Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela
sexta-feira, 28 de agosto de 2020
Porto de Estrela está sob administração do município
Porto de Estrela está sob administração do município
Contrato foi assinado nesta semana pelo governo municipal e a Superintendência dos Portos do RS
O Porto de Estrela está definitivamente sob administração do município. Aditivo ao contrato de Termo de Cessão de Uso foi assinado na quarta-feira (26.08) pelo governo local e pela Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul (SUPRG). A súmula foi publicada na edição desta sexta-feira (28.08) do Diário Oficial do Estado. Efetivada a administração do complexo, conforme o secretário do Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Guilherme Engster, num primeiro momento a prefeitura deve transferir para o local alguma estrutura administrativa, provavelmente a Secretaria de Obras, que se localiza nas proximidades do porto.
“O objetivo é que se tenha a ocupação do espaço e não haja um custo extra ao município para preservar aquele patrimônio”, explica Engster. Quanto ao futuro do complexo, segundo ele, deve certamente passar pelo debate com a comunidade, para que aquela estrutura possa gerar desenvolvimento.
O processo para que o porto passasse definitivamente para a gestão do município passou por várias etapas. Em maio deste ano, por exemplo, foi publicada no Diário Oficial do Estado a cessão de uso da área de 492 mil metros quadrados ao município. O contrato foi firmado entre a SUPRG, autarquia vinculada à Secretaria de Logística e Transportes do Estado, e a prefeitura. O prazo da concessão é de 20 anos.
Já em julho do ano passado o ministro da Infraestrutura assinou portarias que alteraram as áreas das poligonais de 16 portos do País, entre eles o de Estrela. Esta medida visa reduzir a burocracia, facilitando o processo de municipalização. A revisão das poligonais, que compreende as áreas destinadas às instalações portuárias, bem como à infraestrutura de proteção e de acesso, define com mais clareza quais são os limites geográficos da jurisdição e da atuação (pública e privada) dos portos.
Fotos: Airton Engster dos Santos
IBGE divulgou as Estimativas da População 2020 - Estrela teve crescimento de 0,83%
IBGE divulgou as Estimativas da População 2020 dos 5.570 municípios brasileiros.
Historicamente não há divulgação das estimativas em ano de Censo Demográfico, porém, como a atividade censitária foi adiada para 2021 em função da pandemia do novo coronavírus, apresentamos as estimativas para o ano de 2020, com data de referência de 1º de julho.
Com crescimento de 0,77% em relação ao ano anterior, a população brasileira superou a marca de 211 milhões de habitantes. Já o estado do RS apresentou crescimento inferior ao nacional (0,4%), e atingiu a marca de 11,4 milhões de habitantes.
Com 36 municípios, o Vale do Taquari somava 366.122 habitantes; 0,67% superior a 2019. Quase metade desses municípios (17) reduziu sua população, com os municípios de Sério, Pouso Novo e Vespasiano Corrêa registrando as maiores perdas percentuais. Com 1.495 habitantes, o município de Coqueiro Baixo apresentava a menor população do Vale.
Por outro lado, o município mais populoso do Vale - Lajeado - superou a relevante marca de 85 mil habitantes (85.033), sendo seguido por Estrela (34.399 habitantes) e Teutônia (33.766 habitantes).
Tabela 6579 - População residente estimada | |||
Variável - População residente estimada (Pessoas) | |||
Nível territorial | Ano | Variação | |
2019 | 2020 | ||
Brasil | 210.147.125 | 211.755.692 | 0,77% |
Sul | 29.975.984 | 30.192.315 | 0,72% |
Rio Grande do Sul | 11.377.239 | 11.422.973 | 0,40% |
Anta Gorda (RS) | 5.981 | 5.961 | -0,33% |
Arroio do Meio (RS) | 20.805 | 20.967 | 0,78% |
Arvorezinha (RS) | 10.424 | 10.423 | -0,01% |
Bom Retiro do Sul (RS) | 12.328 | 12.390 | 0,50% |
Boqueirão do Leão (RS) | 7.714 | 7.702 | -0,16% |
Canudos do Vale (RS) | 1.716 | 1.705 | -0,64% |
Capitão (RS) | 2.757 | 2.763 | 0,22% |
Colinas (RS) | 2.438 | 2.469 | 1,27% |
Coqueiro Baixo (RS) | 1.501 | 1.495 | -0,40% |
Cruzeiro do Sul (RS) | 12.348 | 12.402 | 0,44% |
Doutor Ricardo (RS) | 1.983 | 1.975 | -0,40% |
Encantado (RS) | 22.706 | 22.880 | 0,77% |
Estrela (RS) | 34.116 | 34.399 | 0,83% |
Fazenda Vilanova (RS) | 4.533 | 4.608 | 1,65% |
Forquetinha (RS) | 2.412 | 2.400 | -0,50% |
Ilópolis (RS) | 4.078 | 4.066 | -0,29% |
Imigrante (RS) | 3.120 | 3.100 | -0,64% |
Lajeado (RS) | 84.014 | 85.033 | 1,21% |
Marques de Souza (RS) | 4.009 | 3.995 | -0,35% |
Muçum (RS) | 4.954 | 4.961 | 0,14% |
Nova Bréscia (RS) | 3.330 | 3.337 | 0,21% |
Paverama (RS) | 8.487 | 8.515 | 0,33% |
Poço das Antas (RS) | 2.098 | 2.101 | 0,14% |
Pouso Novo (RS) | 1.639 | 1.612 | -1,65% |
Progresso (RS) | 6.244 | 6.239 | -0,08% |
Putinga (RS) | 3.919 | 3.889 | -0,77% |
Relvado (RS) | 2.090 | 2.079 | -0,53% |
Roca Sales (RS) | 11.393 | 11.471 | 0,68% |
Santa Clara do Sul (RS) | 6.603 | 6.681 | 1,18% |
Sério (RS) | 1.962 | 1.924 | -1,94% |
Tabaí (RS) | 4.719 | 4.769 | 1,06% |
Taquari (RS) | 26.862 | 26.885 | 0,09% |
Teutônia (RS) | 33.232 | 33.766 | 1,61% |
Travesseiro (RS) | 2.336 | 2.334 | -0,09% |
Vespasiano Corrêa (RS) | 1.815 | 1.795 | -1,10% |
Westfália (RS) | 3.014 | 3.031 | 0,56% |
TOTAL Vale do Taquari | 363.680 | 366.122 | 0,67% |
Fonte: IBGE - Estimativas de População |
O último alfaiate de Estrela - José Juver do distrito de Costão
ESTRELA – Naturais de Poço das Antas, o casal José e Norma Juver já reside há mais de 50 anos no distrito de Costão. Recém casados, se mudaram para Estrela com a missão de iniciar a vida conjugal. José, que é mais conhecido como “alfaiate”, começou na profissão que o apelida ainda com 24 anos.
Monitorado por um alfaiate do município de origem, aprendeu o básico da profissão e mais tarde, trabalhando em São Pedro da Serra, aperfeiçoou o corte. Hoje, aos 81 anos, ele conta que o início foi difícil, mas destaca que sempre amou a profissão e que sempre contou com a ajuda da esposa para alguns detalhes nas peças. “Eu trabalhava na roça e o pai disse pra mim que podia sair para aprender alguma coisa. Fui no alfaiate mas ele disse que eu era fraquinho, porque antigamente as peças eram pesadas, daí desanimei e fiquei uns anos sem pensar nisso, mas depois fui atrás de novo”, lembra.
Ele recorda que as peças mais solicitadas no início da profissão eram ternos. Recentemente, o serviço diminuiu e os pedidos mudaram. “Tinham dias que eu precisava trabalhar até 1h30min para poder cumprir os prazos, tinha muito trabalho e eu não gostava de atrasar. Hoje me pedem mais calças e reparos, e eu não precisaria mais trabalhar, mas não quero ficar parado”, conta.
O último de Estrela
José conta que não conhece mais nenhum alfaiate em Estrela. Quando mais novo, ele costumava fazer viagens a Porto Alegre, onde comprava os tecidos, mas hoje as peças são adquiridas em Lajeado. Entre os itens que mais chamam atenção na casa do casal, estão ferros e tesouras antigas, além de máquinas de costura que são utilizados para o serviço. “Tudo é técnica. No início eu acreditava que se os outros tinham aprendido, eu também podia. Quando comecei eu tinha receio e deixava uma folga, para poder ajustar caso não desse certo”, destaca.
Ele conta que já fez uma calça em cinco horas, mas que geralmente o tempo é de um dia e de três para confeccionar um terno completo. Em tantos anos de serviços, Juver já recebeu clientes de diversos municípios, fez peças para empresas diversas, bandas e também para o Grupo de Danças Folclóricas de Estrela. “Cheguei a fazer 80 peças uma vez”, lembra.
O alfaiate faz as próprias roupas e algumas também para a esposa. Quando completaram bodas de ouro, o conjunto utilizado por Norma foi confeccionado pelo esposo. “Ele já fez muitas peças para mim”, comenta Norma. A esposa sempre ajudou na produção, principalmente para fazer bainha, mas a modelagem sempre foi feita exclusivamente por José. “A pessoa diz como ela quer, medimos e marco no tecido. Agora, na pandemia, como todo mundo precisava, comecei a fazer máscaras”, comenta.
A vida em Costão
Hoje em dia Norma já não auxilia nos serviços de alfaiataria. “Porque daí não sobraria trabalho pra mim”, diz Juver em meio à risos. Cuidados com a horta, com a casa, carteado com os vizinhos, tudo faz parte da rotina do casal, que adora a residência em Costão. “Foram feitas muitas casas novas. Muita coisa não existia aqui quando chegamos. Os idosos que moravam por aqui faleceram quase todos e agora nós somos os idosos”, diz Norma. “Mas eu tenho vizinhos muito bons, nunca sairia daqui”, complementa.
Fotos - Airton Engster dos Santos
Texto: Ana Caroline Kautzmann
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