Um suposto relacionamento amoroso vivido há cinco anos teria sido retomado com a ajuda da internet neste ano. Pelo Facebook, o paranaense Davi Viana Ribeiro, 45 anos, encontrou Leandro Pires, 23 anos, morador de Arroio do Meio, no Vale do Taquari. Pires seria ex-namorado de Ribeiro. Após cerca de meio ano de troca de mensagens pela rede social, o reencontro foi marcado e concretizado há menos de duas semanas.
Este seria mais um caso de um relacionamento facilitado pela tecnologia, se não tivesse sido uma armadilha que terminou em uma morte violenta, conforme apurou a Polícia Civil. O caso foi investigado e concluído nesta quarta-feira pela Polícia Civil de Encantado. Segundo o delegado João Antônio Merten Peixoto, trata-se de latrocínio (roubo com morte):
— Tudo indica que foi uma armadilha com intenção de roubar o carro da vítima. O suspeito atraiu a vítima até aqui, dizendo que iria voltar com ele para morar em São Paulo, mas aproveitou de um descuido e deu uma paulada na cabeça de Ribeiro. Após, ele ter desmaiado, utilizou uma espécie de cordão e estrangulou a vítima e, por fim, a degolou com uma faca de churrasco.
Segundo aponta a investigação, alinhada com as cópias das mensagens trocadas pela rede social, Pires alegou que não poderia ir para São Paulo de avião, porque tinha problemas com a polícia. Assim, o atendente de telemarketing ,que morava em São José do Rio Preto (SP), foi de carro até o sul do país, com a ideia de dar uma carona a Pires. Um pagava pela ida, o outro, pela volta.
— O Davi (Ribeiro) tinha um coração gigante, acreditava nas pessoas e queria sempre ajudar. Esse elemento sabia disso e utilizou da bondade do Davi para cometer esse crime bárbaro — conta o cunhado da vítima, Paulo André da Silva Lima, 36 anos.
Após buscas por quatro cidades da região, a polícia encontrou Leandro Pires em Barros Cassal, no Vale do Rio Pardo. Em depoimento, ele confessou a autoria do crime e isentou o irmão, que era suspeito de ter colaborado com o crime. Pires negou que tivesse um relacionamento amoroso com Ribeiro.
Peixoto apresentou o indiciamento ao Ministério Público, que deve decidir nesta quinta-feira se oferece denúncia. O suspeito permanece preso temporariamente no presídio de Encantado.
HISTÓRICO DO CASO
— 9 de novembro: Ribeiro saiu de carro de São José do Rio Preto por volta das 14h e, depois de viajar cerca de 1,3 mil quilômetros, chegou na rodoviária de Lajeado, no Vale do Taquari, às 10h do dia seguinte. O objetivo seria buscar Pires para ir morar com ele na cidade paulista.
— 10 de novembro: após se reencontrarem, Pires teria convidado o paranaense para visitar a Lagoa da Garibaldi, ponto turístico da cidade vizinha Encantado. No local, o gaúcho acabou matando Ribeiro e roubando o Astra da vítima.
— 16 de novembro: o corpo de Davi Viana Ribeiro foi encontrado pela polícia e encaminhado para o IML. No instituto, foi constatado que uma pessoa de São Paulo estava procurando pelo irmão que iria se encontrar com um ex-namorado no Vale do Taquari. A irmã de Ribeiro já havia procurado no Facebook e descoberto a retomada da relação. A partir disso, o delegado passou a fazer buscas a Pires.
— 17 de novembro: a polícia encontrou o Astra roubado em uma boate de Encantado. O veículo teria sido trocado por R$ 2 mil em dinheiro e um Palio. O proprietário da boate contou que havia comprado o Astra de Pires e deu a localização dele. No mesmo dia, a polícia encontrou Alencar Pires, irmão do então suspeito de latrocínio, e o deteve por suspeita de participação no crime.
— 18 de novembro: a polícia foi para Putinga, onde Pires estaria na casa da namorada. Não o encontrando, foram até Barros Cassal, onde moram os pais da namorada, e detiveram o suspeito. Ele confessou a autoria do crime e isentou o irmão do crime.
Fonte ZH
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