Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Revolução Farroupilha, um marco do gauchismo

Personagens da Revolução Farroupilha

“Eu sou gaúcho, e isso me basta para ser feliz no universo”

         Estado do Rio Grande do Sul é o maior e mais populoso da Região Sul do Brasil, com uma identidade cultural completamente diferenciada dos demais brasileiros.
Sob forte influência dos países com os quais possui fronteiras, Uruguai e Argentina, foram desenvolvidos, em séculos de convivência (nem sempre amistosa), costumes, tradições e uma arte que se expressa na linguagem, no canto, na dança, nas artes plásticas, na indumentária e culinária.
As tradições gaúchas são pecuárias, fortemente ligadas ao ciclo do couro, as gadarias, às estâncias, aos primórdios do Rio Grande do Sul e às revoluções em que seu povo se envolveu.
         A Revolução Farroupilha pode ser considerada um marco do gauchismo. Foi na busca de sua autonomia em relação ao Império Brasileiro, em 1835, que os gaúchos iniciaram uma guerra que teve duração de 10 anos para proclamar a República sul-rio-grandense, ou República de Piratini.
O senso de liberdade e o perfil revolucionário ante as injustiças, mas conservador com relação ao campo e a família, entre outras características dos gaúchos, ganharam formato final na Revolução Farroupilha. Quando os lideres gaúchos e do Império assinaram o tratado de paz, a província foi pacificada.
          
Costumes Ameaçados:
         Os costumes gaúchos, reforçados e difundidos nos acampamentos revolucionários, só foram mantidos nas comunidades rurais e no trabalho diário com rebanhos.
Um século depois, ao final da Segunda Guerra Mundial, o Brasil vivia uma invasão da cultura norte-americana, de grande impacto social. Era moderno usar termos americanizados, consumir produtos dos EUA e saber sobre atores, atrizes, cantores e cantoras norte-americanos.
As tradições gaúchas estavam renegadas, e mesmo nas cidades do interior, o homem do campo que usasse a indumentária, formada por botas, bombachas, lenço no pescoço e chapéu era tratado com termos pejorativos.
        
Surgem os Piquetes da Tradição:
         Foi diante deste panorama que um grupo de jovens do Colégio Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, quase todos oriundos do interior do Estado, ligados ao campo, formaram um Departamento de Tradições Gaúchas. Era o contraponto nativo ao “american way-of-life”.  
‘Em 7 de setembro de 1947 acenderam uma centelha da Pira da Pátria, dando origem a Chama Crioula, símbolo máximo das tradições gaúchas. Eram oito jovens, liderados por João Carlos Paixão Côrtes, que formaram o Piquete da Tradição.
         A primeira Ronda Crioula do Rio Grande do Sul encerrou-se em 20 de setembro de 1947 e deu origem a todo movimento tradicionalista gaúcho.
Luis Carlos Barbosa Lessa, nesta ronda, propôs a criação de uma entidade civil de culto as tradições gaúchas, dando origem ao “35 Centro de Tradições Gaúchas”, o primeiro dos quase três mil CTGs, Piquetes, DTGs e outros similares que foram criados mundo afora.
As sólidas bases do tradicionalismo gaúcho foram forjadas a partir de seu manifesto “Sentido e Valor do Tradicionalismo”. O tradicionalismo gaúcho ressurgia à luz do Candeeiro Crioulo.
         A partir desta data, CTGs e entidades tradicionalistas foram formados em todo Rio Grande do Sul. Foram criados também o Movimento Tradicionalista Gaúcho e suas Regiões Tradicionalistas.
        
O Pilar da Tradição:
As tradições gaúchas, forjadas em séculos de história, hoje tem uma base muito sólida para ser difundida. São 3 mil Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) instalados pelo mundo – Los Angeles, nos EUA, Tóquio, no Japão, Paraguai, China. O CTG foi idealizado por Barbosa Lessa como uma sociedade civil gauchesca, com objetivo de ser guardião e difusor das artes da tradição do Rio Grande do Sul.
O CTG representa o galpão crioulo, onde se reúnem os peões, mas também é a sede de grandes eventos, lembrando as grandes salas das estâncias, onde aconteciam as festividades da elite social gaúcha.
Essa cultura tradicionalista que se revela no rodeio gaúcho, nas danças do fandango e através de outras formas  de expressão da arte nativa é preservada nos CTGs, habitat da arte e tradição do povo sul-rio-grandense. Em suma o CTG é a casa do gaúcho.

CTGs em Estrela
         Em Estrela diversas entidades procuram difundir e manter viva as tradições e costumes gaúchos, especialmente os GTGs.
        
O CTG Estrela do Rio Grande foi fundado em 1º de dezembro de 1973, que tem como objetivo divulgar as tradições gaúchas, desenvolver atividades culturais, artísticas e campestres.
Primeiro patrão foi José Luiz Schwertner. A sede está localizada no Parque Municipal (fundos do Estádio Aloysio Valentin Schwertner), bairro Imigrantes, em Estrela. Compreende um Galpão e área para Rodeios. Entre os 28 tradicionalistas presentes na primeira reunião para criação do CTG, encontravam-se: José Luiz Schwertner, Germano Schmidt, Wilmar Quevedo, Afonso Mânica, Lauro Hopermann, Teodoro Bentz, Carlos Beraldo Peitschmann e Cláudio Guntzel.
Ao longo dos anos, homens e mulheres se destacaram na construção da história do CTG Estrela do Rio Grande: Francisco Arai Weber, Alceu Loposzinski, Rubem Reinheimer, Gerson Junqueira, João Werle, Carlos Roberto Martins entre tantos outros patrões, prendas, peões, interpretes, declamadores, etc...
        O CTG Raça Gaudéria foi Fundado em 10 de março de 1990, foi registrado em 20 de julho de 1990, sendo seu primeiro patrão, Euclides Kummer, depois, teve como patrão Elmo Luís Diedrich. Trata-se de  uma entidade recreativa que proporciona entretenimento de cunho sócio-cultural, rodeios artísticos, fandangos, tertúlias, domingueiras, voltado à cultura do povo gaúcho Com sede no Loteamento Popular III, bairro Boa União, com acesso pela Rota do Sol, em Estrela. A sede compreende um Galpão Típico e Esportivo de Funções Múltiplas.

Pesquisa – Airton Engster dos Santos
Fonte – Memorial da Aepan-ONG

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