Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Corrente de Esperança Após a Inundação na EEEPE - Enchente do Rio Taquari 2024






Corrente de Esperança Após a Inundação na EEEPE! Crônica do Airton 26

A maior enchente do Rio Taquari em toda a história deixou suas marcas indeléveis nas ruas e corações de Estrela, Rio Grande do Sul. A Escola Estadual Profissional Estrela - EEEPE foi um dos alvos mais atingidos, com suas salas de aula e laboratórios de informática submersos, arrastando com a força das águas os sonhos e os esforços de uma comunidade dedicada à educação.

Mas nas águas turbulentas, emergiram heróis silenciosos. Entre eles, a empresária Taciana, que, ao ouvir sobre a tragédia, não hesitou em mobilizar 18 pessoas de São Marcos para ajudar. Taciana sentiu um chamado profundo ao ver a situação devastadora em Estrela. “As vezes a gente precisa tanto das pessoas e recebemos o melhor que elas têm”, disse a diretora Cláudia, com os olhos marejados de gratidão, ao ver os voluntários dedicando seu tempo e energia para salvar o que restava do seu amado educandário.

A chegada dos voluntários foi como um raio de sol após a tempestade. Com baldes, vassouras e uma determinação inquebrantável, eles se uniram à direção, professores e alunos. Cada movimento de limpeza era um ato de resistência, cada objeto recuperado, uma vitória contra a adversidade.

É comovente acompanhar essa luta diária, onde cada peça, cada centímetro de chão recuperado, é uma prova do poder da comunidade e da solidariedade. Taciana e seu grupo trouxeram força física e esperança renovando a fé de todos na bondade humana.

Naqueles dias de esforço conjunto, a EEEPE tornou-se um símbolo da resistência e da capacidade humana de se erguer das ruínas. A água que invadiu os corredores e salas, levando equipamentos e materiais, não conseguiu apagar a paixão da comunidade escolar e dos novos amigos de São Marcos.

Mais pessoas bondosas juntaram-se a essa corrente, trazendo ajuda prática e um reforço emocional que se mostrou vital. A diretora Cláudia, vendo a união e o trabalho incansável de todos, sentiu-se revigorada. O apoio de desconhecidos que se tornaram amigos e a solidariedade que floresceu em meio ao caos tornaram-se o alicerce de uma nova reconstrução da estrutura física e do espírito de uma comunidade inteira.

Assim, nas margens do Rio Taquari, uma nova história começou a ser escrita. Uma história onde, apesar das águas devastadoras, a corrente de esperança e solidariedade provou ser mais forte, transformando a tragédia em um renascimento coletivo. Estrela, com suas marcas de luta, brilhou mais uma vez, iluminada pelo amor e dedicação de seus novos heróis.


Airton Engster dos Santos - Historiador.

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Corpus Christi, a Paróquia Santo Antônio de Estrela reviveu sua fé e esperança







Fé e Esperança em Meio à Devastação - Crônica do Airton 25

No dia de Corpus Christi, a Paróquia Santo Antônio de Estrela reviveu sua fé e esperança, como uma flor que desabrocha em meio aos escombros de uma tormenta. O Rio Taquari, em sua fúria desmedida em maio de 2024, deixou um rastro de destruição que varreu as construções físicas, levando a serenidade de uma comunidade inteira. Igrejas, habitações, escolas, empresas, prédios públicos e áreas de lazer foram engolidos pela enchente, transformando a paisagem de Estrela em um cenário desolador.

Contudo, na manhã deste Corpus Christi, os fiéis reuniram-se na Paróquia Santo Antônio com uma força invisível que transcendia as ruínas ao seu redor. A missa, celebrada pelo dedicado Pe. Gabriel Bagatini e outros sacerdotes, foi um bálsamo para almas ainda abaladas pela recente tragédia. Em cada oração, havia um pedido de reconstrução; em cada canto, uma promessa de renascimento.

Após a missa, uma pequena procissão se formou, uma corrente de fé em torno da Praça Menna Barreto, no coração de Estrela. As paradas para reflexão eram momentos de introspecção profunda, onde cada fiel depositava suas dores e esperanças aos pés de Jesus Cristo. Este ano, não havia os tradicionais tapetes de serragem, coloridos com mensagens das capelas, que sempre adornavam as ruas. Mas a devoção era a mesma, talvez até mais intensa, moldada pelo desafio de continuar acreditando em meio à adversidade.

Os dias que se seguiram à enchente foram de dedicação intensa ao atendimento das famílias desabrigadas. Voluntários incansáveis emergiram como heróis anônimos, oferecendo abrigo, alimentos e conforto espiritual. A celebração de Corpus Christi, portanto foi  um ato litúrgico, um símbolo poderoso de solidariedade.

Enquanto os passos dos fiéis ecoavam suavemente sobre o pavimento úmido, havia uma sensação palpável de renovação. Cada parada da procissão era uma pausa para lembrar que, embora a água tenha levado tanto, não poderia levar a fé enraizada no coração desta comunidade.

Assim, em meio aos vestígios da enchente, Estrela encontrou no Corpus Christi um momento de união e renovação. A fé, que parecia frágil diante da força avassaladora das águas, mostrou-se inabalável, reafirmando que, mesmo nas circunstâncias mais sombrias, a esperança pode florescer, transformando dor em força e desespero em ação.

Na Paróquia São Cristóvão, a coordenação da celebração de Corpus Christi estava nas mãos experientes do Pe. José Augusto Schneider. Conhecido por sua sabedoria e liderança espiritual, Pe. José conduziu os preparativos com um olhar atento e um coração aberto. Sua presença serena transmitia uma calma contagiante, inspirando todos ao seu redor. 

Airton Engster dos Santos - Historiador.


terça-feira, 28 de maio de 2024

A Rosa Intacta em Estrela floresce como um símbolo de fé e reconstrução. Enchente do Rio Taquari 2024







A Rosa Intacta em Estrela floresce como um símbolo de fé e reconstrução! Crônica do Airton 23

Na tranquila cidade de Estrela, o dia 31 de outubro de 2017 foi marcado por celebrações que uniram a comunidade luterana em um espírito de reverência e gratidão. Os sinos tocaram alto, ecoando pelo ar, enquanto a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB) abrigava um culto paroquial repleto de devoção. Em meio a essas comemorações, um monumento singular foi inaugurado na Rua Arnaldo J. Diel, ao lado da Escadaria do Rio Taquari: a Praça Martin Luther, adornada pela Rosa Luterana, tornou-se um novo marco na cidade.

A Rosa Luterana, com sua simbologia profunda, repousava imponente sobre uma Bíblia, acompanhada de uma placa que proclamava: "O Justo Viverá Pela Fé". Este monumento, fruto de uma decisão da comunidade local, rapidamente se tornou um lugar de reflexão e espiritualidade, um ponto de encontro onde os valores e princípios da fé luterana eram celebrados e relembrados.

No entanto, em maio de 2024, uma devastadora enchente trouxe uma destruição sem precedentes para Estrela. As águas do Rio Taquari, implacáveis, varreram tudo em seu caminho, destruindo estruturas inteiras e arrancando árvores como se fossem meros gravetos. A Praça Martin Luther não foi poupada; a fúria das águas transformou um espaço de paz e beleza em um cenário de desolação.

Mas, em meio a esse caos, um milagre se revelou. O monumento com a Rosa de Lutero permaneceu intacto, como se protegido por uma força invisível. A Bíblia sobre a qual repousa a Rosa estava perfeita, e a inscrição "O Justo Viverá Pela Fé" parecia brilhar ainda mais intensamente, como uma mensagem divina de esperança.

A preservação desse monumento em meio à destruição se torna um símbolo poderoso para a comunidade de Estrela. Representa a força da fé e a capacidade de se reerguer das adversidades. A Praça Martin Luther, agora marcada pela cicatriz da enchente, começou a ser vista como um espaço de renascimento. O monumento tornou-se um símbolo de esperança, inspirando a todos a reconstruir suas vidas e a cidade com a mesma determinação e fé que mantiveram a Rosa Luterana de pé.

A história do monumento e da enchente passou a ser contada com reverência. Estrela, assim como a Rosa Luterana, demonstra uma força inabalável, uma capacidade que transcende a mera reconstrução física. O "O Justo Viverá Pela Fé", uma inscrição em uma placa; tornou-se um lema de vida para todos que testemunharam a fúria das águas e a milagrosa preservação do símbolo de sua fé.

E assim, a Rosa Luterana em Estrela permanece como um monumento religioso e testemunho eterno da capacidade humana de encontrar força na fé diante da adversidade. A praça ao redor do monumento é agora um lugar de lembrança e renovação, onde cada visitante pode sentir a poderosa mensagem de que, com fé, é possível enfrentar e superar qualquer tempestade.

Airton Engster dos Santos - Historiador

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Enchente do Rio Taquari em maio de 2024 - A Sinfonia da Solidariedade na Antiga Polar de Estrela!






A Sinfonia da Solidariedade na Antiga Polar de Estrela! Crônica do Airton 22

O silêncio do prédio da antiga Cervejaria Polar, em Estrela, é rompido pela sinfonia da solidariedade. O eco das vozes de crianças e adolescentes se mistura ao som das rodas dos caminhões e ao arrastar das caixas pelo chão. O cheiro de umidade ainda paira no ar, resquício da enchente que submergiu o município nas águas turbulentas do Rio Taquari. A tragédia deixa uma cicatriz profunda, mas também acende uma chama de esperança e compaixão.

O Centro de Distribuição, montado às pressas no prédio histórico, torna-se um núcleo de atividades frenéticas. Caminhões carregados com donativos chegam incessantemente, trazendo consigo mantimentos e uma promessa de solidariedade de desconhecidos. Dentro, o ambiente é uma mistura de organização e caos controlado, onde a desordem inicial logo se transforma em ordem graças à dedicação de servidores e voluntários.

Entre esses voluntários, destacam-se os alunos da Escola Estadual Vidal de Negreiros. Rostos jovens, ainda marcados pela ingenuidade e pela esperança, se debruçam sobre pilhas de alimentos, roupas e produtos de higiene. Guiados por seus professores e pela direção da escola, eles se movem com um propósito firme, seus corações aquecidos pela missão de ajudar aqueles que, muitas vezes, são seus próprios vizinhos, amigos e familiares.

Uma aluna do primeiro ano, não consegue esconder a emoção enquanto dobra cuidadosamente uma camiseta que será entregue a uma família desabrigada. Seus olhos brilham pelas lágrimas que ela tenta conter e pelo senso de realização que sente. Ao seu lado, outro aluno, do terceiro ano, embala pacotes com uma destreza que só quem compreende a urgência da fome poderia ter. Cada cesta montada é uma mensagem silenciosa de esperança e de que ninguém está sozinho.

Os professores, com a paciência e a sabedoria que só a experiência traz, coordenam os esforços, assegurando que nada seja desperdiçado e que cada item chegue às mãos certas. A diretora, dona Fabiane Becker, circula entre os alunos, sua presença uma constante lembrança de que a liderança verdadeira se faz na linha de frente, com empatia e ação. A vice-diretora Mônica Juliana Petter Leal Ramos se empenha para tudo ocorrer da melhor forma possível.

Além dos esforços da Escola Estadual Vidal de Negreiros, a ajuda se multiplica com a colaboração de outras escolas. Estudantes e professores de instituições de ensino se unem à causa, trazendo também um reforço significativo na força de trabalho. A Escola de Ensino Médio Estrela envia seus próprios voluntários, ampliando a corrente de solidariedade e fortalecendo os laços entre as comunidades. Cada grupo que chega adiciona mais mãos e corações à missão, transformando o Centro de Distribuição em um verdadeiro símbolo de união e esperança.

Os dias se transformam em semanas, e o Centro de Distribuição continua a pulsar com a energia da solidariedade. Cada cesta entregue é um ato de amor, um gesto que diz "estamos aqui". Estrela, ferida pela enchente, encontra nos pequenos gestos de sua comunidade a força para se reerguer.

A antiga Cervejaria Polar, testemunha silenciosa de tantos momentos na história do município, ganha um novo capítulo. Suas paredes, que antes abrigavam o borbulhar de cervejas, agora são eco do burburinho de esperança e de uma comunidade unida. E assim, em meio à destruição, a generosidade dos alunos da Escola Estadual Vidal de Negreiros e Ensino Médio Estrela se destacam como uma luz, aquecendo corações e reacendendo a chama da esperança em cada canto de Estrela. 

Airton Engster dos Santos - Historiador.

sábado, 25 de maio de 2024

Enchente do Rio Taquari destruiu a Biblioteca Municipal de Estrela





"Renascer Entre Páginas: A Esperança de Estrela" - Crônica do Airton 21

Estrela, uma cidade antes vibrante, encontra-se em silêncio, mas com um coração que pulsa esperança. As águas do Rio Taquari, que outrora traziam vida, desta vez trouxeram destruição, arrastando sonhos, memórias e, entre tantas perdas, a Biblioteca Municipal Francisco Reckziegel Assis Sampaio.

A biblioteca, um refúgio de conhecimento e cultura, viu suas prateleiras submersas, suas páginas virando correnteza. O cheiro de livros molhados e lama, cada canto contando a história de uma tragédia recente. No entanto, mesmo no meio da destruição, nascem os primeiros brotos de renascimento.

Entre os destroços, uma figura se destaca. Sr. Berti Bencke, com suas mãos caridosas e olhar determinado, carrega um tesouro sob o braço. Um livro, o primeiro a retornar ao novo acervo da biblioteca. Sua doação é um gesto simples, mas imensamente simbólico. Ele sabe que reconstruir não é apenas erguer paredes, mas restaurar a alma da comunidade. O ato de Bencke é uma faísca que acende a chama da esperança.

A notícia da doação de Bencke espalha-se rapidamente pela cidade. Logo, outros corações estrelenses se comovem e começam a agir. Aos cuidados de Walter Schinke, de Porto Alegre chegam caixas com livros, cuidadosamente selecionados por leitores que, mesmo distantes, sentem-se próximos pela solidariedade. Em São José dos Pinhais, no Paraná, uma livraria da estrelense Tutty e do amigo Eliel, organiza uma campanha de arrecadação. Cada livro, uma promessa de dias melhores.

Crianças, que assistiram à enchente com olhos assustados, agora desenham seus sonhos em folhas novas. Elas imaginam a biblioteca ressurgindo, mais forte, mais rica, pronta para acolher novas histórias e aventuras.

Há um senso de propósito compartilhado que transcende a perda material. Há uma compreensão de que a biblioteca é um símbolo da identidade e da persistência de Estrela.

Os dias passam e, pouco a pouco, a biblioteca começa a ganhar forma novamente. Cada livro recolocado na prateleira será um testemunho da força coletiva, um lembrete de que mesmo as águas mais devastadoras não podem submergir a determinação de uma comunidade unida.

E assim, enquanto as cicatrizes da enchente ainda marcam a cidade, as páginas viradas contam uma nova história de renascimento. Estrela, com cada livro doado, reescreve seu destino, provando que a força das águas pode ser superada pela força das pessoas. A biblioteca, ressurgida das águas, será um farol de esperança, iluminando o caminho para um futuro melhor.

Airton Engster dos Santos - Escritor


sexta-feira, 24 de maio de 2024

As Memórias Submersas do Porto de Estrela! Crônica do Airton 20 - Enchente do Rio Taquari 2024






As Memórias Submersas do Porto de Estrela! Crônica do Airton 20

Em um dia nebuloso de maio de 2024, o Rio Taquari elevou suas águas como nunca antes visto, engolindo com voracidade tudo o que encontrava pelo caminho. Foi um evento histórico, daqueles que se tornam marcos na memória coletiva de um povo. E, entre os muitos afetados, estava o Porto de Estrela, outrora símbolo de progresso e prosperidade do Vale do Taquari.

Desde a sua inauguração em 10 de novembro de 1977, o Porto de Estrela foi uma estrutura de transporte. Foi a artéria que pulsava riqueza e desenvolvimento para Estrela e região. A combinação estratégica de rodovias, ferrovias e hidrovias fazia dele um ponto de convergência inestimável. Era como se todos os caminhos levassem ao Porto, conectando produtores e consumidores, importadores e exportadores, todos dependentes dessa vital estrutura.

A construção do entroncamento foi uma façanha monumental. Sob a égide de um convênio que envolveu a Petrobrás, o Deprec e a CESA, a obra foi um exemplo de cooperação e visão de futuro. A Petrobrás bancou o projeto, investindo cerca de 300 milhões de Cruzeiros, uma quantia astronômica para a época. Mas o retorno foi incomensurável, trazendo desenvolvimento e emprego, transformando Estrela em um fulcro econômico da região.

Situado junto à BR 386 e conectado por estrada de ferro às áreas produtoras, o porto era a porta de entrada e saída para produtos que percorriam vastas distâncias. Via fluvial, ligava-se ao Porto de Rio Grande, abrindo caminho para o mundo. Durante mais de uma década, a estrutura ferveu de atividade, testemunhando o vai e vem constante de mercadorias e pessoas. Estava sempre viva, sempre em movimento.

Porém, nada escapa ao implacável avanço do tempo. Nos anos 90, a atividade no Porto de Estrela foi desativada, e uma quietude melancólica tomou conta do local. Mesmo assim, a administração municipal não desistiu dele, pleiteando sua municipalização e organizando eventos como a EstrelaMultifeira, na tentativa de reviver seu antigo brilho.

Mas a natureza, com sua força indomável, trouxe um fim inesperado e abrupto para essas aspirações. A grande enchente do Rio Taquari em 2024 destruiu toda a estrutura do porto. As águas revoltas não pouparam nada, deixando um rastro de destruição e desolação. Os custos de recuperação são tão altos que inviabilizam qualquer tentativa de reconstrução. Restaram apenas as lembranças.

E que lembranças são essas! De um tempo em que o Porto de Estrela era o orgulho dos estrelenses, uma prova tangível de que o trabalho conjunto pode erguer maravilhas. O som dos guindastes, o apito dos trens, o burburinho incessante de trabalhadores e comerciantes, tudo isso agora repousa no fundo do rio, envolto em silêncio aquoso.

Enquanto a cidade se reorganiza e tenta seguir adiante, o Porto de Estrela permanece nas memórias daqueles que viveram seus anos dourados. Uma parte da identidade coletiva que foi destruída. E, talvez, ao recordar com carinho e saudade o porto que um dia foi a alma do progresso, os estrelenses possam encontrar forças para continuar construindo, honrando o passado e mirando o futuro.

Assim, as águas que levaram o porto consigo também trouxeram à tona o melhor dos sentimentos humanos: a persistência. Porque, em Estrela, embora o porto tenha se perdido, o espírito de superação e a vontade de crescer permanecem imortais.

Airton Engster dos Santos - Historiador.

quinta-feira, 23 de maio de 2024

A Praça Luiz Müssnich sucumbiu à força da enchente de 2024 em Estrela






A Praça Luiz Müssnich sucumbiu à força da enchente! Crônica do Airton 20

A Praça Luiz Inácio Müssnich, em Estrela, sempre foi um ponto de encontro, entre as ruas Geraldo Pereira e Bruno Schwertner. Inaugurada em 1968 pelo então prefeito Adão Henrique Fett, a praça foi uma homenagem justa a um homem que tanto contribuiu para a cidade, Luiz Inácio Müssnich, empresário industrial, líder comunitário e primeiro suplente de juiz federal substituto.

Ao longo dos anos, a praça se tornou um espaço verde. Crianças corriam felizes entre os brinquedos, enquanto suas risadas se misturavam ao som do vento que balançava as árvores. Nos finais de tarde, famílias se reuniam para um chimarrão, trocando histórias e vivências, compartilhando momentos que se tornavam memórias preciosas.

No entanto, a enchente do Rio Taquari em maio de 2024 trouxe um golpe cruel para toda Estrela. As águas, impiedosas e avassaladoras, invadiram a cidade, e a querida Praça Luiz Inácio Müssnich não foi poupada. Os brinquedos que antes acolhiam a alegria infantil foram arrastados, as árvores que ofereciam sombra foram derrubadas, e o espaço de convívio foi transformado em um cenário de destruição.

O impacto da enchente foi sentido por todos. A praça, que por décadas simbolizou a união e a força da comunidade, agora refletia uma ferida aberta. Mas, como em todas as histórias de superação, é nas adversidades que se revela a verdadeira essência de um povo.

A restauração da Praça Luiz Inácio Müssnich não será uma tarefa fácil. Será necessária a determinação do governo municipal, a solidariedade dos cidadãos e o apoio de cada membro da comunidade. Mas, se há algo que a história de Estrela nos ensina, é que a cidade é forte. A mesma força que levou Adão Henrique Fett a construir a praça em homenagem a Luiz Inácio Müssnich será a força que a erguerá novamente.

Cada tijolo recolocado, cada árvore plantada, cada brinquedo reinstalado será um símbolo da renovação e da esperança. A praça renascerá, não apenas como um espaço físico, mas como um monumento à perseverança e ao espírito comunitário de Estrela.

E quando as crianças voltarem a brincar, e as famílias retomarem seus encontros vespertinos para tomar chimarrão, a Praça Luiz Inácio Müssnich será um testemunho de que, apesar das tempestades, a essência de Estrela permanece inabalável. O sol voltará a brilhar, as risadas preencherão o ar, e a praça, como a própria cidade, florescerá novamente. 

Airton Engster dos Santos - Historiador.