Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela
quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
terça-feira, 17 de dezembro de 2024
Homenagem para o Corpo de Bombeiros de Estrela - 60 Anos - 1964-2024
O Memorial Werner Schinke de Estrela tornou-se palco de gratidão e reconhecimento ao Corpo de Bombeiros Militar de Estrela. Em uma cerimônia carregada de emoção e história, bombeiros da ativa e da reserva foram agraciados com o troféu de honra ao mérito, simbolizando décadas de coragem, dedicação e serviços prestados à comunidade. O Rotary e o Lions Club, parceiros fundamentais na instalação da corporação em 1964, também receberam homenagem, reforçando o valor da união e do trabalho coletivo para a segurança e bem-estar do município. No nobre salão do espaço de cultura e memória, histórias de bravura foram relembradas, como resgates dramáticos e incêndios controlados com destemor, inspirando todos os presentes.
Ao término da solenidade, as portas do Memorial se abriram para um momento solene e simbólico: as sirenes das viaturas foram acionadas em frente ao prédio, ecoando como um grito de respeito e reconhecimento pelas ruas de Estrela. O som, que tantas vezes anuncia situações de risco, desta vez ressoou como uma celebração à vida salva e ao compromisso inabalável dos bombeiros. O ato simples, porém comovente, selou um encontro que celebrou a história e eternizou a gratidão de uma cidade inteira àqueles que, todos os dias, enfrentam o perigo em nome do próximo.
Assina Airton Engster dos Santos - escritor - Fotos Vinícius Knecht - poeta e fotógrafo.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
Reinholdo Konrad e as casas enxaimel em Estrela
Na pacata Linha Harmonia, onde o vento parecia soprar histórias de um passado distante, Reinholdo Konrad, antigo professor da comunidade, gostava de contar sobre as casas enxaimel que pontilhavam a paisagem de Estrela. Sentado em sua varanda, ao lado de Luiza, sua amada esposa, ele narrava como os primeiros imigrantes alemães, cheios de esperança e coragem, haviam erguido aquelas casas com suas próprias mãos. "Cada viga de madeira, cada tijolo encaixado entre elas, carrega não só a técnica dos nossos antepassados, mas também a força de quem buscava construir um lar em terras tão distantes", dizia ele, com os olhos brilhando de orgulho.
Reinholdo via nas casas enxaimel mais do que simples moradias. Para ele, eram livros abertos, narrando em silêncio as dificuldades e conquistas dos pioneiros. Ele descrevia as longas tardes em que as famílias se reuniam para cantar em alemão, moldar o barro e reforçar as estruturas de madeira, enquanto as crianças brincavam ao redor. Luiza sempre acrescentava algum detalhe sobre a vida naqueles tempos – os banquetes de domingo, os cheiros que vinham da cozinha de fogão a lenha, e as janelas decoradas com cortinas de renda feitas à mão, que davam às casas um toque de delicadeza em meio à rusticidade.
Aos netos, incluindo Selmita, Sinésio, Marlene, Silácia, Wilmuth e os gêmeos Erico e Érica, Reinholdo contava que preservar aquelas construções era um ato de amor por uma história que não deveria ser esquecida. Ele temia que as enxaimel fossem engolidas pelo progresso e alertava: "Sem elas, quem contará às próximas gerações sobre a coragem dos nossos ancestrais? São as vigas e os tijolos que mantêm viva a memória do que fomos". E assim, cada palavra do professor se transformava em um legado, mantendo as casas enxaimel de pé e vivas no coração de quem o ouvia.
Airton Engster dos Santos
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