Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Visita dos alunos do Colégio Martin Luther ao Memorial Werner Schinke


Hoje, estamos aqui para falar sobre uma parte importante da história do Brasil: a imigração alemã, que começou há 200 anos, em 1824. Este evento marcou o início de uma nova era, trazendo mudanças significativas para o nosso país.

No início do século XIX, a Alemanha enfrentava grandes dificuldades econômicas e políticas. Muitas famílias viam a emigração como uma esperança de uma vida melhor. O Brasil, por sua vez, oferecia terras férteis e a oportunidade de recomeçar. Foi assim que, em 1824, os primeiros colonizadores alemães chegaram ao sul do Brasil, especificamente ao Rio Grande do Sul.

Esses pioneiros enfrentaram inúmeros desafios ao chegar aqui. As condições eram duras: precisavam desbravar florestas, construir casas e plantar suas primeiras colheitas. A integração com a população local também exigiu esforço, já que os costumes e a língua eram diferentes.

No entanto, com muita perseverança, os imigrantes alemães conseguiram estabelecer comunidades prósperas. Eles trouxeram consigo conhecimentos avançados em agricultura, artesanato e educação, contribuindo significativamente para o desenvolvimento econômico e cultural do Brasil. As tradições alemãs, como a culinária, as festas e o idioma, enriqueceram a diversidade cultural do nosso país.

Hoje, a herança desses colonizadores é visível em muitas regiões do Brasil, especialmente no sul. Cidades como Estrela, onde estamos, preservam a memória e o legado dos imigrantes alemães, celebrando suas contribuições e mantendo vivas suas tradições.

A visita dos alunos do quinto ano do Colégio Martin Luther ao Memorial Werner Schinke é um exemplo maravilhoso de como podemos aprender e valorizar essa parte fundamental da nossa história. Através de vídeos e exposições, os alunos puderam compreender melhor as condições na Alemanha e no Brasil naquela época, assim como os desafios enfrentados pelos primeiros colonizadores.

Em resumo, a imigração alemã para o Brasil é um capítulo de resiliência e transformação, que nos ensina sobre coragem, trabalho árduo e a importância de abraçar a diversidade.

Airton Engster dos Santos - Historiador

domingo, 7 de julho de 2024

Júlio Carlos Lohmann - Pai da Acácia



Em julho de 1993, a Câmara de Vereadores de Estrela aprovou o Projeto de Lei do então vereador Pedro Antônio Barth, denominando uma via pública como Rua das Acácias. Esta rua, que conecta a Trans Santa Rita à comunidade de Arroio do Ouro, é a segunda homenagem ao pioneiro da Acácia Negra no Rio Grande do Sul e no Brasil, Júlio Carlos Lohmann. Outra rua em Estrela já leva seu nome desde 1981.

Lohmann, conhecido como o "Pai da Acácia", começou com uma pequena plantação em 1928 e, com seu espírito empreendedor, dedicou-se ao estudo da cultura da Acácia Negra. Em 1930, após entrar em contato com empresas na África do Sul, ele recebeu as primeiras sementes e iniciou a primeira plantação comercial de acácia negra em larga escala em Estrela, na Chacrinha.

Graças ao seu trabalho pioneiro, a Acácia Negra se tornou uma importante fonte de riqueza para o Estado, especialmente nas proximidades de curtumes em cidades como Montenegro e Portão. Além de seu pioneirismo agrícola, Lohmann também foi vice-presidente da União Colonial e membro da diretoria da Associação Rural de Estrela. Nascido em 1879, em Novo Paraíso, Estrela, ele faleceu em 1941, em Tramandaí, deixando um legado duradouro para a região. Airton Engster dos Santos - Historiador

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Os Pioneiros da Agricultura Alemã em Estrela: Adaptação e Trabalho Duro!


Os Pioneiros da Agricultura Alemã em Estrela: Adaptação e Trabalho Duro!

No alvorecer da colonização alemã em Estrela, o solo virgem e desconhecido representava tanto um desafio quanto uma promessa. Para os imigrantes germânicos, a terra era um livro aberto, pronto para ser escrito com suor e determinação. Carregando no coração a saudade da pátria e a esperança de um futuro próspero, esses pioneiros não se deixaram abater pelas dificuldades. Eles trouxeram consigo um profundo conhecimento agrícola, lapidado ao longo de gerações.

A primeira luz do dia se erguia sobre os campos, banhando-os com uma claridade suave que prometia uma nova jornada. Com ferramentas em mãos calejadas e olhares determinados, homens e mulheres desbravavam o terreno, transformando a natureza bruta em campos cultiváveis. O trigo, o milho, o feijão e a batata começavam a brotar sob o sol inclemente, um testemunho vivo da capacidade humana de adaptação e inovação.

Em pequenas propriedades familiares, a agricultura era um empreendimento coletivo. Cada membro da família tinha seu papel definido, do mais velho ao mais jovem. Crianças corriam entre os sulcos recém-arados, rindo e aprendendo com seus pais a arte de plantar e colher. O trabalho era árduo, e o corpo cansado ao final do dia era uma prova de que cada esforço valia a pena.

As técnicas agrícolas avançadas, trazidas da Europa, encontravam um novo lar no solo de Estrela. Os imigrantes adaptavam-se às condições climáticas e de solo locais, ajustando suas práticas à nova realidade. E assim, lentamente, os campos se enchiam de vida. Frutas doces pendiam das árvores, e o aroma do trigo maduro enchia o ar, sinalizando tempos de colheita e fartura.

Com o tempo, os frutos do trabalho árduo começaram a florescer nos campos e também na economia local. Os mercados se encheram de produtos frescos, e a prosperidade começou a desenhar novos contornos na vida dos colonos. O esforço incansável dos pioneiros garantiu a subsistência de suas famílias e lançou as bases para um futuro de crescimento econômico sustentável.

Os pioneiros da agricultura alemã em Estrela são lembrados pelo que cultivaram no solo e pelo legado de resiliência e inovação que deixaram. Cada colheita bem-sucedida, cada safra abundante, é um tributo àqueles que, com coragem e trabalho duro, transformaram um pedaço de terra desconhecida em um lar próspero. Suas histórias são narrativas de determinação e fé, tecidas no tecido da terra e do tempo, eternizando-se na memória de Estrela e na alma de seus descendentes. Airton Engster dos Santos - Historiador.

Um Laço de Solidariedade Entre Estrela e Imperatriz

Dia da Imigração Alemã em Estrela, 1935

Dia da Imigração Alemã em Estrela, 1935

 

Uma Aurora de Memórias: Crônica do Dia da Imigração Alemã em Estrela, 1935

Quando os primeiros raios de sol despontaram no horizonte em 25 de julho de 1935, Estrela acordou em um esplendor diferente. Era o início de um dia de celebração e reverência, onde o céu se enchia de fogos de artifício que dançavam com o alvorecer, como se anunciassem que algo grandioso estava prestes a acontecer.

O aroma do pão fresco e das guloseimas típicas alemãs impregnava o ar, misturando-se ao som alegre das bandinhas que se preparavam para a grande marcha. As ruas, adornadas com bandeiras e fitas coloridas, ganharam vida com o movimento dos habitantes de Estrela, que, com sorrisos no rosto e brilho nos olhos, se vestiam com seus trajes típicos, carregando com orgulho os símbolos de sua herança.

O desfile, vibrante e repleto de significado, foi o coração pulsante da comemoração. Crianças, adultos e idosos se uniram em um fluxo de cores e tradições, caminhando lado a lado, cada passo ecoando histórias de coragem e esperança. Era como se, por um dia, o passado e o presente se fundissem, celebrando a chegada dos primeiros colonizadores alemães que, com determinação e fé, desbravaram esta terra e plantaram as sementes de uma comunidade próspera.

A procissão seguia com uma reverência quase sagrada, passando por marcos históricos da cidade que testemunharam a evolução de Estrela ao longo dos anos. Em cada esquina, espectadores aplaudiam e sorriam, reconhecendo o esforço e a resiliência dos seus antepassados. O som das músicas tradicionais, tocadas com fervor, parecia ressoar nas pedras das ruas, ecoando no coração de cada um presente.

Após o desfile, a cidade se reuniu para as cerimônias religiosas, um momento de introspecção e gratidão. A igreja, adornada com flores e velas, acolheu todos com uma atmosfera de paz e respeito. As preces eram um agradecimento pela jornada dos imigrantes e também um pedido de bênçãos para as futuras gerações, para que continuassem a trilhar o caminho da união e do trabalho árduo.

A tarde foi dedicada à confraternização. Em longas mesas dispostas ao ar livre, um banquete se desenrolava, repleto de pratos que traziam à memória os sabores da Alemanha. A música animada e as danças tradicionais envolveram a todos em um ritmo contagiante, recriando a camaradagem e a alegria dos primeiros tempos. Risos, conversas e brindes celebravam não  o passado e o presente e o futuro de Estrela.

Quando a noite caiu, uma sensação de contentamento e união permeava o ar, como um último tributo àqueles que, com sua coragem e visão, transformaram Estrela em um lar para tantos.

Aquele 25 de julho de 1935 foi uma celebração da essência de uma comunidade, um tributo ao espírito humano que, contra todas as adversidades, constrói, prospera e celebra. As memórias daquele dia viverão nos corações dos estrelenses, passando de geração em geração, como um símbolo eterno da força e da união que os define. Airton Engster dos Santos - Historador.