Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela
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domingo, 13 de outubro de 2013

Jornada de Combate a Violências e pela Cultura da Paz, dividida em duas atividades: Ciclo de Palestras com Especialistas e Mutirão da Paz nos bairros Moinhos e Imigrantes



Estrela em busca da Paz

Nosso município vive um momento especial. A Secretaria da Saúde, cujo secretário é Elmar Schneider promove durante os meses de outubro e novembro, a Jornada de Combate a Violências e pela Cultura da Paz, dividida em duas atividades: Ciclo de Palestras com Especialistas e Mutirão da Paz nos bairros Moinhos e Imigrantes. A iniciativa tem apoio das demais secretarias do município.

Os recursos para o projeto vieram do Ministério da Saúde e SAE DST-AIDS.

O público alvo são profissionais da área da saúde, da educação, assistência social, gestores públicos ou privados, representantes das instituições de apoio da Rede de Proteção, Instituições Religiosas e público em geral. A entrada é franca.

Para saber mais a respeito da Jornada, conversamos com as psicólogas Lilian Maria Hauschild, Coordenadora da Política Municipal de Saúde Mental e com Eliane Fernandes Cattoi – Coordenadora da Política Municipal de Educação Permanente em Saúde.

Desde 2010 existe legislação sobre notificação compulsória de violência. Isso significa que qualquer profissional da área da saúde, diante de suspeita de violência, contra mulher, idoso, criança ou excepcional, deve fazer notificação ao setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde. 

Segundo Lilian Maria Hauschild após é feito verificação da situação e em caso de confirmação encaminhado para tratamento na rede de cuidados do município que pode ser: Igreja, escola, hospital, Secretaria da Saúde, Secretaria de Assistência Social, Apiá, Conselho Tutelar, Promotoria Pública e assim por diante.

O caso é lançado ainda no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, uma espécie de banco de dados, dos quais são feitos estudos e definição de políticas públicas contra violência a nível nacional, afirma Lilian.

Basicamente os números sobre violência disponíveis hoje, são aqueles apurados a partir de informações da Polícia Civil, Brigada Militar e Hospital, informa Eliane Fernandes Cattoi. Os profissionais da área da saúde precisam se sensibilizar para pequenas violências e fazer as notificações, reforça a psicóloga.

Muitas vezes a violência acontece dentro da própria casa com danos físicos ou psicológicos, em alguns casos irreversíveis, disse preocupada Eliana Cattoi. O agressor pode ser alguém muito próximo ou até familiar, reforça.

Desde 2010, houve 132 casos notificados em Estrela, sendo que 108 em residências, 15 em via pública, 3 no trabalho, 1 na escola e 4 outros. São 40,15% do sexo masculino e 59,84% feminino. O agressor normalmente é o pai, a mãe, o padrasto, o namorado, o amigo, o desconhecido, cônjuge, filho, genro e até a própria pessoa. Com relação à faixa etária a violência é eclética informa a psicóloga Lilian Hauschild.

A agressão pode ser sexual, física, tentativa de suicídio ou psicológica, sendo que só no ano de 2013 já houve 53 notificações em Estrela.

Justamente para uma mudança desta realidade e quebrar o ciclo de violência, é que estão sendo disponibilizadas palestras para o público alvo, sempre na Sociedade Ginástica, com especialistas na área. 

Já palestraram - na abertura o promotor Daniel Cozza Bruno; o médico psiquiatra Rafael Moreno, pós graduado em Psiquiatria pela UFCSPA de Porto Alegre, que tratou da Violência na Escola; Catula Pelisoli que é psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial da Faculdade Cenecista de Osório-RS (Facos) com o tema – Os sete erros na avaliação de abuso sexual contra crianças e adolescentes; Monja Coen, nascida Cláudia Dias Baptista de Souza, monja zen budista brasileira e missionária oficial da tradição Soto Schu com sede no Japão, cuja palestra foi – Estabelecendo uma Cultura de Paz.

No próximo dia 15 de outubro palestra Eduardo Saraiva que é psicólogo, mestre em Educação pela UFRGS com o tema: Gênero e Violência: Família, escola e trabalho.

No dia 28 de outubro é a vez de Ricardo Jones, obstetra, humanista, homeopata, membro da Rede de Humanização do Nascimento – REHUNA, que trata do tema: Humanização do Nascimento para uma Cultura da Paz.

A entrada para é franca e os interessados podem obter certificação ao final do ciclo.

Mutirão da Paz:

No dia 26 de outubro, a partir das 9 horas, o evento acontece no bairro Imigrantes, quando serão realizadas oficinas com temas relacionados a violência. Diversas entidades e secretarias municipais estarão participando das atividades. Toda comunidade é convidada.

No dia 23 de novembro, a partir das 9 horas, é a vez do bairro Moinhos receber o Mutirão da Paz.

No ano de 2014, deverá ter prosseguimento a Jornada e outros bairros da cidade irão receber o Mutirão da Paz. 

Texto e fotos – Airton Engster dos Santos