Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Dia da Imigração Alemã em Estrela, 1935

 

Uma Aurora de Memórias: Crônica do Dia da Imigração Alemã em Estrela, 1935

Quando os primeiros raios de sol despontaram no horizonte em 25 de julho de 1935, Estrela acordou em um esplendor diferente. Era o início de um dia de celebração e reverência, onde o céu se enchia de fogos de artifício que dançavam com o alvorecer, como se anunciassem que algo grandioso estava prestes a acontecer.

O aroma do pão fresco e das guloseimas típicas alemãs impregnava o ar, misturando-se ao som alegre das bandinhas que se preparavam para a grande marcha. As ruas, adornadas com bandeiras e fitas coloridas, ganharam vida com o movimento dos habitantes de Estrela, que, com sorrisos no rosto e brilho nos olhos, se vestiam com seus trajes típicos, carregando com orgulho os símbolos de sua herança.

O desfile, vibrante e repleto de significado, foi o coração pulsante da comemoração. Crianças, adultos e idosos se uniram em um fluxo de cores e tradições, caminhando lado a lado, cada passo ecoando histórias de coragem e esperança. Era como se, por um dia, o passado e o presente se fundissem, celebrando a chegada dos primeiros colonizadores alemães que, com determinação e fé, desbravaram esta terra e plantaram as sementes de uma comunidade próspera.

A procissão seguia com uma reverência quase sagrada, passando por marcos históricos da cidade que testemunharam a evolução de Estrela ao longo dos anos. Em cada esquina, espectadores aplaudiam e sorriam, reconhecendo o esforço e a resiliência dos seus antepassados. O som das músicas tradicionais, tocadas com fervor, parecia ressoar nas pedras das ruas, ecoando no coração de cada um presente.

Após o desfile, a cidade se reuniu para as cerimônias religiosas, um momento de introspecção e gratidão. A igreja, adornada com flores e velas, acolheu todos com uma atmosfera de paz e respeito. As preces eram um agradecimento pela jornada dos imigrantes e também um pedido de bênçãos para as futuras gerações, para que continuassem a trilhar o caminho da união e do trabalho árduo.

A tarde foi dedicada à confraternização. Em longas mesas dispostas ao ar livre, um banquete se desenrolava, repleto de pratos que traziam à memória os sabores da Alemanha. A música animada e as danças tradicionais envolveram a todos em um ritmo contagiante, recriando a camaradagem e a alegria dos primeiros tempos. Risos, conversas e brindes celebravam não  o passado e o presente e o futuro de Estrela.

Quando a noite caiu, uma sensação de contentamento e união permeava o ar, como um último tributo àqueles que, com sua coragem e visão, transformaram Estrela em um lar para tantos.

Aquele 25 de julho de 1935 foi uma celebração da essência de uma comunidade, um tributo ao espírito humano que, contra todas as adversidades, constrói, prospera e celebra. As memórias daquele dia viverão nos corações dos estrelenses, passando de geração em geração, como um símbolo eterno da força e da união que os define. Airton Engster dos Santos - Historador.

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