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terça-feira, 4 de outubro de 2016

Pesquisa da La Salle traça panorama da gestão de resíduos de suínos no Vale


Pesquisa da La Salle traça panorama da gestão de resíduos de suínos no Vale

Pesquisa realizada pela Faculdade La Salle identificou como sete municípios da região tratam os resíduos de suínos e descobriu que 100% das integradoras exigem o licenciamento ambiental

A criação de suínos no Brasil vem merecendo cada vez mais destaque dentro do cenário agropecuário. Assim como no País, a suinocultura tem grande importância no Vale do Taquari. 

Para a agricultura familiar da região, a atividade tem representando uma das principais fontes de renda. Dentro do agronegócio, ela emprega milhares de pessoas que, através da criação de suínos ocupam mão-de-obra nas propriedades familiares da região. O setor também se destaca na geração de tributos e nas exportações de derivados de carne suína. Se por um lado o crescimento da cadeia produtiva suinícola traz consequências econômicas positivas, por outro se observa um crescimento do volume de dejetos. Quando não tratados e destinados adequadamente, estes dejetos apresentam um elevado potencial poluidor. Pensando nisso, a Faculdade La Salle desenvolveu um estudo para identificar como as propriedades rurais fazem a gestão de resíduos de suínos. “Considerando a necessidade de um controle socioambiental e de medidas corretivas, procuramos fazer uma pesquisa para conhecer a situação da gestão de resíduos da suinocultura em alguns municípios do Vale do Taquari”, assinala a coordenadora da pesquisa, Rosemarí Driemeier Kreimeier.

O levantamento indicou que hoje, o rebanho suíno se aproxima dos 320 mil animais em sete municípios da região: Estrela, Teutônia, Arroio do Meio, Colinas, Westfália, Bom Retiro do Sul e Imigrante. Esses municípios foram o foco do trabalho realizado pela Faculdade La Salle. “Nosso objetivo foi pesquisar o impacto real que a produção de suínos tem no meio ambiente”, assinala Rosemari. O projeto teve uma abordagem quantitativa e qualitativa e registrou 1.873 propriedades atuantes na suinocultura nestes municípios sendo 487 com licenciamento ambiental.

O ponto altamente positivo da pesquisa, segundo Rosemarí, é que todos os produtores que estão ligados a empresas e cooperativas, chamadas de integradoras, possuem licenciamento ambiental. Logo, significa que estão dentro da lei. “Isso representa algo positivo em relação à exigência das integradoras já que o produtor associado apresenta grande número de cabeças e consequentemente maior quantidade de dejetos para manejar corretamente”, diz Rosemarí.

Foi verificado ainda que os produtores sem licenciamento ambiental são aqueles que têm um ou dois suínos, somente para consumo próprio. 

O estudo também constatou a importância das propriedades terem produção de leite associadas a suinocultura, porque o esterco dos suínos podem ser usados para produzir pastagens e milho para silagem e grão. “Quando há criação de suínos junto a bovinocultura leiteira, ocorre um sinergismo positivo entre as duas atividades”, diz Rosemarí. 

A pesquisa concluiu que a maior parte das propriedades ou 99,4% maneja seus dejetos líquidos nas esterqueiras. Em relação às carcaças, são encaminhadas para a compostagem que é realizada por todos os empreendimentos dos municípios avaliados. “Uma constatação interessante é que a associação a uma integradora faz aumentar o percentual de propriedades licenciadas visto que os maiores índices de licenciamento ambiental foram observados em Teutônia e Westfália que são municípios com grande percentual de integração”, explica Rosemarí.

PROFESSORA ROSEMARÍ
Professora Rosemarí coordenou a pesquisa
Andreia Rabaiolli

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