Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

sábado, 21 de maio de 2011

Pra não dizer que não falei de poesia...



O Tempo:

O despertador é um objeto abjeto.

Nele mora o tempo. O tempo não pode viver sem nós, para não parar.

E todas as manhãs nos chama freneticamente como um velho paralítico a tocar a campanhia atroz.

Nós é que vamos empurrando, dia a dia, sua cadeira de rodas.

Nós, os seus escravos.

Só os poetas, os amantes, os bêbados podem fugir por instantes ao Velho...

Mas que raiva dá no Velho quando encontra crianças a brincar de rodas e não há outro jeito senão desviar delas a sua cadeira de rodas!

Porque elas, as crianças simplesmente ignoram o tempo...

Poema: Mário Quintana...

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