Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

CTG Raça Gaudéria de Estrela - morada da cultura, um refúgio da tradição gaúcha




Há um lugar em que as tradições nunca perdem o ritmo: o CTG Raça Gaudéria, fundado em 1990. Os mais velhos contam histórias e ecoam o som da gaita, enquanto os pés calejados seguem o compasso da tradição. Ali, o passado e o presente se encontram em um abraço forte e caloroso, como o mate amargo partilhado ao redor do fogo.

Os fandangos iluminam as noites, trazendo gente de todas as querências. Homens e mulheres, vestidos com suas bombachas e saias rodadas, rodopiam no salão como se o tempo não importasse, apenas o prazer de ser gaúcho. E, para quem ainda não aprendeu a dança, há o curso de danças que ensina o compasso da música e o respeito pelos antepassados. O salão vira uma verdadeira escola, onde cada passo é uma reverência à cultura do Sul.

Nas cavalgadas, o campo vira cenário e o horizonte, um destino distante, mas sempre à vista. Cavalos e cavaleiros, lado a lado, cruzam o pampa, sentindo a brisa no rosto, o cheiro de terra molhada e o som dos cascos no chão. A tradição corre solta, como o gado em campo aberto. No final da jornada, o jantar campeiro aquece o corpo e a alma, com o gosto inconfundível de uma comida feita com esmero e paixão.

Mas o verdadeiro tesouro do CTG Raça Gaudéria está na invernada artística. Ali, jovens ensaiam com dedicação, suas roupas coloridas e movimentos precisos emocionam o público em cada apresentação. Quando sobem ao palco, carregam nos ombros o orgulho de suas raízes e nos pés a leveza de quem aprendeu a dançar com o coração. Seus olhos brilham ao som das músicas que falam de saudade, de terra, de povo. Não há quem não se arrepie ao ver aqueles meninos e meninas transformando cada apresentação em um espetáculo de pura arte gaúcha.

O CTG Raça Gaudéria é uma morada da cultura, um refúgio da tradição e, acima de tudo, um ponto de encontro entre o ontem e o hoje, onde cada fandango, cada cavalgada, cada ensaio da invernada mantém viva a chama de ser gaúcho. Aqui, o tempo pode passar, mas a alma gaudéria, essa, nunca se apaga. Airton Engster dos Santos - Coordenador do Memorial de Estrela

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