Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Porto de Estrela - 40 Anos - 1977 - 2017

Porto de Estrela - 40 Anos - 1977 - 2017

Porto de Estrela está sob administração do município




















Porto de Estrela está sob administração do município

Contrato foi assinado nesta semana pelo governo municipal e a Superintendência dos Portos do RS

O Porto de Estrela está definitivamente sob administração do município. Aditivo ao contrato de Termo de Cessão de Uso foi assinado na quarta-feira (26.08) pelo governo local e pela Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul (SUPRG). A súmula foi publicada na edição desta sexta-feira (28.08) do Diário Oficial do Estado. Efetivada a administração do complexo, conforme o secretário do Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Guilherme Engster, num primeiro momento a prefeitura deve transferir para o local alguma estrutura administrativa, provavelmente a Secretaria de Obras, que se localiza nas proximidades do porto. 

“O objetivo é que se tenha a ocupação do espaço e não haja um custo extra ao município para preservar aquele patrimônio”, explica Engster. Quanto ao futuro do complexo, segundo ele, deve certamente passar pelo debate com a comunidade, para que aquela estrutura possa gerar desenvolvimento. 

O processo para que o porto passasse definitivamente para a gestão do município passou por várias etapas. Em maio deste ano, por exemplo, foi publicada no Diário Oficial do Estado a cessão de uso da área de 492 mil metros quadrados ao município. O contrato foi firmado entre a SUPRG, autarquia vinculada à Secretaria de Logística e Transportes do Estado, e a prefeitura. O prazo da concessão é de 20 anos. 

Já em julho do ano passado o ministro da Infraestrutura assinou portarias que alteraram as áreas das poligonais de 16 portos do País, entre eles o de Estrela. Esta medida visa reduzir a burocracia, facilitando o processo de municipalização. A revisão das poligonais, que compreende as áreas destinadas às instalações portuárias, bem como à infraestrutura de proteção e de acesso, define com mais clareza quais são os limites geográficos da jurisdição e da atuação (pública e privada) dos portos.

Fotos: Airton Engster dos Santos

IBGE divulgou as Estimativas da População 2020 - Estrela teve crescimento de 0,83%

 


IBGE divulgou as Estimativas da População 2020 dos 5.570 municípios brasileiros.

Historicamente não há divulgação das estimativas em ano de Censo Demográfico, porém, como a atividade censitária foi adiada para 2021 em função da pandemia do novo coronavírus, apresentamos as estimativas para o ano de 2020, com data de referência de 1º de julho.

Com crescimento de 0,77% em relação ao ano anterior, a população brasileira superou a marca de 211 milhões de habitantes. Já o estado do RS apresentou crescimento inferior ao nacional (0,4%), e atingiu a marca de 11,4 milhões de habitantes.

Com 36 municípios, o Vale do Taquari somava 366.122 habitantes; 0,67% superior a 2019. Quase metade desses municípios (17) reduziu sua população, com os municípios de Sério, Pouso Novo e Vespasiano Corrêa registrando as maiores perdas percentuais. Com 1.495 habitantes, o município de Coqueiro Baixo apresentava a menor população do Vale.

Por outro lado, o município mais populoso do Vale - Lajeado - superou a relevante marca de 85 mil habitantes (85.033), sendo seguido por Estrela (34.399 habitantes) e Teutônia (33.766 habitantes).


Tabela 6579 - População residente estimada
Variável - População residente estimada (Pessoas)
Nível territorialAnoVariação
20192020
Brasil210.147.125211.755.6920,77%
Sul29.975.98430.192.3150,72%
Rio Grande do Sul11.377.23911.422.9730,40%
Anta Gorda (RS)5.9815.961-0,33%
Arroio do Meio (RS)20.80520.9670,78%
Arvorezinha (RS)10.42410.423-0,01%
Bom Retiro do Sul (RS)12.32812.3900,50%
Boqueirão do Leão (RS)7.7147.702-0,16%
Canudos do Vale (RS)1.7161.705-0,64%
Capitão (RS)2.7572.7630,22%
Colinas (RS)2.4382.4691,27%
Coqueiro Baixo (RS)1.5011.495-0,40%
Cruzeiro do Sul (RS)12.34812.4020,44%
Doutor Ricardo (RS)1.9831.975-0,40%
Encantado (RS)22.70622.8800,77%
Estrela (RS)34.11634.3990,83%
Fazenda Vilanova (RS)4.5334.6081,65%
Forquetinha (RS)2.4122.400-0,50%
Ilópolis (RS)4.0784.066-0,29%
Imigrante (RS)3.1203.100-0,64%
Lajeado (RS)84.01485.0331,21%
Marques de Souza (RS)4.0093.995-0,35%
Muçum (RS)4.9544.9610,14%
Nova Bréscia (RS)3.3303.3370,21%
Paverama (RS)8.4878.5150,33%
Poço das Antas (RS)2.0982.1010,14%
Pouso Novo (RS)1.6391.612-1,65%
Progresso (RS)6.2446.239-0,08%
Putinga (RS)3.9193.889-0,77%
Relvado (RS)2.0902.079-0,53%
Roca Sales (RS)11.39311.4710,68%
Santa Clara do Sul (RS)6.6036.6811,18%
Sério (RS)1.9621.924-1,94%
Tabaí (RS)4.7194.7691,06%
Taquari (RS)26.86226.8850,09%
Teutônia (RS)33.23233.7661,61%
Travesseiro (RS)2.3362.334-0,09%
Vespasiano Corrêa (RS)1.8151.795-1,10%
Westfália (RS)3.0143.0310,56%
TOTAL Vale do Taquari363.680366.1220,67%
Fonte: IBGE - Estimativas de População

O último alfaiate de Estrela - José Juvir do distrito de Costão

O último alfaiate de Estrela - José Juver do distrito de Costão




















ESTRELA – Naturais de Poço das Antas, o casal José e Norma Juver já reside há mais de 50 anos no distrito de Costão. Recém casados, se mudaram para Estrela com a missão de iniciar a vida conjugal. José, que é mais conhecido como “alfaiate”, começou na profissão que o apelida ainda com 24 anos. 

Monitorado por um alfaiate do município de origem, aprendeu o básico da profissão e mais tarde, trabalhando em São Pedro da Serra, aperfeiçoou o corte. Hoje, aos 81 anos, ele conta que o início foi difícil, mas destaca que sempre amou a profissão e que sempre contou com a ajuda da esposa para alguns detalhes nas peças. “Eu trabalhava na roça e o pai disse pra mim que podia sair para aprender alguma coisa. Fui no alfaiate mas ele disse que eu era fraquinho, porque antigamente as peças eram pesadas, daí desanimei e fiquei uns anos sem pensar nisso, mas depois fui atrás de novo”, lembra.

Ele recorda que as peças mais solicitadas no início da profissão eram ternos. Recentemente, o serviço diminuiu e os pedidos mudaram. “Tinham dias que eu precisava trabalhar até 1h30min para poder cumprir os prazos, tinha muito trabalho e eu não gostava de atrasar. Hoje me pedem mais calças e reparos, e eu não precisaria mais trabalhar, mas não quero ficar parado”, conta.

O último de Estrela 
José conta que não conhece mais nenhum alfaiate em Estrela. Quando mais novo, ele costumava fazer viagens a Porto Alegre, onde comprava os tecidos, mas hoje as peças são adquiridas em Lajeado. Entre os itens que mais chamam atenção na casa do casal, estão ferros e tesouras antigas, além de máquinas de costura que são utilizados para o serviço. “Tudo é técnica. No início eu acreditava que se os outros tinham aprendido, eu também podia. Quando comecei eu tinha receio e deixava uma folga, para poder ajustar caso não desse certo”, destaca. 

Ele conta que já fez uma calça em cinco horas, mas que geralmente o tempo é de um dia e de três para confeccionar um terno completo. Em tantos anos de serviços, Juver já recebeu clientes de diversos municípios, fez peças para empresas diversas, bandas e também para o Grupo de Danças Folclóricas de Estrela. “Cheguei a fazer 80 peças uma vez”, lembra. 

O alfaiate faz as próprias roupas e algumas também para a esposa. Quando completaram bodas de ouro, o conjunto utilizado por Norma foi confeccionado pelo esposo. “Ele já fez muitas peças para mim”, comenta Norma. A esposa sempre ajudou na produção, principalmente para fazer bainha, mas a modelagem sempre foi feita exclusivamente por José. “A pessoa diz como ela quer, medimos e marco no tecido. Agora, na pandemia, como todo mundo precisava, comecei a fazer máscaras”, comenta. 

A vida em Costão
Hoje em dia Norma já não auxilia nos serviços de alfaiataria. “Porque daí não sobraria trabalho pra mim”, diz Juver em meio à risos. Cuidados com a horta, com a casa, carteado com os vizinhos, tudo faz parte da rotina do casal, que adora a residência em Costão. “Foram feitas muitas casas novas. Muita coisa não existia aqui quando chegamos. Os idosos que moravam por aqui faleceram quase todos e agora nós somos os idosos”, diz Norma. “Mas eu tenho vizinhos muito bons, nunca sairia daqui”, complementa.

Fotos - Airton Engster dos Santos
Texto: Ana Caroline Kautzmann
Jornal Nova Geração

Psicóloga Jaqueline Mendes da Silva