Na noite estrelada de 12 de novembro de 2024, o Memorial Werner Schinke se iluminou com mais uma celebração, mas, dessa vez, algo especial pairava no ar.
Era o lançamento de um livro — uma ode à suinocultura, à história familiar, e à resiliência de gerações que carregaram consigo o peso e a alegria do trabalho no campo. Werner Meincke, Silvio Meincke, José Adão Braun, Gilberto Moacir da Silva e Alfredo Ignácio Barth se uniram para nos trazer “Suinocultura no Brasil – Evolução e Memória Familiar”, um livro de informações técnicas que carrega uma herança viva e pulsante.
O Memorial estava repleto. Ali, cada rosto parecia brilhar com o reflexo de memórias e histórias que iam muito além das páginas do livro. Para muitos, a trajetória descrita ali não era apenas lida — era sentida.
Werner Meincke, com seu olhar aguçado, foi relembrado por seu pioneirismo ao introduzir a inseminação artificial em suínos, dando início a um novo capítulo da suinocultura no Brasil. Ao lado dele, Silvio Meincke, teólogo e professor, trouxe a dimensão humana, mostrando que a suinocultura, antes de ser uma prática, é uma tradição familiar e comunitária.
A fala de cada um dos autores arrancou aplausos, e havia algo de muito especial em perceber que aquele era um momento coletivo: uma celebração dos autores, mas de toda uma família estendida, que a plateia representava.
E quando os autógrafos já haviam percorrido dezenas de mãos, eis que surge uma figura inesperada: Antônio Gringo, com seu seu violão, tomando lugar em meio ao público, como quem já faz parte daquela história.
Com um sorriso largo, ele agradeceu a oportunidade de estar ali e, em sua voz, ecoava o espírito da terra. Começou cantando suas composições que falam do campo, do povo trabalhador, das alegrias e desafios de quem tem o pé no chão e o olhar no horizonte.
Ele parecia ressoar a própria trajetória da família Meincke — homens e mulheres que ultrapassaram fronteiras para fazer história, de geração em geração.
Cada acorde, cada verso, parecia dialogar com os rostos emocionados da plateia, como se Gringo fosse um porta-voz daqueles corações que viveram e vivem da terra.
Os sorrisos se misturavam às lágrimas contidas; as palmas acompanhavam o compasso da música e da vida que ecoava naquela noite. Quando ele finalizou, o Memorial estava ainda mais cheio de histórias — aquelas que nascem nos encontros e se fortalecem nas celebrações.
A noite foi se despedindo devagar, como se ninguém quisesse ir embora. O livro de Werner, Silvio, José Adão, Gilberto e Alfredo agora pertencia a todos, e a música de Antônio Gringo ainda flutuava no ar, embalando as conversas que prometiam ecoar além daquela noite.
O Memorial Werner Schinke se despediu de cada um dos presentes como quem guarda consigo um tesouro, com a certeza de que o legado ali celebrado continuará a inspirar gerações.
Airton Engster dos Santos - Escritor - Fotos de Vinícius Knecht - poeta e fotógrafo.
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