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segunda-feira, 7 de março de 2022

Cram completa a rede de proteção à mulher em Estrela







Cram completa a rede de proteção à mulher em Estrela

Inauguração ocorreu na tarde desta segunda-feira (07), na Rua Tiradentes. Unidade amplia estrutura pró-segurança da mulher e deve reduzir índices de violência doméstica

O Governo de Estrela inaugurou, na tarde desta segunda-feira (07), o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram), espaço criado para ser o primeiro passo no acolhimento às mulheres em situação de violência. Entre os diferenciais do município está o atendimento às mulheres com idade acima dos 60 anos. Serviço terá plantão 24 horas, sendo mais uma ferramenta no enfrentamento à violência doméstica. Participaram da cerimônia de instalação a secretária Estadual da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social, Regina Becker Fortunatti, e a diretora de Política para Mulheres do Estado do Rio Grande do Sul, Bianca Feijó.

Em uma casa remodelada para receber mulheres fragilizadas por todos os tipos de violências possíveis, começou a funcionar o Cram de Estrela. A estrutura, a 25ª no Rio Grande do Sul, é considerada um divisor de águas no enfrentamento à violência doméstica e suas mais variadas formas. Segundo a coordenadora, Ioná Carreno, a instalação da unidade no município fechou as “pontas” da rede de proteção à mulher. “Foi nesta gestão que implantamos o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, e a ele podemos somar outros serviços como a Patrulha Maria da Penha, a própria Delegacia de Polícia. Faltava-nos um espaço especializado para o atendimento da mulher, e isto agora foi concluído”, conta Ioná.

Segundo a coordenadora, o Cram de Estrela já nasce com três serviços essenciais às mulheres em situação de violência doméstica. “Nós já dispomos do atendimento em assistência social, da assessoria jurídica e da assistência psicológica. Todas são ferramentas capazes de acolher e dar o suporte inicial à mulher vítima de violência”, revela. Ioná explica que a instalação do Cram – especialmente no formato em que o Centro foi projetado para Estrela, destacando o atendimento às mulheres acima dos 60 anos – o órgão complementa as políticas públicas pró-segurança feminina. “E a inauguração do nosso Cram, um dia antes do Dia Internacional da Mulher, assume um simbolismo ainda maior, pois mostra como a atual administração está comprometida com esta causa.”

Para a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), a capitã da Brigada Militar Carmine Brescovit, a instalação do Centro pode ser classificada como um grande conquista para o município de Estrela. “É um centro de referência, específico para o atendimento à mulher. Não só as mulheres que são vítimas de violência física, mas em outras circunstâncias. Em termos de apoio e empoderamento, torna-se uma conquista relevante”, avalia. A capitã, que também coordena a Patrulha Maria da Penha em Estrela, acredita que a entrada em funcionamento do Cram deverá representar, inclusive, uma baixa no número de crimes de violência cometidos contra as mulheres no município.

A “rua” da assistência do cuidado

O prefeito de Estrela Elmar Schneider classifica a conquista como fundamental para o município. Segundo ele, a localização estratégica do Cram, próximo aos serviços do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), ambos localizados na Rua Tiradentes, no Centro, tornam as ações muito mais práticas e efetivas. “Isso faz parte do fortalecimento da rede de proteção de enfrentamento à violência. No nosso município temos diversos programas com os Primeira Infância Melhor e Criança Feliz, implementados para ressaltar a cultura da paz. Tudo isto interligado, dá força para o serviço do Cram”, avalia Schneider.

No que se refere à instalação do centro, o chefe do Executivo estrelense destaca o protagonismo do município. Hoje, no Estado, existem 25 centros iguais ao que foi inaugurado nesta segunda-feira em Estrela. “Isto faz parte de uma política do governo do Estado, que está motivando e incentivando a instalação de centros especializados como o nosso. Mais uma vez, saímos na frente, e estamos inaugurando este espaço que é muito importante.” Na avaliação da diretora de Política para Mulheres do Estado do Rio Grande do Sul, Bianca Feijó, o Cram de Estrela está entre um dos mais lindos e preparados do Estado. “Isso se não estiver no topo. A comunidade, o governo municipal e aqueles que estiveram envolvidos nesta causa merecem o parabéns”, comentou.

Para a secretária Estadual da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social, Regina Becker Fortunatti, o Cram de Estrela surgiu a partir de uma sadia ‘provocação’ feita por ela ao prefeito, em um desafio que como outros foi aceito pelo ‘amigo’ Schneider, e que também é o resultado do esforço conjunto de muitas mulheres estrelenses comprometidas. “E nosso compromisso é enorme com nós mesmos, mulheres. Quantos papeis cada uma de nós têm nas nossas vidas e pessoas que nos cercam? E com a responsabilidade de darem respostas?”, questionou, para em seguida ela mesma responder com uma análise. “E essas responsabilidades, respostas, muitas vezes não são vistas por aqueles que vivem ao lado da gente, que participam do nosso dia a dia mas atribuem a nós mais e mais responsabilidades. Essa violência ela existe, cresce silenciosa e perversamente e faz muitas vezes com que as coisas se agudizem e assim se transformem em uma violência física, sexual, além da moral, a qual nós queremos tanto combater, e hoje aqui ganhamos um grande reforço nesse sentido.”

Saiba mais

O Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) funciona no mesmo horário do Creas, de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30min e das 13h30min às 17h, e fica na Rua Tiradentes, 478. Será criado ainda um número de telefone, disponível 24 horas, para o atendimento das mulheres. No Cram são tratados casos de violência psicológica, sexual, virtual, moral, física e patrimonial. Trata-se de um serviço estratégico, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde de Estrela, articulado com as forças de segurança, compondo a rede de enfrentamento à violência contra a mulher.

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