Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

terça-feira, 4 de junho de 2024

Solidariedade de Imperatriz no Maranhão: Um Abraço Fraterno à Estrela no RS vítima das enchentes do Rio Taquari






Solidariedade de Imperatriz: Um Abraço Fraterno à Estrela! Crônica do Airton 29

O sol ainda despontava tímido no horizonte quando a solenidade de Corpus Christi começou a ganhar vida na Diocese de Imperatriz, Maranhão. O local do encontro dos fiéis pulsava com a devoção e a fé da comunidade. No entanto, naquele dia, havia um sentimento extra de compaixão no ar, uma solidariedade que transcendia as fronteiras estaduais.

Dom Vilsom Basso, com sua presença serena e voz acolhedora, subiu ao altar. Seus olhos refletiam a fé e uma preocupação com os irmãos distantes, afetados por uma tragédia. O Rio Grande do Sul, terra fértil e acolhedora, agora enfrentava a fúria implacável das águas, especialmente o município de Estrela, submerso em dores e perdas.

Enquanto a brisa leve balançava as vestes litúrgicas, Dom Vilsom evocou memórias e laços profundos. Lembrou com carinho de Dom Affonso Felippe Gregory, o primeiro Bispo Diocesano de Imperatriz, um homem de fé inabalável, originário de Estrela. Aquele era um dia para recordar não só o saudoso bispo, mas também seu pai, nascido na comunidade de Arroio do Ouro, interior de Estrela, agora devastada pela força avassaladora das enchentes.

A narrativa do bispo, intercalada por momentos de silêncio e oração, não foi um relato de tristeza, mas um chamado à ação. A compaixão transformava-se em mobilização, e Imperatriz respondia com o coração aberto. Donativos começaram a ser reunidos, um verdadeiro testemunho da fé em ação, da solidariedade que não conhece barreiras.

Cada item doado, cada oração elevada, era uma forma de abraço distante, um conforto em meio ao caos. O povo de Estrela, em sua vulnerabilidade, sentia o calor humano e a esperança renascer. As palavras de agradecimento ecoaram do sul para o norte, ligando as almas em um elo de fraternidade.

Naquela cerimônia, enquanto as velas de Corpus Christi brilhavam intensamente, Imperatriz e Estrela tornaram-se irmãs em solidariedade. A campanha de donativos, mais do que um gesto de caridade, era um símbolo poderoso de que, diante das adversidades, a união e o amor fraterno são os maiores alicerces da humanidade.

O povo de Imperatriz, com sua generosidade, mostrou que mesmo as águas mais furiosas não são capazes de apagar a luz da esperança e da solidariedade. Assim, cada gesto solidário tornava-se uma prece, cada doação, um voto de confiança em dias melhores.

E ao final da solenidade, Dom Vilsom, com o olhar fixo no horizonte, sabia que haviam plantado sementes de amor que floresceriam, transformando a dor em resiliência, a perda em renovação.

Airton Engster dos Santos - Historiador






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