Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Flávio Jaeger vivenciou a maior enchente da história em 1941













Testemunha da História: O Sr. Flávio Jaeger (93 anos) vivenciou o drama causado pela maior enchente da historia no Rio Taquari em 1941...Gratidão pela acolhida...

Flavio Jaeger - Empresário industrial. Com 18 anos de idade, concluiu o curso de piloto civil no Aero Clube Santa Cruz do Sul.

Em 1947, graduou-se como 3º sargento do Exército.

Em Estrela, onde atuou, primeiramente na Manufatora de Couros Estrelense Ltda., até 1951. Em 1961 entrou na Polar S. A., convidado por Arnaldo José Diel. Foi procurador da empresa, até 1975.

Sua última área de atuação, antes de se aposentar, foi estabelecer a empresa Jaeger Corretora de Seguros Ltda.

Foi responsável pela vinda da Caixa Econômica Federal para Estrela. É membro do Instituto Histórico e Geográfico do Vale do Taquari - IHGVT.

A maior enchente da história em 1941 segundo Flávio Jaeger:

De tempos em tempos, o volume da precipitação pluviométrica na Bacia Taquari-Antas influencia de forma decisiva as cheias do recurso hídrico, que assolam a região do Vale do Taquari, causando inúmeros prejuízos econômicos e sociais, além do sofrimento de muitas pessoas que ficam flageladas.

Um pouco antes da emancipação política administrativa do município de Estrela-RS, em 1876, tem-se notícia de uma grande enchente ocorrida em 1873, que só não teve conseqüências maiores em função da baixa densidade demográfica, pois as margens do Rio Taquari ainda eram pouco povoadas.

Mas de todas as enchentes a mais comentada até os dias de hoje, e que maiores prejuízos provocou foi a cheia do dia 12 de maio de 1941. 

Além das cidades, Vilas, povoados ribeirinhos, o maior dano foi para navegação fluvial.

A navegação do Rio Taquari ficou seriamente comprometida entre Estrela e Muçum, prejudicando o transporte de mercadorias, produtos e passageiros nos vapores e gasolinas.

O leito do Rio Taquari ficou grandemente transformado, ocasionando grandes dificuldades para navegação de barcos entre Estrela e Muçum.

As margens do Rio Taquari ficaram mais alargadas, tornando o Rio menos profundo.

Desta forma a navegação até Muçum começou a declinar, extinguindo-se totalmente com o tempo.

A cheia do Rio Taquari trouxe prejuízos incalculáveis para agricultura e pecuária, pois mais de 80% da população residia em área rural do município.

As estradas do interior de chão batido em sua totalidade foram completamente destruídas com as enxurradas.

Pontes de madeira que eram de madeira foram levadas pela força das águas dos córregos e arroios, especialmente do Estrela e Boa Vista.

No auge de sua altitude, a enchente de 1941 apresentou um quadro de grandeza selvagem e desolador, atingindo grande número de moradores ribeirinhos às margens do Rio Taquari, especialmente nas periferias das cidades.

As praias e ilhas desapareceram completamente. As águas barrentas e escuras, deslocavam-se com vigor impetuoso, galgando as barrancas e invadindo as cidades, vilas e povoados ribeirinhos, que foram submersos pela massa líquida.

O flagelo deixou marcas profundas, em toda extensão do Vale do Taquari, atingindo também o Rio Grande do Sul.

A enchente do Rio Taquari de 1941 aconteceu depois de 22 dias de chuva sem parar, ou seja, uma precipitação de 619 mm de água, deixando 40 mil flagelados no Rio Grande do Sul.

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