É por meio da educação que as transformações que queremos ver no mundo se processam. E é apostando numa aprendizagem significativa que a Escola Cônego acredita estar contribuindo com esse processo.
Um exemplo é o que vem ocorrendo nas disciplinas de Geografia e História. Analisando o período da República Velha no Brasil, os alunos depararam-se com um sistema denominado "voto de cabresto". O debate foi intenso, como narram os próprios alunos e foi imediata a vinculação do tema com um mal que ainda assola o país: a compra de votos.
O texto a seguir foi produzido pela aluna Franciele Isabel Kuhn, aluna da 8ª série do referido educandário, sob orientação do professor Fábio Luís Mallmann.
Miséria nas eleições
Pobreza... miséria: condição conectada à falta de conhecimento, ao distanciamento dos direitos fundamentais da vida. Acompanha o desamparo em relação à saúde, segurança, à carência de infraestrutura. Comprometido o presente, assolando o futuro.
Nestas condições, uma nação é facilmente conduzida, manipulada, enganada. Vê-se no Brasil, vê-se no mundo.
Especificamente no Brasil, na época da República Velha, onde 70% da população vivia no meio rural, as oligarquias através da violência dos coronéis obrigavam ou manipulavam os camponeses, em sua maioria pobres, a votar em seus candidatos que, uma vez eleitos, favoreciam seus apadrinhados, praticando nepotismo, corporativismo e benefícios financeiros ocultos à estas elites. Era o voto de cabresto e a política dos governadores. Uma verdadeira farra e um golpe contínuo nas possibilidades reais de uma revolução significativa. Aos menos favorecidos nada era feito, pois, mantida a miséria, mais fácil a manutenção dessas práticas e a manipulação das massas.
Infelizmente hoje, no Brasil, há regiões onde ainda percebe-se este mecanismo. Sem falar da imensa corrupção que aparentemente faz parte da nossa cultura, de tão profundamente enrraigada estar. Em muitos países pobres do mundo os governantes não têm o menor interesse em acabar com a miséria, pois isso colocaria em perigo seus desmandos, perpetuados despoticamente no poder. Ou seja, a relação voto - pobreza tem assim um fundo de interesse. Sem essa condição, perde-se a possibilidade de comprar cargos eletivos.
Romper isso passa pela educação, pela cidadania e seu exercício de fato. Quando o povo puder votar livremente, de acordo com suas convicções. Não por medo ou por um prato de comida.