Marcel Stürmer na Zero Hora
Outubro de 2013
Marcel Stürmer tem um abraço apertado. Que revela uma força interior bem maior do que a física que conduz seus patins por horas a fio nos treinos de segunda a sábado. Dos 28 anos que já viveu, apenas seis não foram direcionados pelas rodinhas, consideradas quase extensões dos seus pés. O gaúcho natural de Lajeado acumula medalhas na estante do apartamento em Porto Alegre, que talvez lhe rendessem um bom argumento para diminuir o ritmo de trabalho. Ele até cogita, mas o sangue borbulha e não deixa. No início de novembro, parte rumo a Taiwan, com foco no ouro do Mundial, prêmio que o manterá no topo do ranking dos melhores do mundo.
Morar sozinho
Gosto sempre de lembrar que morar sem meus pais desde muito cedo me trouxe três aprendizados: ser responsável, treinar sozinho e fazer panquecas (risos). Quando comecei a procurar apartamento, tinha apenas uma exigência: um espelho enorme, com nenhum móvel na frente, em que eu pudesse praticar quando viesse um momento de inspiração no meio da noite.
Preconceito na infância
Sempre fui competitivo, desde pequeno não gostava de perder. Aos seis anos, já falava para a minha treinadora, em Lajeado, que seria o melhor do mundo. Na infância, sofri preconceito, mas quanto mais era alvo de bullying, mais eu preenchia os meus dias com treinos para ocupar a cabeça. Mas nunca pensei em desistir, a minha família me deu todo o suporte que precisei.
Foco na carreira
Quero ser um amigo mais disponível, sem ser o chato da mesa de bar que não pode beber nada alcoólico, por exemplo. Aos 28 anos, atingi o ápice da minha carreira profissional ao vencer os Jogos Mundiais e sigo focado e trabalhando muito. Mas tudo tem que ter controle. De nada vale uma medalha de ouro no peito e uma pulseira de hospital no punho, né?
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