Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Corpus Christi, a Paróquia Santo Antônio de Estrela reviveu sua fé e esperança







Fé e Esperança em Meio à Devastação - Crônica do Airton 25

No dia de Corpus Christi, a Paróquia Santo Antônio de Estrela reviveu sua fé e esperança, como uma flor que desabrocha em meio aos escombros de uma tormenta. O Rio Taquari, em sua fúria desmedida em maio de 2024, deixou um rastro de destruição que varreu as construções físicas, levando a serenidade de uma comunidade inteira. Igrejas, habitações, escolas, empresas, prédios públicos e áreas de lazer foram engolidos pela enchente, transformando a paisagem de Estrela em um cenário desolador.

Contudo, na manhã deste Corpus Christi, os fiéis reuniram-se na Paróquia Santo Antônio com uma força invisível que transcendia as ruínas ao seu redor. A missa, celebrada pelo dedicado Pe. Gabriel Bagatini e outros sacerdotes, foi um bálsamo para almas ainda abaladas pela recente tragédia. Em cada oração, havia um pedido de reconstrução; em cada canto, uma promessa de renascimento.

Após a missa, uma pequena procissão se formou, uma corrente de fé em torno da Praça Menna Barreto, no coração de Estrela. As paradas para reflexão eram momentos de introspecção profunda, onde cada fiel depositava suas dores e esperanças aos pés de Jesus Cristo. Este ano, não havia os tradicionais tapetes de serragem, coloridos com mensagens das capelas, que sempre adornavam as ruas. Mas a devoção era a mesma, talvez até mais intensa, moldada pelo desafio de continuar acreditando em meio à adversidade.

Os dias que se seguiram à enchente foram de dedicação intensa ao atendimento das famílias desabrigadas. Voluntários incansáveis emergiram como heróis anônimos, oferecendo abrigo, alimentos e conforto espiritual. A celebração de Corpus Christi, portanto foi  um ato litúrgico, um símbolo poderoso de solidariedade.

Enquanto os passos dos fiéis ecoavam suavemente sobre o pavimento úmido, havia uma sensação palpável de renovação. Cada parada da procissão era uma pausa para lembrar que, embora a água tenha levado tanto, não poderia levar a fé enraizada no coração desta comunidade.

Assim, em meio aos vestígios da enchente, Estrela encontrou no Corpus Christi um momento de união e renovação. A fé, que parecia frágil diante da força avassaladora das águas, mostrou-se inabalável, reafirmando que, mesmo nas circunstâncias mais sombrias, a esperança pode florescer, transformando dor em força e desespero em ação.

Na Paróquia São Cristóvão, a coordenação da celebração de Corpus Christi estava nas mãos experientes do Pe. José Augusto Schneider. Conhecido por sua sabedoria e liderança espiritual, Pe. José conduziu os preparativos com um olhar atento e um coração aberto. Sua presença serena transmitia uma calma contagiante, inspirando todos ao seu redor. 

Airton Engster dos Santos - Historiador.


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