O governo federal revisou nesta sexta-feira (20) sua previsão para o "tombo" do Produto Interno Bruto (PIB) e passou a estimar uma queda de 3,8% em 2016, informou o Ministério do Planejamento por meio do relatório de receitas e despesas do orçamento relativo ao segundo bimestre deste ano.
Até então, a expectativa era de uma retração de 3,05%. O mercado financeiro, por sua vez, estima uma contração de 3,88% para o nível de atividade este ano. Deste modo, a estimativa do governo ainda está um pouco melhor do que a previsão dos analistas dos bancos.
Em 2015, o PIB brasileiro já havia registrado uma retração de 3,8%. Com a previsão de um novo "encolhimento" do PIB neste ano, essa também será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de queda no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Inflação mais baixa
O governo também informou, por meio do decreto de programação orçamentária, que a inflação deverá fechar 2016 em 7%. A estimativa anterior era de 7,44%. Mesmo assim, poderá estourar novamente o teto da meta para este ano, que é de 6,5%.
Nesta sexta, o governo federal anunciou que enviará ao Congresso Nacional, na próxima semana, uma proposta que prevê um déficit (despesas maiores do que receitas) das contas públicas de até R$ 170,5 bilhões em 2016. Se confirmado, será o pior resultado da série histórica.
Esses R$ 170,5 bilhões não incluem os juros da dívida. Em agosto de 2015, a previsão de gastos com juros para este ano era de R$ 304 bilhões.
O secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo de Oliveira, informou que, caso a nova meta fiscal não seja aprovada pelo Legislativo, será preciso fazer um corte adicional de R$ 137,9 bilhões.
Segundo ele, esse corte é "inexequivel", pois o limite atualmente de despesas passiveis de contingenaciamento é de R$ 29 bilhões neste ano - de modo que o governo teria de cortar tudo o que fosse possível e paralisar suas atividades.
"Caso não seja aprovado [o novo limite dado pela meta fiscal], o déficit previsto é de R$ 113 bilhões. E a meta em vigor é de [superávit] R$ 24 bilhões. Teriamos de fazer um contingenciamento de R$ 137,9 bilhões adicionais aos R$ 44 bilhões [já feitos]", disse ele.
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