Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Airton Engster dos Santos - 15 Anos de Dedicação ao Serviço Público em Estrela

15 Anos de Dedicação ao Serviço Público em Estrela

Quando adentrei as portas da Prefeitura de Estrela, naquele 29 de setembro de 2009, eu sabia que estava começando uma nova jornada, mas não tinha ideia do quão profundo esse caminho seria. Lembro-me bem do dia em que recebi minha portaria das mãos do saudoso ex-prefeito Celso Brönstrup. Ele me olhou nos olhos e disse: "Você está entrando no serviço público pela porta da frente." Naquele momento, eu sabia que aquelas palavras tinham peso, mas, com o tempo, percebi que seu significado transcendia o simples ato de começar. Era sobre responsabilidade, ética, respeito e compromisso com o bem-estar de uma comunidade inteira.

Comecei como vigia, uma função que me ensinou a valorizar a segurança e o cuidado com o patrimônio público. Aos poucos, fui assumindo novas responsabilidades, tornando-me chefe da segurança patrimonial. Cada desafio trazia novas lições, e eu sabia que estava construindo algo maior do que apenas uma carreira — estava me tornando parte da vida de Estrela.

Nos últimos quatro anos, a responsabilidade de coordenar o Memorial de Estrela me foi confiada pelo prefeito Elmar Schneider, e ali encontrei uma nova missão. Tive a honra de disponibilizar 30 anos de acervo histórico que, por tanto tempo, guardei como um tesouro pessoal. Ver a comunidade interagir com esses registros, entender suas raízes, suas histórias, me trouxe um orgulho imenso. Não era apenas um trabalho, era uma forma de devolver à cidade um pouco de tudo o que ela me ofereceu. Ali, cada foto, cada documento, cada objeto conta um pedaço de quem somos, de onde viemos. E eu, com toda minha dedicação, tento garantir que essa memória nunca se perca.

Além disso, tenho contribuído na Comissão de Prevenção de Acidentes da Prefeitura por seis anos, onde a missão é simples, mas essencial: cuidar das pessoas que fazem o serviço público acontecer. Cada servidor que volta para casa em segurança é uma pequena vitória que celebra o valor da vida e do cuidado com o outro.

Quinze anos passaram rápido, mas não sem deixar suas marcas. Olho para trás e vejo um caminho repleto de aprendizado, de desafios superados, de amizades construídas. Colegas, supervisores, secretários, prefeitos — todos, de alguma forma, contribuíram para me tornar quem sou hoje. O serviço público não é uma estrada fácil, mas é uma das mais gratificantes. Porque não há maior satisfação do que saber que, com ética e moral, cumpri minha parte.

Aquela frase do ex-prefeito Brönstrup nunca saiu da minha mente, e hoje ela reverbera em minha alma com todo seu significado. "Entrar pela porta da frente" significa honrar a confiança que me foi depositada, servir com honestidade e fazer parte da construção de uma Estrela melhor. Sou eternamente grato a todos que fizeram parte dessa jornada, e continuo aqui, de coração aberto, pronto para seguir adiante, porque sei que ainda há muito por fazer.

E, enquanto houver trabalho a ser feito, estarei presente, servindo, protegendo, lembrando, sempre com a certeza de que o verdadeiro valor de ser servidor público está em cada gesto de cuidado com a nossa comunidade estrelense.

Airton Engster dos Santos -  Servidor Público de Estrela

Morreu Valmor José Guamirim - Indio - Sevidor municipal em Estrela

Estrela-RS 25 de setembro de 2024.

É com imenso pesar que nos despedimos de Valmor Guamirim, carinhosamente conhecido como Índio. Artesão habilidoso, servidor dedicado e um ser humano de enorme coração, ele nos deixa um legado de solidariedade e cuidado com o próximo. Índio fez de seu ofício um caminho para servir, mas também dedicou seu tempo e energia àqueles que mais precisavam, oferecendo sua mão amiga por meio de ações concretas como a produção de sopa para os menos favorecidos de nossa comunidade.

Sua fé e devoção como cristão eram igualmente exemplares, sempre intercedendo em oração por amigos e familiares, elevando a todos em seus momentos de reflexão e espiritualidade. Índio foi um homem que nos ensinou, com gestos simples e generosos, o valor da compaixão e da humildade.

Hoje, despedimo-nos de um amigo, de um verdadeiro exemplo de bondade e serviço. Que sua passagem seja iluminada pela luz divina, e que seu espírito encontre a paz eterna. Que sua memória permaneça viva em nossos corações e nos inspire a continuar praticando o bem, assim como ele fez. Vá em paz, querido Índio, você será sempre lembrado com carinho e gratidão. 

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Dia da Árvore é celebrado em Estrela com resgate histórico e simbólica sobre o umbu e a onça

















































Dia da Árvore é celebrado em Estrela com resgate histórico e simbólica ação

Cerimônia “Raízes do Amor e Preservação”, realizada sábado (21), Dia da Árvore, foi marcada pela plantação de um Umbu e ornamentação com estátua de uma onça, que fazem parte da história e folclore da Praça Menna Barreto e o surgimento de Estrela

Celebrado em todo o mundo em 21 de setembro, o Dia da Árvore teve celebração especial em Estrela. No sábado (21), em cerimônia realizada na Praça Menna Barreto, ponto fundamental e central no surgimento do município, ocorreu a comemoração da data aliada a um resgate histórico, batizada de “Raízes do Amor e Preservação”. Uma muda de Umbu, árvore berço da praça e cenário de muitas histórias e lendas, foi plantada no local exato onde os livros, fotos e lembranças dos mais antigos trazem registros. Como complemento, uma estátua de uma onça passou também a adornar o espaço, outro elemento presente nas histórias que atravessaram gerações.

A ação, que também faz parte do plano de reestruturação da Praça Menna Barreto, no Centro, castigada pelos fortes ventos do vendaval de janeiro e os períodos chuvosos, foi realizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade (Sedis), através do Departamento do Meio Ambiente, com parceria do Memorial de Estrela. Participaram do evento, que também contou com apresentações musicais, autoridades, entre elas o vice-prefeito João Carlos Schäfer, a coordenadora do Meio Ambiente, Tanara Schmidt, e diversas pessoas que resgataram a história da simbólica árvore e suas lendas. Entre estes, o professor e historiador Leônidas Erthal e também Airton Engster dos Santos, coordenador do Memorial Estrela.

Passado x presente

A coordenadora do Meio Ambiente, Tanara Schmidt, destacou a representatividade do momento como um todo no atual cenário. “Não se trata apenas de uma árvore, mas de um chamado à responsabilidade coletiva com a flora, um apelo silencioso à preservação do nosso planeta. A escultura da onça, por sua vez, materializa o grito de alerta para a fauna em risco, como um lembrete vivo da fragilidade e beleza da biodiversidade local.” O historiador Leônidas Erthal conectou a história local com o presente, lembrando como descobriu, ainda jovem, a narrativa da onça na Praça Menna Barreto por meio de uma pesquisa escolar. “É através desses resgates históricos que compreendemos a relevância de manter vivas as histórias que moldaram nossa identidade. As histórias do folclore local são o alicerce que sustenta o nosso senso de pertencimento. Elas nos ligam às nossas origens e ao povo que veio antes de nós, garantindo que as memórias coletivas não se percam com o passar do tempo.” Por sua vez, Airton Engster disse ainda que o evento, mais do que uma celebração do Dia da Árvore, foi também um profundo convite à reflexão sobre o papel que todos temos na preservação da natureza e da cultura local.

Saiba mais

Na cerimônia, eles explicaram aos presentes um pouco o legado histórico da árvore, um dos marcos da antiga praça Santo Antônio, hoje Menna Barreto, área berço também das primeiras edificações de uma das antigas “fazendas” do Alto Taquari no século XIX, depois “Freguesia de Estrela”, vilarejo que ascendeu ao futuro município. E ainda da onça, que segundo os relatos, rondava e era guardiã da majestosa árvore, e que só deixou de fazer parte do cenário quando este também mudou, com o consequente crescimento do vilarejo e maior movimento de pessoas. Ainda assim, figura constante em histórias e lendas que se seguiram por anos e atravessaram gerações. “No alto da colina, onde hoje se situa o Centro de Estrela, o tempo corria de forma diferente. Não havia ainda o desenho familiar de ruas, nem o burburinho de um povoado em formação. A paisagem era vastidão, e a vida seguia os ritmos de uma grande fazenda, com a casa-grande olhando altiva sobre lavouras e senzalas”, diz Erthal. “Mas ali estava o suntuoso Umbu, e na toca de suas raízes adormecia a onça”, relata.

Segundo o historiador, o primeiro prédio, modesto, ergueu-se por volta do ano 1800. O segundo, “já com ares de civilidade” como testemunham os historiadores e registros, foi o sobrado de Antônio Vitor de Sampaio Menna Barreto, depois Hotel Ruschel. “Entre esses dois pontos, o que havia era a natureza em estado bruto, resistente ao trabalho das mãos que tentavam domesticá-la”, relata o professor. “Foi nesse cenário que Antônio Vítor de Sampaio Menna Barreto começou a esboçar as primeiras ruas. E assim a onça deixou de ser vista, mas cujo rugido seguiu ecoando pela colina, servindo também para incrementar a imaginação em torno de histórias, contos e lendas.”

sábado, 21 de setembro de 2024

No Dia da Árvore, Estrela realizou o plantio de um Pé de Umbu, na Praça Menna Barreto
















Estrela-RS 21 de setembro de 2024.

No Dia da Árvore, Estrela realizou o plantio de um Pé de Umbu, na Praça Menna Barreto. O coração da cidade bate ao ritmo da terra e da tradição. Sob o olhar atento dos presentes, algo mais profundo foi semeado — uma memória ancestral, a lembrança de que a vida, em sua essência, se renova, cresce, floresce.

O Umbu, resistente e simbólico, será uma árvore a enraizar-se no solo estrelense. Será testemunha do tempo, assim como foi outrora. A história que o acompanhará, "A Onça e o Pé de Umbu", ecoará pelos galhos como uma lenda que remonta a tempos onde a vila era floresta. Estrela, com suas ruas modernas e seus prédios altos, nasceu da paciência da terra, do suor de seus habitantes e também dos segredos da mata que um dia foi senhora deste lugar.

Diz-se que, em tempos antigos, uma onça majestosa percorria estas terras. Ela, com sua presença silenciosa e altiva, conhecia cada curva do rio e cada sombra da floresta. O Pé de Umbu, robusto, era seu refúgio, por sua sombra refrescante, mas porque ali, embaixo de suas folhas, ela sentia a pulsação da terra, o ritmo da vida, o chamado da natureza que, naquele tempo, reinava soberana.

Hoje, ao plantar o Umbu na praça, a cidade reescreve sua história. O mesmo espírito de resistência que a onça trazia nos olhos continua presente. As mãos que cavarão a terra para o plantio são as mesmas que constroem a cidade, que a transformam, mas que, ao mesmo tempo, mantêm viva a memória de que tudo começou com a paciência da terra.

Na Praça Menna Barreto, entre os murmúrios de histórias do folclore e a promessa de um futuro verde, Estrela renasce. A cidade, que um dia foi floresta, nunca esqueceu suas origens. E agora, com o Pé de Umbu firmemente plantado, a onça pode descansar, sabendo que sua terra ainda respira, forte e resiliente como sempre. Airton Engster dos Santos.