Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela
segunda-feira, 3 de junho de 2024
Enchente do Rio Taquari 2024 - Raízes da Esperança no interior de Estrela!
Raízes da Esperança no interior de Estrela! Crônica do Airton 27
O Rio Taquari, com suas águas poderosas, transformou o cenário de Estrela em um mar de desolação em maio de 2024. As águas subiram com voracidade, apagando a linha tênue entre terra e rio, e carregando consigo sonhos e sustento de uma comunidade agrária vibrante.
Os campos, outrora verdes e férteis, estão agora manchados de lama e destruição. As vacas leiteiras, tão essenciais para a economia local, foram levadas pela correnteza impiedosa, junto com cercas e currais. As plantações de soja, hortaliças e milho, que prometiam uma colheita abundante, estão afogadas em um mar de incerteza. Arroio do Ouro e Linha Figueira, duas das áreas mais afetadas, se tornaram sinônimos de tristeza e desamparo.
A comunidade se vê forçada a reconstruir suas casas e vidas. Muitos perderam tudo. As casas, que antes eram refúgios de segurança e amor, não resistiram às investidas das águas. Escola, igrejas e centros comunitários, locais de encontro e união, foram severamente danificados. Perdas de veículos e implemantos agrícolas. A paisagem mudou, e com ela, o coração de Estrela pulsa em um ritmo de superação.
A agricultura na parte baixa de Estrela paralisou. Os campos, agora desertos, esperam pacientemente pelo toque de mãos trabalhadoras e esperançosas. Os moradores, destemidos em face da adversidade, planejam recomeçar. Muitos buscarão refúgio temporário nas casas de filhos e parentes, enquanto outros erguerão novas moradias em terrenos mais seguros. A força desta comunidade é inabalável.
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Secretaria da Agricultura e a Emater se uniram em um esforço hercúleo para apoiar os agricultores. Em diversos pontos da cidade, doações são recebidas e distribuídas com a urgência e o cuidado que a situação exige. Roupas, alimentos e materiais de limpeza são essenciais para começar a sanar as feridas abertas pela enchente. E, em um gesto de solidariedade, alimentos para os bovinos são disponibilizados, garantindo que as cabeças de gado restantes possam ser mantidas.
A força de Estrela reside na sua gente. Cada gesto de ajuda, cada mão estendida, é um sinal de que, mesmo nas adversidades mais difíceis, há esperança. O rio Taquari, que trouxe devastação, também trouxe consigo a união de uma comunidade determinada a reerguer-se. Juntos, os moradores de Estrela mostram que, apesar das águas revoltas, a esperança sempre encontra um caminho para florescer.
Airton Engster dos Santos - Historiador
sábado, 1 de junho de 2024
Homenagem à Visão Futurista de Adão Henrique Fett - Crônica do Airton
Uma Homenagem à Visão Futurista de Adão Henrique Fett - Crônica do Airton
Com a presença emocionada de familiares e amigos, o Memorial Werner Schinke de Estrela foi palco de uma homenagem especial, lembrando a ousada iniciativa do saudoso prefeito Adão Henrique Fett em erguer o imponente prédio da Prefeitura de Estrela em 1954. Este edifício, que completou 70 anos em maio de 2024, tornou-se um símbolo da administração municipal, refletindo a visão futurista e o compromisso com o desenvolvimento sustentável do município.
Eva Fett, filha do ex-prefeito, aos 91 anos de idade, compartilhou memórias preciosas do legado de seu pai, destacando a série de realizações que transformaram a paisagem e a infraestrutura de Estrela. Ao assumir o cargo, Adão Henrique Fett dedicou-se incansavelmente a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, investindo em projetos que impulsionaram o desenvolvimento local.
Entre suas muitas realizações, Fett construiu pontes e escolas, abriu estradas e ruas, facilitando o acesso e a mobilidade dos moradores. Sua gestão também foi marcada pela promoção da educação e do progresso social. Ao implantar redes elétricas e de comunicação, modernizou a infraestrutura básica, proporcionando mais conforto e conectividade à população.
A construção do prédio da Prefeitura de Estrela, uma de suas obras mais ousadas, simboliza sua visão arrojada e seu compromisso com um futuro próspero para a cidade. Esse edifício abrigou a administração municipal, se tornando um marco arquitetônico e um testemunho duradouro da liderança visionária de Adão Henrique Fett.
A cerimônia no Memorial de Estrela que contou ainda com a presença de Marlise Buchmann Engert (neta) e Schenia Buchmann Engert (bisneta) foi um tributo emocionante à memória de um líder que, com determinação, transformou Estrela em um lugar melhor para se viver. A homenagem destacou as realizações de Fett e a sua influência duradoura de sua administração na vida dos moradores e no desenvolvimento contínuo do município.
O evento, repleto de histórias e lembranças, celebrou a dedicação de Adão Henrique Fett à sua comunidade e sua capacidade de planejar e construir um futuro melhor. Seu legado, perpetuado no coração de Estrela, serve como um exemplo inspirador de liderança e compromisso com o bem-estar coletivo.
Airton Engster dos Santos - Historiador
sexta-feira, 31 de maio de 2024
Corrente de Esperança Após a Inundação na EEEPE - Enchente do Rio Taquari 2024
Corrente de Esperança Após a Inundação na EEEPE! Crônica do Airton 26
A maior enchente do Rio Taquari em toda a história deixou suas marcas indeléveis nas ruas e corações de Estrela, Rio Grande do Sul. A Escola Estadual Profissional Estrela - EEEPE foi um dos alvos mais atingidos, com suas salas de aula e laboratórios de informática submersos, arrastando com a força das águas os sonhos e os esforços de uma comunidade dedicada à educação.
Mas nas águas turbulentas, emergiram heróis silenciosos. Entre eles, a empresária Taciana, que, ao ouvir sobre a tragédia, não hesitou em mobilizar 18 pessoas de São Marcos para ajudar. Taciana sentiu um chamado profundo ao ver a situação devastadora em Estrela. “As vezes a gente precisa tanto das pessoas e recebemos o melhor que elas têm”, disse a diretora Cláudia, com os olhos marejados de gratidão, ao ver os voluntários dedicando seu tempo e energia para salvar o que restava do seu amado educandário.
A chegada dos voluntários foi como um raio de sol após a tempestade. Com baldes, vassouras e uma determinação inquebrantável, eles se uniram à direção, professores e alunos. Cada movimento de limpeza era um ato de resistência, cada objeto recuperado, uma vitória contra a adversidade.
É comovente acompanhar essa luta diária, onde cada peça, cada centímetro de chão recuperado, é uma prova do poder da comunidade e da solidariedade. Taciana e seu grupo trouxeram força física e esperança renovando a fé de todos na bondade humana.
Naqueles dias de esforço conjunto, a EEEPE tornou-se um símbolo da resistência e da capacidade humana de se erguer das ruínas. A água que invadiu os corredores e salas, levando equipamentos e materiais, não conseguiu apagar a paixão da comunidade escolar e dos novos amigos de São Marcos.
Mais pessoas bondosas juntaram-se a essa corrente, trazendo ajuda prática e um reforço emocional que se mostrou vital. A diretora Cláudia, vendo a união e o trabalho incansável de todos, sentiu-se revigorada. O apoio de desconhecidos que se tornaram amigos e a solidariedade que floresceu em meio ao caos tornaram-se o alicerce de uma nova reconstrução da estrutura física e do espírito de uma comunidade inteira.
Assim, nas margens do Rio Taquari, uma nova história começou a ser escrita. Uma história onde, apesar das águas devastadoras, a corrente de esperança e solidariedade provou ser mais forte, transformando a tragédia em um renascimento coletivo. Estrela, com suas marcas de luta, brilhou mais uma vez, iluminada pelo amor e dedicação de seus novos heróis.
Airton Engster dos Santos - Historiador.
quinta-feira, 30 de maio de 2024
Corpus Christi, a Paróquia Santo Antônio de Estrela reviveu sua fé e esperança
Fé e Esperança em Meio à Devastação - Crônica do Airton 25
No dia de Corpus Christi, a Paróquia Santo Antônio de Estrela reviveu sua fé e esperança, como uma flor que desabrocha em meio aos escombros de uma tormenta. O Rio Taquari, em sua fúria desmedida em maio de 2024, deixou um rastro de destruição que varreu as construções físicas, levando a serenidade de uma comunidade inteira. Igrejas, habitações, escolas, empresas, prédios públicos e áreas de lazer foram engolidos pela enchente, transformando a paisagem de Estrela em um cenário desolador.
Contudo, na manhã deste Corpus Christi, os fiéis reuniram-se na Paróquia Santo Antônio com uma força invisível que transcendia as ruínas ao seu redor. A missa, celebrada pelo dedicado Pe. Gabriel Bagatini e outros sacerdotes, foi um bálsamo para almas ainda abaladas pela recente tragédia. Em cada oração, havia um pedido de reconstrução; em cada canto, uma promessa de renascimento.
Após a missa, uma pequena procissão se formou, uma corrente de fé em torno da Praça Menna Barreto, no coração de Estrela. As paradas para reflexão eram momentos de introspecção profunda, onde cada fiel depositava suas dores e esperanças aos pés de Jesus Cristo. Este ano, não havia os tradicionais tapetes de serragem, coloridos com mensagens das capelas, que sempre adornavam as ruas. Mas a devoção era a mesma, talvez até mais intensa, moldada pelo desafio de continuar acreditando em meio à adversidade.
Os dias que se seguiram à enchente foram de dedicação intensa ao atendimento das famílias desabrigadas. Voluntários incansáveis emergiram como heróis anônimos, oferecendo abrigo, alimentos e conforto espiritual. A celebração de Corpus Christi, portanto foi um ato litúrgico, um símbolo poderoso de solidariedade.
Enquanto os passos dos fiéis ecoavam suavemente sobre o pavimento úmido, havia uma sensação palpável de renovação. Cada parada da procissão era uma pausa para lembrar que, embora a água tenha levado tanto, não poderia levar a fé enraizada no coração desta comunidade.
Assim, em meio aos vestígios da enchente, Estrela encontrou no Corpus Christi um momento de união e renovação. A fé, que parecia frágil diante da força avassaladora das águas, mostrou-se inabalável, reafirmando que, mesmo nas circunstâncias mais sombrias, a esperança pode florescer, transformando dor em força e desespero em ação.
Na Paróquia São Cristóvão, a coordenação da celebração de Corpus Christi estava nas mãos experientes do Pe. José Augusto Schneider. Conhecido por sua sabedoria e liderança espiritual, Pe. José conduziu os preparativos com um olhar atento e um coração aberto. Sua presença serena transmitia uma calma contagiante, inspirando todos ao seu redor.
Airton Engster dos Santos - Historiador.
terça-feira, 28 de maio de 2024
A Rosa Intacta em Estrela floresce como um símbolo de fé e reconstrução. Enchente do Rio Taquari 2024
A Rosa Intacta em Estrela floresce como um símbolo de fé e reconstrução! Crônica do Airton 23
Na tranquila cidade de Estrela, o dia 31 de outubro de 2017 foi marcado por celebrações que uniram a comunidade luterana em um espírito de reverência e gratidão. Os sinos tocaram alto, ecoando pelo ar, enquanto a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB) abrigava um culto paroquial repleto de devoção. Em meio a essas comemorações, um monumento singular foi inaugurado na Rua Arnaldo J. Diel, ao lado da Escadaria do Rio Taquari: a Praça Martin Luther, adornada pela Rosa Luterana, tornou-se um novo marco na cidade.
A Rosa Luterana, com sua simbologia profunda, repousava imponente sobre uma Bíblia, acompanhada de uma placa que proclamava: "O Justo Viverá Pela Fé". Este monumento, fruto de uma decisão da comunidade local, rapidamente se tornou um lugar de reflexão e espiritualidade, um ponto de encontro onde os valores e princípios da fé luterana eram celebrados e relembrados.
No entanto, em maio de 2024, uma devastadora enchente trouxe uma destruição sem precedentes para Estrela. As águas do Rio Taquari, implacáveis, varreram tudo em seu caminho, destruindo estruturas inteiras e arrancando árvores como se fossem meros gravetos. A Praça Martin Luther não foi poupada; a fúria das águas transformou um espaço de paz e beleza em um cenário de desolação.
Mas, em meio a esse caos, um milagre se revelou. O monumento com a Rosa de Lutero permaneceu intacto, como se protegido por uma força invisível. A Bíblia sobre a qual repousa a Rosa estava perfeita, e a inscrição "O Justo Viverá Pela Fé" parecia brilhar ainda mais intensamente, como uma mensagem divina de esperança.
A preservação desse monumento em meio à destruição se torna um símbolo poderoso para a comunidade de Estrela. Representa a força da fé e a capacidade de se reerguer das adversidades. A Praça Martin Luther, agora marcada pela cicatriz da enchente, começou a ser vista como um espaço de renascimento. O monumento tornou-se um símbolo de esperança, inspirando a todos a reconstruir suas vidas e a cidade com a mesma determinação e fé que mantiveram a Rosa Luterana de pé.
A história do monumento e da enchente passou a ser contada com reverência. Estrela, assim como a Rosa Luterana, demonstra uma força inabalável, uma capacidade que transcende a mera reconstrução física. O "O Justo Viverá Pela Fé", uma inscrição em uma placa; tornou-se um lema de vida para todos que testemunharam a fúria das águas e a milagrosa preservação do símbolo de sua fé.
E assim, a Rosa Luterana em Estrela permanece como um monumento religioso e testemunho eterno da capacidade humana de encontrar força na fé diante da adversidade. A praça ao redor do monumento é agora um lugar de lembrança e renovação, onde cada visitante pode sentir a poderosa mensagem de que, com fé, é possível enfrentar e superar qualquer tempestade.
Airton Engster dos Santos - Historiador
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