A Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de de Estrela (Cacis) endereçou ao prefeito de Estrela, Rafael Mallmann, ofício solicitando articulação junto a entidades como Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS) e Associação dos Municípios do Vale do Taquari (AMVAT), para que o município retorne, assim como os demais do Vale do Taquari, ao sistema de gestão compartilhada com o Governo do Estado, a fim de evitar que Estrela e região se classifiquem com o status de bandeira preta no modelo de distanciamento controlado.
Para a presidente da Cacis, Andréia Zwirtes Kich, é de extrema importância que essa articulação seja feita para proteger e salvaguardar o interesse da classe empresarial que este ano já esteve tão sacrificada durante o longo período que se estende a pandemia.
Além disso, Andréia acredita que deve haver um maior rigor na fiscalização e sanções punitivas quando houver aglomerações desnecessárias.
Leia abaixo o ofício na íntegra:
Prezado Senhor
Temos acompanhado com grande atenção e preocupação o aumento no índice de pessoas contagiadas pelo vírus Covid-19 em Estrela e no Vale do Taquari, de forma geral.
Contudo, fomos surpreendidos com a nota final 2,33 obtida por nossa Região na semana passada, dentro dos critérios do programa de Distanciamento Social do Governo do Estado, bem acima dos indicadores das demais regiões, aproximando-nos perigosamente dos limites que nos colocam em bandeira preta.
Como representantes da classe empresarial, temos total ciência do quão nocivo é para a economia do município e o tanto que as empresas, principalmente o comércio nesse época do ano, sofreriam caso sejam mantidas as restrições avistadas.
Neste ano, pouco se viu de movimentação econômica e isso já se reflete no ânimo e no bolso dos nossos cidadãos.
Portanto, esse momento de fôlego de final de ano foi ansiosamente aguardado pelo empresariado e tememos que seja fatalmente atingido.
Entretanto, ponderamos que, com base nos estudos apontados e nas pesquisas apresentadas, o maior risco de contágio não se configura no ambiente empresarial, onde existe um forte regramento por parte dos gestores no combate à disseminação do vírus.
Acreditamos que o maior potencial de contaminação continua sendo nas grandes aglomerações não supervisionadas, bem como no baixo grau de conscientização de muitos indivíduos que ainda não se sensibilizaram quanto ao risco de exposição de si mesmo e do outro.
Também acreditamos na capacidade de auto-gestão que municípios pequenos, como Estrela, possuem em assumir para si o gerenciamento do controle da crise vigente.
Considerando os pontos acima explanados, solicitamos a Vossa Excelência que leve em conta a solicitação a seguir:
Que sejam promovidas ações mais rigorosas de fiscalização sobre aglomerações de pessoas de qualquer origem, aplicando sanções severas, multas financeiras e o estabelecimento de processos administrativos cabíveis.
É muito grande a sensação de impunidade com a fiscalização e as reprimendas até aqui aplicadas, não suficientes para sensibilizar o baixo nível de conscientização de tantos cidadãos;
Articulação junto à AMVAT e à FAMURS o imediato retorno do sistema de Gestão Compartilhada com o Governo do Estado, dando-nos autonomia necessária para gerenciarmos os riscos e as medidas preventivas no nosso município.
Sendo o que tínhamos para o momento, agradecemos a atenção sempre dispensada a essa entidade e aguardamos seu pronto atendimento.
Cordialmente,
Andréia Zwirtes Kich - Presidente da Cacis
Matéria: Meire Brod
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