Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Histórias da Nossa História - As Picadas de Estrela-RS

As Picadas de Estrela-RS
As Picadas de Estrela-RS

As Picadas de Estrela

Após a primeira Guerra Mundial, as comunidades do interior de Estrela, tiveram seus nomes mudados, como segue:

Berlim – Almirante Barroso,
Kohl – Castro Alves,
Krupp – Paisandu,
Bismarck – Olavo Bilac,
Moltke – Marechal Mallet,
Frederico Guilherme – 11 de Novembro.

Pelo Ato n° seis, de 15 de novembro de 1919, a Prefeitura Municipal de Estrela, Picada Glückauf passou a ser denominada de General Canabarro.

Nesta época grande parte das residências era em estilo enxaimel. A língua dominante era o Sapato de Pau, denominação que recebeu o dialeto dos Westfalianos, pelo fato de usarem como na Westfália e também na Holanda, toscos sapatos trabalhados em madeira.

A venda abastecia as famílias interioranas. Uma casa de secos e molhados que adquiria dos colonos produtos como: banha, manteiga, ovos, milho a serem comercializados em outros lugares como Porto Alegre. Muitas vezes era realizada uma simples troca.

Os produtos eram acondicionados em barricas de madeira, da banha a manteiga, para transporte até o Porto de Estrela ou Bom Retiro do Sul, por onde as mercadorias seguiam de vapor, até a capital do Estado.

A banha era de boa qualidade e a manteiga era trazida até a venda enrolada em panos ou folhas de repolho. Ali eram misturadas e homogeneizadas. Muitas vezes as remessas de produtos desde as colônias até os portos eram feitas em mais vezes, tamanhas as produções das colônias.

Para colônias como Arroio da Seca e Corvo, o trajeto somente era feito a pé ou cavalo, a mata virgem era muito densa e a venda mais próxima localizava-se em Estrela. Os colonos levavam milho, feijão e outras mercadorias para as vendas em Estrela, as quais eram trocadas por roupas e utensílios diversos.

Por não ter sido possível trazer utensílios da Europa, os imigrantes fizeram todos seus pertences (xícaras, pratos, talheres e outros) de madeira. Também faziam sua própria cerveja, tomando-a nos dias de festa. As roupas eram feitas de feitas através de tear.

Muitas vezes os animais silvestres devoram o gado e as galinhas.

A terra para o plantio era limpa a mão. O cavalo além de servir para arar a terra passou a ser o meio de transporte utilizado para o deslocamento para Estrela.

As escolas eram distantes e as pessoas mais instruídas serviam como professores.  As escolas construídas serviam também cultos religiosos.

Os imigrantes trouxeram da Europa a medicina caseira. As pessoas tentavam se curar em casa, pois médico só em Estrela. Muitas pessoas morreram na época por falta de assistência.

Com a primeira leva de imigrantes não vieram padres nem pastores. Todas as famílias trouxeram consigo um livro chamado “Schwarzes Hausbuch”, de orações que servia de base para batismos, casamentos e enterros.

Os vizinhos se ajudavam mutuamente em caso de doenças e outras dificuldades. Os imigrantes mais novos casavam somente com outros imigrantes, geralmente com seus vizinhos. Eles tiveram grandes dificuldades para registrar seus filhos e terem seus casamentos reconhecidos.


Texto: Airton Engster dos Santos
Imagem: Aepan-ONG

Nenhum comentário:

Postar um comentário