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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Plano da Bacia Taquari-Antas - Consulta registra as intenções da população dos Campos de Cima da Serra



Vacaria marcou na última quinta-feira (29/03) mais uma etapa da fase de enquadramento do Plano da Bacia Taquari-Antas. A quarta das cinco consultas públicas que definem o futuro dos recursos hídricos na bacia de 118 municípios colheu as intenções de uso da população da região dos Campos de Cima da Serra. Foi mais uma demonstração positiva de engajamento em torno de um tema tão importante que são os rios que abastecem a Bacia Hidrográfica Taquari-Antas. Na avaliação do presidente do Comitê da Bacia, Daniel Schmitz, as manifestações revelaram diferentes pontos de vista. “Percebemos desde vontades como a proposição de preservar monumentos naturais até a preocupação da busca pela qualidade da água, que está diretamente relacionada aos usos dos recursos hídricos pelos diferentes setores”. 

O evento foi realizado na Câmara de Vereadores e reuniu cerca de 50 pessoas. Entre as autoridades que prestigiaram a atividade estavam o reitor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Isidoro Zorzi, e o representante do Departamento de Recursos Hídricos (DRH) do Governo do Estado, Tiago Loch. Na plateia estavam produtores rurais, estudantes, profissionais liberais e dirigentes de diversas áreas.

A votação ocorreu após explanações gerais sobre a realidade atual dos rios da bacia, as quais estão compiladas num relatório de quase 500 páginas. As manifestações foram expressas através de etiquetas ilustradas com figuras de diferentes tipos de aproveitamento e consumo da água, fixadas num grande mapa. Cada pessoa pôde escolher cinco etiquetas para aplicar sobre os trechos de rios, e assim definindo quais os usos múltiplos (abastecimento humano e animal, irrigação, atividade industrial, pesca, esporte...) entendidos como os ideais. Estes usos definem a necessidade de enquadramento das águas conforme as classes da qualidade da água estabelecidas na resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

O espaço dedicado a manifestações da plateia foi aproveitado por cinco pessoas. Entre elas o produtor rural Fernando Guazzelli, de Campestre da Serra, que externou sua preocupação com a necessidade de iniciativas que apoiem o uso equilibrado de água na área rural. “Digo isso até pensando numa alternativa de compensação financeira, pois a realidade na agricultura não é fácil e quem protege fontes e mananciais poderia ser mais valorizado”, afirmou Guazzelli. O empresário e ativista cultural Duclerc João da Silva, de Bom Jesus, defendeu que além das questões econômicas e ambientais, as obras de hidrelétricas também levem em conta o impacto cultural. “São obras que atraem muita gente de fora, inclusive de outros estados, com hábitos e culturas diferentes. Tudo isso precisa ser trabalhado de forma muito harmônica”.

O balanço final será apresentado no segundo semestre, quando uma nova rodada de consultas públicas será realizada em cada um dos cinco municípios sedes dos processos (Lajeado, Guaporé, Vacaria e Caxias do Sul). A quinta e última consulta pública ocorre dia 12 de abril em Caxias do Sul, na UCS.

Fotos: Simone Rockenbach Kamphorst