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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

A lapidação de pedras faz parte da vida de Carlos Alberto da Silva


A lapidação de pedras faz parte da vida de Carlos Alberto da Silva, 50, desde criança. Natural de Estrela, cresceu vendo o pai trabalhar com marmoraria. Foi nas pedras preciosas que descobriu o valor do trabalho. Além de produzir joias, consegue encontrar pontos de exploração em áreas desacreditadas.

Quando e como você começou a se interessar por pedras?

Esse apreço pelas pedras vem dos meus avós, meus tios também trabalhavam com isso. Mas comigo, especificamente, tudo começou aos 6 anos de idade. Meu pai, Orlando José da Silva, foi o pioneiro no ramo de cantaria, marmoraria e restauração em Estrela. Ele tinha uma empresa no Alto da Bronze e eu o acompanhava todos os dias depois da aula. Qualquer lugar que ele fosse, eu estava junto. Tanto quando montava túmulos, como quando fazia restaurações ou esculturas.

Como de uma mera curiosidade isso se tornou profissão?

Quando cheguei à maioridade, comecei a trabalhar em outros lugares, mas continuava com a cabeça na marmoraria. Fui morar no Rio de Janeiro, por cerca de três anos, e depois fui convidado para gerenciar uma churrascaria em Natal (RN), Rio Grande do Norte. Aceitei o convite, porque também gosto muito de gastronomia. Mas depois de seis meses já comecei a trabalhar com pedras, no meu tempo livre. Quando fechou um ano, meu pai foi para lá, e eu abri uma marmoraria em Caicó. Conhecendo alguns donos de terras, que também começaram a me contratar para explorar, e achar pedras preciosas. Eu já tinha algum conhecimento sobre isso aqui, mas comecei a me aprofundar mais lá.

Como funciona esse processo de exploração e que tipos de pedras você encontrou por lá?

Morei no Nordeste por 27 anos, então, consegui fazer muitos trabalhos. Primeiro a gente precisa explorar o solo, tirar o que está por cima, para chegar até nas pedras preciosas ou pedreiras. Encontrei desde ouro até ametista, quartzo rosa, água-marinha, turmalina e outros. Aqui na região também descobri vários locais. Tem muita ametista, ágata, citrino. Nem sei como faço, apenas sei que ali tem pedras. Todo o conhecimento que obtive repassei a centenas de pessoas, formei muitos profissionais.

O que mais te atrai no trabalho com as pedras?

Além de sua beleza, as pedras têm sua energia e poder natural. Não existem pedras semipreciosas, assim como não existe mulher semigrávida. Toda pedra é preciosa. Elas são como as pessoas: só existe uma de cada. Elas me curaram também. Eu passei por muitas coisas, e elas me ajudaram a superar. Quando trabalho com as pedras, esqueço de tudo. Me concentro e esqueço do mundo. Qualquer erro na lapidação, não consigo mais voltar atrás.

Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br

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