em 1942, foi membro do Conselho Técnico de Administração Municipal e secretário da ACIE, em Estrela, por muitos anos. 

Incentivou a formação de aviadores, através do Aero Clube Alto Taquari, tendo ele mesmo um Brevet de piloto. Foi presidente do Aero Clube de Estrela.

Incentivou a fundação da Associação Comercial e Industrial de Estrela, sendo seu secretário executivo por muitos anos. 

Como jornalista, foi um dos primeiros a se registrar como profissional, de acordo com a primeira lei de Imprensa do país, tendo o registro n.º 71. 

Em 1958, publicou Município de Estrela. Casou-se em 1931 com Alice Maria Ruschel, filha de José Raimundo Ruschel, e não teve filhos.

Dr. Werner Schinke é organizador do livro “Perfis de Estrela” de Rudolfo Maria Rath – Obra Póstuma, com escritos de Rath de 1940 a 1947, contendo informações de Estrela, que foram publicadas no jornal Correio do Povo.

Dr. Schinke está na fase final de organização e digitalização dos artigos publicados por Rudolfo Maria Rath, entre os anos de 1948 e 1968 no Jornal Diário de Notícias com informações de Estrela.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Dr. Gabriel Schlatter criou em Estrela a primeira escola de parteiras do Rio Grande do Sul




Dr. Gabriel Schlatter 

No início do século XX existia um grave problema de saúde pública no Rio Grande do Sul. Alta mortalidade das parturientes e dos recém-nascidos, por má instrução dos assistentes de partos. 

Percebendo as dificuldades, o Dr. Gabriel Schlatter criou em Estrela a primeira escola de parteiras do Estado, no prédio histórico construído em 1905. O Castelinho onde hoje funciona a Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Habitação. 

Ensinava seus conhecimentos com ajuda de um simulacro da pelve feminina por ele idealizado que chamava de Phantom, e de um esqueleto importado da França. 

Schlatter formou dezenas de parteiras que se espalharam pelo Rio Grande do Sul, e tinham compromisso de difundir os conhecimentos adquiridos. 

Gabriel Schlatter nasceu em Lahnbach, no Tirol Austríaco. Após falecimento do pai, a família mudou-se para aldeia de Zams, a 80 km de Innsbruck. 

Teve infância pobre. Foi pastor de ovelhas e cabras, sapateiro, operário de estrada, servente e coroinha de hospital. 

Pois foi no sótão do Hospital St. Vinzenz, no Vale do Rio Inn, que encontrou livros sobre medicina e passou a lê-los. 

Nesta época já auxiliava o médico do hospital na dissecção de cadáveres na procura da causa-mortis. 

Adquiriu novo conjunto de livros nos quais estudou especialmente sobre cirurgias. 

Quando chegou ao Brasil em março de 1898, tinha 33 anos e já era diplomado pela Associação dos Médicos Naturalistas da Alemanha. Registrou seu diploma na Diretoria Estadual de Higiene, obtendo licença para exercer sua profissão no RS. 

Veio inicialmente para Lajeado, depois Estrela, São Sebastião do Cai e Feliz onde construiu um hospital. 

Dr. Schlatter casou em 1899 com Anne Maria Meurer. Faleceu em outubro de 1947. Sua obra ficará indelevelmente gravada na medicina do RS, no século XX.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Bruno Schwertner transformou-se no maior construtor de relógios de torres de igreja do Brasil. Sua fábrica estava situada em Estrela-RS.





Nasceu em 12 de novembro de 1873, em Langwasser (Silésia- Pruscia), na Alemanha. Veio para o Brasil em 1884, com 11 anos de idade. Com 18 anos abriu uma sapataria na Picada Grande (Novo Paraíso). T. Morreu em Estrela-RS em 17 de julho de 1952. 

Consertava as mais variadas máquinas, desde engenhos, máquinas de costura, projetores de filmes, gramofone, instrumentos diversos e relógios. 

A capacidade como consertador de máquinas se espalhou rapidamente na Vila. De todos os lugares vinham serviços. 

No ano de 1892, Bruno Schwertner foi chamado para estudar uma situação muito difícil. A Paróquia Santo Antônio de Estrela havia recebido um relógio de torre muito antigo e fora de uso. Após três meses de exaustivo trabalho o relógio voltava a funcionar. O mesmo funcionou por mais 47 anos, quando foi construído o outro. 

Numa peça alugada abriu sua primeira oficina em 1895. Algum tempo depois ampliou sua oficina e agregou uma loja. Surgia assim a Loja Schwertner. 

Coube a Bruno a instalação dos primeiros telefones no município de Estrela. 

Foi fundador do Tiro de Guerra 227, e por 25 anos fez parte desta sociedade cívico-militar. 

Fez parte da empresa “Schwertner e Cia” e proprietário do Jornal “O Paladino”, sendo preservados, até hoje, todos exemplares por seu neto, Roque Schwertner. 

Bruno foi sócio fundador da Sociedade Ginástica e do Rotary Club de Estrela. A grande paixão era relojoaria, arte que o havia empolgado desde que abriu a oficina. 

Estava com viagem marcada para Suíça onde estudaria a arte relojoeira, quando o plano ficou frustrado devido ao início da Primeira Guerra Mundial. 

Foi quando teve a idéia de produzir relógios para edifícios públicos. Surgiu então o Relógio de Torre, cujas batidas são ouvidas em 200 municípios brasileiros. 

Bruno Schwertner residiu em Estrela por mais de 50 anos, casado em 22 de junho de 1897, com Florentina Mallmann, com quem teve 13 filhos. 

Homenagem em Estrela: Foi instalado um relógio na Rua Bruno Schwertner, pelo ex-prefeito Geraldo Mânica, para marcar a trajetória deste extraordinário cidadão que, com sua engenhosidade soube elevar o nome de Estrela-RS em 200 municípios de oito estados brasileiros.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos