Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Loja Seli encessa atividades em Estrela após 59 anos de serviços






Foi em 25 de outubro de 1965 que Seli Feine e seu esposo Erno Feine, movidos por coragem e sonhos, deixaram o interior para abrir seu comércio em Estrela. Desde então, a Loja Seli foi um verdadeiro símbolo de dedicação, amor e serviço à nossa comunidade.

Cada prateleira, cada balcão, cada sorriso trocado ao longo dos anos conta uma história de perseverança e amizade. Agradecemos de coração ao casal e suas colaboradoras que, com sua inestimável dedicação, fizeram parte dessa jornada e contribuíram para o crescimento de Estrela.

Encerrar as atividades da Loja Seli é manter viva uma memória que permanecerá eternamente em nossos corações. A Loja Seli será sempre lembrada com carinho e gratidão.

Muito obrigado.

Airton Engster dos Santos

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Rádio Studio FM 98.3. - programa Redação Studio Jornal com Café da Manhã












Era uma manhã qualquer em Estrela, o sol começava a aquecer as ruas tranquilas do bairro Boa União, e o aroma inconfundível do café fresco pairava no ar. Na cidade, havia um ritual que unia os moradores de todas as idades e ocupações: sintonizar a Rádio Studio FM 98.3. O programa Redação Studio era um companheiro diário, uma voz amiga que entrava nos lares com notícias, entrevistas e, claro, o cheiro do café da manhã compartilhado através das ondas do rádio.

Por cerca de uma década, o Redação Studio foi o despertador oficial de Estrela. Todos os dias, os ouvintes sabiam que, ao girar o dial e ouvir os primeiros acordes da vinheta, uma nova jornada começava. O locutor, com sua voz calorosa e cativante, trazia as primeiras notícias do dia, intercaladas com a prestação de serviços e as entrevistas mais esperadas. Era o momento de saber se o vizinho havia encontrado seu cãozinho perdido ou se haveria feira de produtos artesanais no fim de semana.

As notícias eram narradas com um cuidado especial, como se cada palavra fosse uma gota do mais puro mel derramado nas torradas do café da manhã. E não faltava um bom humor sutil, aquele tipo que nos faz sorrir antes mesmo de percebermos. "Bom dia, Estrela! Hoje o sol nasceu sorrindo para nós e temos muitas novidades. Pegue sua xícara de café, que nosso encontro está só começando!" Era assim que tudo começava, com um convite para um café virtual, partilhado por milhares de corações espalhados pela cidade.

Os profissionais que passaram pelo Redação Studio eram verdadeiros contadores de histórias, cada um com seu estilo único, mas todos com uma paixão em comum: informar e entreter. Alguns traziam uma voz grave e séria, outros um tom mais leve e brincalhão, mas todos deixaram suas marcas indeléveis na memória dos ouvintes. O programa era uma verdadeira escola de comunicação, onde se aprendia  a arte de falar com o coração.

No bairro Boa União, o estúdio da rádio era um ponto de referência. De lá, não só saíam as ondas sonoras que atravessavam as casas, como também as histórias que permeavam o cotidiano de Estrela. O serviço comunitário, que fazia parte da programação diária, era um elo vital com a comunidade. Era onde se encontravam os pedidos de ajuda, os anúncios de eventos e as mensagens de agradecimento. E tudo isso era feito com uma dose de humanidade que só quem vive o dia a dia de uma cidade como Estrela consegue entender.

Cada locutor que passou pelo Redação Studio trouxe um pedaço de si e levou um pedaço de Estrela. No entanto, a essência do programa permaneceu inalterada: um compromisso diário com a verdade, a alegria e a comunhão. O Redação Studio era  uma fonte de informação, um amigo que sentava à mesa com cada família, compartilhava suas preocupações e celebrava suas conquistas.

Hoje, ao relembrar esses dias, sente-se uma saudade que aquece o coração. A saudade de um tempo em que a rádio não era apenas um meio de comunicação, mas um laço que unia uma cidade inteira. A saudade daqueles momentos em que, ao som de uma vinheta, começava mais um dia cheio de promessas, tudo acompanhado por um bom café da manhã.

Airton Engster dos Santos - Historiador

Redação Studio foi um marco na Rádio Studio FM 98.3 em Estrela

quarta-feira, 12 de junho de 2024

O Último Abraço de Vó Sélia - Selita de Freitas da Silva - Bairro Imigrantes em Estrela

 


O Último Abraço de Vó Sélia

No bairro Imigrantes em Estrela, o tempo parecia correr mais devagar, como que para saborear cada momento ao lado de Vó Sélia, uma senhora cuja vida foi um tributo ao amor e à generosidade. Com seus 93 anos de sabedoria acumulada, Selita de Freitas da Silva, carinhosamente chamada de Vó Sélia, partiu deste mundo, deixando um legado imensurável de bondade e serviço.

Quando os primeiros raios de sol atravessavam as janelas de sua modesta cozinha, era possível ouvir o som dos utensílios se preparando para mais um dia de dedicação. O cheiro do feijão fresquinho, a sopa quentinha, e o arroz soltinho eram um convite ao conforto e à esperança para muitas famílias carentes. Vó Sélia era a alma que aquecia corações famintos, a mão amiga que estendia seu apoio incondicional.

Em cada sorriso que recebia em troca, encontrava forças para continuar. A comunidade, reconhecendo sua incansável dedicação, não hesitava em colaborar. Eram doações de alimentos, roupas, e, principalmente, tempo e carinho. Naquela cozinha, não se preparavam apenas refeições; cozinhava-se amor, temperado com solidariedade.

Mas era na época de Natal que Vó Sélia se transformava em uma verdadeira fada madrinha. Nenhuma criança do bairro Imigrantes passava sem presente, nenhuma carinha ficava sem o brilho da surpresa e da alegria. Organizar a chegada do Papai Noel era uma tradição aguardada com ansiedade. Vó Sélia, com seu sorriso caloroso, distribuía cachorros-quentes e refrigerantes, transformando o momento em uma celebração inesquecível.

O Natal de Vó Sélia era sobre presentes, magia do afeto e da união. Ver os olhinhos brilhantes das crianças, o riso solto, e a alegria que reverberava pelas ruas, eram recompensas que alimentavam sua alma. E assim, ano após ano, ela cultivava a esperança e a bondade em cada coração que tocava.

Hoje, com o coração pesado, a comunidade se despede de Vó Sélia, essa mulher extraordinária que nos ensinou o verdadeiro significado de servir ao próximo. Seus gestos simples, porém grandiosos, ecoarão por gerações. Na memória de cada um que teve o privilégio de conhecê-la, viverá o exemplo de amor e compaixão que ela encarnou.

Vó Sélia pode ter partido, mas seu espírito continua presente em cada refeição compartilhada, em cada sorriso devolvido, em cada criança que um dia acreditou na magia do Natal graças a ela. Sua vida foi um abraço caloroso que envolveu a todos nós. E mesmo em sua ausência, sentimos o conforto desse último abraço, que nos inspira a sermos melhores, a olharmos para o próximo com mais empatia e generosidade.

Descanse em paz, Vó Sélia. Sua luz jamais se apagará, e seu legado de amor permanecerá vivo em nossos corações.

Airton Engster dos Santos - Historiador

sábado, 8 de junho de 2024

Estrela-RS - 25 Anos em 1901

Belvedere Odilo Afonso Thomé na Rua Chá Chá Pereira em Estrela

Em 1974, a cidade de Estrela celebrou a inauguração de um belvedere no término das ruas Chá Chá Pereira e Júlio de Castilhos. O evento contou com a presença de José Bauer, diretor da Cervejaria Polar, e Orlando Schaeffer, presidente da Câmara de Vereadores, que realizaram o corte simbólico da fita. O belvedere, com sua imponente escadaria, rapidamente se tornou um ponto de interesse local, proporcionando uma vista deslumbrante do Rio Taquari.

Além disso, foi construída uma ponte móvel, ligando uma ilhota no rio à terra firme, utilizando tambores como suporte estrutural. Apesar da inovação, a estrutura sucumbiu às frequentes enchentes do rio, sendo destruída pelas águas. Hoje, a escadaria do belvedere ainda permanece, oferecendo aos moradores e visitantes uma vista panorâmica do rio e lembrando a todos da rica história e beleza natural de Estrela. Airton Engster dos Santos, de Estrela, historiador.

Belvedere da Rua Chá Chá Pereira em Estrela

sexta-feira, 7 de junho de 2024

A Generosidade que Transborda de Joinville para Estrela - Enchente do Rio Taquari 2024






A Generosidade que Transborda de Joinville para Estrela: Crônica do Airton 32

Foi com um sentimento de desolação que os moradores de Estrela assistiram à enchente devastadora que varreu a cidade. As águas, impiedosas e indomáveis, transformaram ruas em rios e casas em ruínas, carregando consigo sonhos, histórias e memórias. Entre os escombros e a lama, surgia uma pergunta inevitável: como recomeçar?

É nos momentos de crise que a verdadeira essência da humanidade se revela. E foi exatamente isso que aconteceu quando Cristina Maslowski e Augusto Soares, através do projeto Somos Todos diCá, decidiram agir. Ao invés de se limitarem a observar o sofrimento à distância, eles se uniram às autoridades locais para prestar socorro às famílias mais afetadas. Havia uma necessidade de oferecer esperança, um lembrete de que ninguém estava sozinho.

Entre os muitos danos causados pela enchente, a destruição da Biblioteca Francisco Reckziegel Assis Sampaio foi particularmente dolorosa. A biblioteca, que servia como um santuário de conhecimento e cultura, agora era apenas um amontoado de detritos. Mas Cristina e Augusto, com uma visão de que o conhecimento é uma chama que não pode ser apagada, decidiram doar seus próprios livros para reconstruir o acervo. Cada livro doado era uma peça de um quebra-cabeça cultural, uma ponte entre o passado e o futuro.

Enquanto os livros encontravam seu caminho rumo a Estrela, algo igualmente mágico acontecia no Memorial Werner Schinke de Estrela. Os generosos moradores de Joinville, tocados pela tragédia que atingira seus vizinhos, entregaram peças inestimáveis para serem expostas no espaço cultural. Cada peça carregava consigo uma história, um fragmento da memória coletiva que agora ajuda a curar as feridas abertas pela enchente.

Cristina e Augusto, com suas ações altruístas, mostraram que a verdadeira riqueza não está nos bens materiais, mas na capacidade de compartilhar e cuidar do próximo. A enchente, que uma vez ameaçara apagar as memórias de Estrela, agora estava sendo superada pela correnteza de solidariedade que a comunidade recebeu.

Cada livro para a biblioteca e cada peça no memorial contam uma história de superação, lembrando a todos que, por mais difíceis que sejam os tempos, sempre haverá uma mão amiga pronta para ajudar a reconstruir o que foi perdido.

A generosidade de Cristina, Augusto e dos moradores de Joinville tornou-se uma inspiração, uma prova de que, mesmo diante das adversidades mais avassaladoras, o espírito humano pode encontrar maneiras de florescer. E assim, a cidade de Estrela continuou a trilhar seu caminho, com a certeza de que, juntos, somos todos mais fortes. Somos Todos diCá.

Airton Engster dos Santos - Historiador


Júlio Almeida e a Biblioteca Assis Sampaio de Estrela, após a enchente do Rio Taquari





A Saga de Júlio e a Biblioteca de Estrela! Crônica do Airton 31

Em uma cidade encantadora às margens do Rio Taquari, a Biblioteca Francisco Reckziegel Assis Sampaio era um refúgio de sonhos e um santuário de conhecimento. Naquele espaço, histórias ganhavam vida, viajantes embarcavam em aventuras inimagináveis e jovens mentes se nutriam com a sabedoria dos séculos.

Porém, em um dia fatídico, o rio mostrou sua face mais implacável. As águas invadiram a cidade de Estrela com uma força avassaladora, e a biblioteca, que antes resplandecia como um espaço de saber, foi engolida pela enchente. Livros, memórias e conhecimentos foram levados pela correnteza, deixando para trás apenas a devastação.

Entre os muitos corações partidos pela perda estava o de Júlio Almeida, um jovem estudante e ávido leitor. Para Júlio, a biblioteca era um segundo lar, um espaço onde ele podia viajar sem sair do lugar, explorando mundos e ideias que iam além das fronteiras de sua cidade. O lamento inicial logo deu lugar a um desejo ardente de reconstruir o que havia sido perdido.

Movido por um senso de dever e uma paixão inabalável pela leitura, Júlio se uniu à comunidade na campanha de doação de livros, em um esforço coletivo para trazer a biblioteca de volta à vida. Pessoas de todos os cantos começaram a doar livros, cada volume carregando consigo uma história de esperança e solidariedade.

Para Júlio, a biblioteca era um bastião da cultura leitora, um local onde o ideal democrático da informação florescia, permitindo que o conhecimento fosse acessível a todos, sem distinção.

O cheiro de livros novos e antigos misturava-se no ar, para abastecer as estantes, que aguardavam ansiosas pelos leitores.

A tragédia pode ser superada com a força coletiva de uma comunidade dedicada ao conhecimento. E assim, entre páginas e sonhos, a biblioteca num futuro não distante estará pronta para continuar a sua missão de iluminar mentes e transformar vidas.

Airton Engster dos Santos - Historiador

A Hora Alemã: Memórias e Esperanças - Crônica do Airton Airton Engster dos Santos



A Hora Alemã: Memórias e Esperanças - Crônica do Airton

Foi numa manhã de domingo que tive a honra de participar do programa "A Hora Alemã", um espaço acolhedor comandado pelo carismático Andreas Hamester, com a presença ilustre dos convidados Edson Scholz e Helmut Scholz. O relógio marcava pouco antes das nove quando nos acomodamos no estúdio da Rádio A Hora, ansiosos por compartilhar histórias que transcendem gerações.

O tema daquela manhã especial era a vida em comunidade, com um foco particular na venerável Comunidade Luterana de Novo Paraíso, parte da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana de Estrela. Fundada em 17 de fevereiro de 1863, essa comunidade é uma das mais antigas do Sínodo Vale do Taquari, um testemunho vivo da fé e perseverança que moldaram a região.

À medida que o programa se desenrolava, Edson e Helmut teciam uma tapeçaria rica de histórias, cada fio carregado de emoção e significados profundos. Helmut, com seu jeito sereno, rememorava os encontros das famílias que se reúnem no salão comunitário para compartilhar orações, mas também alegrias e tristezas cotidianas. Edson, por sua vez, trazia à tona histórias de eventos, cooperação e solidariedade.

Ouvi-los era como folhear um álbum de fotografias, onde cada imagem conta uma história de união. As palavras fluíam com uma cadência que acalmava, transportando-nos para uma realidade em que a vida, embora dura, é marcada por uma simplicidade genuína e um sentido de pertencimento profundo.

A Comunidade Evangélica de Novo Paraíso se mantém firme como um espaço de fé, irradiando luz e esperança para todos os que ali se encontram e compartilham. Sua história é entrelaçada com a história da região, uma narrativa contínua de dedicação e amor ao próximo.

Enquanto o programa avançava, sentíamos o peso e a beleza dessas histórias. A música que pontuava nossa conversa parecia embalar os ouvintes, como se cada nota tocada fosse uma lembrança dos antepassados, dos encontros festivos, das mãos que se estendiam em ajuda mútua.

Quando o relógio se aproximava das dez, e o programa chegava ao fim, um sentimento de gratidão pairava no ar. Andreas, com sua voz cálida, encerrava o episódio com uma mensagem de esperança, lembrando-nos da importância de preservar nossas raízes e cultivar nossas relações comunitárias.

Aquele momento, compartilhado com Edson, Helmut e Andreas, havia sido inesquecível. Foi uma celebração da vida em comunidade, uma poesia às memórias e esperanças que continuam a moldar a Comunidade Luterana de Novo Paraíso.

E assim, com o coração aquecido e a alma inspirada, seguimos adiante, carregando conosco as histórias daqueles que vieram antes, e a certeza de que, juntos, podemos construir um futuro ainda mais luminoso.

Airton Engster dos Santos - Historiador

terça-feira, 4 de junho de 2024

Pesquisador Alex de Castro é Homenageado no Memorial Werner Schinke de Estrela


Pesquisador Alex de Castro é Homenageado no Memorial Werner Schinke pela Preservação da História do Estrela Futebol Clube.

O sol brilhava suavemente no Memorial Werner Schinke de Estrela, refletindo um dia de emoções e lembranças. O espaço, já tão carregado de histórias e memórias, ficou ainda mais significativo com a presença do pesquisador Alex de Castro. Em um evento marcado pela gratidão e reconhecimento, Alex foi homenageado pelo seu inestimável trabalho de pesquisa sobre a história do Estrela Futebol Clube., um clube que ocupa um lugar especial no coração de muitos.

Alex de Castro, um historiador meticuloso e apaixonado, dedicou anos de sua vida a investigar cada detalhe da trajetória do clube. Seu compromisso com a verdade e sua dedicação à preservação da memória desse clube tão querido transcendem o simples ato de relatar eventos. Ele mergulhou fundo em arquivos, entrevistas e documentos esquecidos, desvendando histórias que muitos já não lembravam e trazendo à luz episódios que merecem ser celebrados.

O livro que Alex está produzindo promete ser uma obra monumental. Abrangerá desde os primeiros passos do Estrela Futebol Clube., seu nascimento humilde, até os gloriosos anos em que o clube brilhou no Campeonato Gaúcho. Serão contadas as histórias de vitórias épicas, derrotas dolorosas, e dos heróis que vestiram a camisa estrelada com tanto orgulho. A obra também abordará o triste encerramento das atividades na primeira década do século XXI, um capítulo melancólico, mas necessário para entender toda a magnitude da história do clube.

A homenagem recebida por Alex de Castro no Memorial Werner Schinke é mais do que merecida. Ela simboliza o reconhecimento de uma comunidade inteira pelo trabalho árduo e pela paixão de um homem que se recusa a deixar que as memórias do clube. se desvaneçam no tempo. Durante a cerimônia, seus olhos brilhavam com a mesma intensidade das histórias que ele tão carinhosamente resgatou. 

Em disse emocionado, que sua motivação sempre foi o amor pelo esporte e pela história, e que cada descoberta, por menor que fosse, enchia seu coração de alegria. Ele agradeceu a todos que colaboraram com suas pesquisas, aos antigos jogadores, dirigentes, torcedores e, principalmente, ao Memorial Werner Schinke por proporcionar um espaço onde a história do Estrela Futebol Clube. pode ser preservada e celebrada.

A homenagem a Alex de Castro no Memorial Werner Schinke é um testemunho do poder da memória e da importância de preservarmos nossa história. Seu trabalho garante que as futuras gerações conhecerão e se inspirarão com as histórias de um clube que, apesar de não estar mais em atividade, viverá para sempre nos corações daqueles que amam o futebol e na obra cuidadosa e apaixonada deste grande historiador.

Airton Engster dos Santos - Historiador

Solidariedade de Imperatriz no Maranhão: Um Abraço Fraterno à Estrela no RS vítima das enchentes do Rio Taquari






Solidariedade de Imperatriz: Um Abraço Fraterno à Estrela! Crônica do Airton 29

O sol ainda despontava tímido no horizonte quando a solenidade de Corpus Christi começou a ganhar vida na Diocese de Imperatriz, Maranhão. O local do encontro dos fiéis pulsava com a devoção e a fé da comunidade. No entanto, naquele dia, havia um sentimento extra de compaixão no ar, uma solidariedade que transcendia as fronteiras estaduais.

Dom Vilsom Basso, com sua presença serena e voz acolhedora, subiu ao altar. Seus olhos refletiam a fé e uma preocupação com os irmãos distantes, afetados por uma tragédia. O Rio Grande do Sul, terra fértil e acolhedora, agora enfrentava a fúria implacável das águas, especialmente o município de Estrela, submerso em dores e perdas.

Enquanto a brisa leve balançava as vestes litúrgicas, Dom Vilsom evocou memórias e laços profundos. Lembrou com carinho de Dom Affonso Felippe Gregory, o primeiro Bispo Diocesano de Imperatriz, um homem de fé inabalável, originário de Estrela. Aquele era um dia para recordar não só o saudoso bispo, mas também seu pai, nascido na comunidade de Arroio do Ouro, interior de Estrela, agora devastada pela força avassaladora das enchentes.

A narrativa do bispo, intercalada por momentos de silêncio e oração, não foi um relato de tristeza, mas um chamado à ação. A compaixão transformava-se em mobilização, e Imperatriz respondia com o coração aberto. Donativos começaram a ser reunidos, um verdadeiro testemunho da fé em ação, da solidariedade que não conhece barreiras.

Cada item doado, cada oração elevada, era uma forma de abraço distante, um conforto em meio ao caos. O povo de Estrela, em sua vulnerabilidade, sentia o calor humano e a esperança renascer. As palavras de agradecimento ecoaram do sul para o norte, ligando as almas em um elo de fraternidade.

Naquela cerimônia, enquanto as velas de Corpus Christi brilhavam intensamente, Imperatriz e Estrela tornaram-se irmãs em solidariedade. A campanha de donativos, mais do que um gesto de caridade, era um símbolo poderoso de que, diante das adversidades, a união e o amor fraterno são os maiores alicerces da humanidade.

O povo de Imperatriz, com sua generosidade, mostrou que mesmo as águas mais furiosas não são capazes de apagar a luz da esperança e da solidariedade. Assim, cada gesto solidário tornava-se uma prece, cada doação, um voto de confiança em dias melhores.

E ao final da solenidade, Dom Vilsom, com o olhar fixo no horizonte, sabia que haviam plantado sementes de amor que floresceriam, transformando a dor em resiliência, a perda em renovação.

Airton Engster dos Santos - Historiador






segunda-feira, 3 de junho de 2024

Enchente do Rio Taquari 2024, em Estrela - Devastação em Arroio do Ouro ...

Em 2 de maio de 2024, o Rio Taquari registrou a maior enchente da história de Estrela

Enchente do Rio Taquari 2024 - Raízes da Esperança no interior de Estrela!






Raízes da Esperança no interior de Estrela! Crônica do Airton 27

O Rio Taquari, com suas águas poderosas, transformou o cenário de Estrela em um mar de desolação em maio de 2024. As águas subiram com voracidade, apagando a linha tênue entre terra e rio, e carregando consigo sonhos e sustento de uma comunidade agrária vibrante.

Os campos, outrora verdes e férteis, estão agora manchados de lama e destruição. As vacas leiteiras, tão essenciais para a economia local, foram levadas pela correnteza impiedosa, junto com cercas e currais. As plantações de soja, hortaliças e milho, que prometiam uma colheita abundante, estão afogadas em um mar de incerteza. Arroio do Ouro e Linha Figueira, duas das áreas mais afetadas, se tornaram sinônimos de tristeza e desamparo.

A comunidade se vê forçada a reconstruir suas casas e vidas. Muitos perderam tudo. As casas, que antes eram refúgios de segurança e amor, não resistiram às investidas das águas. Escola, igrejas e centros comunitários, locais de encontro e união, foram severamente danificados. Perdas de veículos e implemantos agrícolas. A paisagem mudou, e com ela, o coração de Estrela pulsa em um ritmo de superação.

A agricultura na parte baixa de Estrela paralisou. Os campos, agora desertos, esperam pacientemente pelo toque de mãos trabalhadoras e esperançosas. Os moradores, destemidos em face da adversidade, planejam recomeçar. Muitos buscarão refúgio temporário nas casas de filhos e parentes, enquanto outros erguerão novas moradias em terrenos mais seguros. A força desta comunidade é inabalável.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Secretaria da Agricultura e a Emater se uniram em um esforço hercúleo para apoiar os agricultores. Em diversos pontos da cidade, doações são recebidas e distribuídas com a urgência e o cuidado que a situação exige. Roupas, alimentos e materiais de limpeza são essenciais para começar a sanar as feridas abertas pela enchente. E, em um gesto de solidariedade, alimentos para os bovinos são disponibilizados, garantindo que as cabeças de gado restantes possam ser mantidas.

A força de Estrela reside na sua gente. Cada gesto de ajuda, cada mão estendida, é um sinal de que, mesmo nas adversidades mais difíceis, há esperança. O rio Taquari, que trouxe devastação, também trouxe consigo a união de uma comunidade determinada a reerguer-se. Juntos, os moradores de Estrela mostram que, apesar das águas revoltas, a esperança sempre encontra um caminho para florescer.

Airton Engster dos Santos - Historiador

sábado, 1 de junho de 2024

Homenagem à Visão Futurista de Adão Henrique Fett - Crônica do Airton






Uma Homenagem à Visão Futurista de Adão Henrique Fett - Crônica do Airton

Com a presença emocionada de familiares e amigos, o Memorial Werner Schinke de Estrela foi palco de uma homenagem especial, lembrando a ousada iniciativa do saudoso prefeito Adão Henrique Fett em erguer o imponente prédio da Prefeitura de Estrela em 1954. Este edifício, que completou 70 anos em maio de 2024, tornou-se um símbolo da administração municipal, refletindo a visão futurista e o compromisso com o desenvolvimento sustentável do município.

Eva Fett, filha do ex-prefeito, aos 91 anos de idade, compartilhou memórias preciosas do legado de seu pai, destacando a série de realizações que transformaram a paisagem e a infraestrutura de Estrela. Ao assumir o cargo, Adão Henrique Fett dedicou-se incansavelmente a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, investindo em projetos que impulsionaram o desenvolvimento local.

Entre suas muitas realizações, Fett construiu pontes e escolas, abriu estradas e ruas, facilitando o acesso e a mobilidade dos moradores. Sua gestão também foi marcada pela promoção da educação e do progresso social. Ao implantar redes elétricas e de comunicação, modernizou a infraestrutura básica, proporcionando mais conforto e conectividade à população.

A construção do prédio da Prefeitura de Estrela, uma de suas obras mais ousadas, simboliza sua visão arrojada e seu compromisso com um futuro próspero para a cidade. Esse edifício abrigou a administração municipal, se tornando um marco arquitetônico e um testemunho duradouro da liderança visionária de Adão Henrique Fett.

A cerimônia no Memorial de Estrela que contou ainda com a presença de Marlise Buchmann Engert (neta) e Schenia Buchmann Engert (bisneta) foi um tributo emocionante à memória de um líder que, com determinação, transformou Estrela em um lugar melhor para se viver. A homenagem destacou as realizações de Fett e a sua influência duradoura de sua administração na vida dos moradores e no desenvolvimento contínuo do município.

O evento, repleto de histórias e lembranças, celebrou a dedicação de Adão Henrique Fett à sua comunidade e sua capacidade de planejar e construir um futuro melhor. Seu legado, perpetuado no coração de Estrela, serve como um exemplo inspirador de liderança e compromisso com o bem-estar coletivo. 

Airton Engster dos Santos - Historiador