A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em forte alta, a maior em sete anos, reflexo do agravamento da crise política após a divulgação de conversas telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravadas no âmbito da operação Lava Jato e a suspensão de sua posse como ministro da Casa Civil. Bancos, Petrobras e Vale sustentaram o avanço.
O principal índice de ações da bolsa subiu 6,6%, maior alta diária desde 2 de janeiro de 2009, quando avançou 7,17%, segundo a provedora de informações financeiras Economatica.
O índice encerrou o dia aos 50.913 pontos. É o maior patamar desde 22 de julho de 2015, quando o Ibovespa terminou aos 50.915 pontos.
Na semana, a bolsa sobe 2,5%. Em março, acumula ganho de 18% e, em 2016, avanço de 17,4%.
O mercado também reagiu à abertura da comissão que votará o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff e à decisão que barrou a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil.
Entre as gravações divulgadas, está conversa com a presidente na qual ela diz que estava enviando um emissário para entregar a Lula o termo de posse no comando da Casa Civil da Presidência para ele usar "em caso de necessidade".
Segundo a Reuters, os investidores entendem que os últimos desdobramentos elevam a probabilidade de um impeachment da presidente, o que faz a bolsa subir. Para o mercado, mudanças nas perspectivas econômicas do país passam por um troca do governo, avalia a agência.