Estrela-RS, 29 de dezembro de 2024.
No interior de Estrela, onde o Arroio Boa Vista segue seu leiro silencioso, uma nova ponte se ergue como símbolo de superação e resiliência. Ali, onde antes havia incerteza e desconexão, o fluxo da vida volta a pulsar entre os bairros Boa União e São José. É mais do que concreto e ferro: é uma travessia entre histórias interrompidas e novos começos. Os ciclistas sentem o vento no rosto, os pedestres caminham com passos firmes, e os veículos seguem seus destinos como quem celebra a volta do cotidiano. Cada detalhe da obra, desde o cuidado com a adaptação a cheias até a robustez da estrutura, reflete a lição aprendida com as águas furiosas de outrora: resistir é preciso, reconstruir é indispensável.
Sob o sol da manhã, moradores se encontram no meio da ponte, como velhos amigos que finalmente se abraçam após a distância imposta. A ponte é um marco na memória coletiva, um testemunho do esforço conjunto para costurar os retalhos da cidade. No pós-enchentes, ela se torna um farol para toda a região, mostrando que a conexão vai além do físico, atingindo o emocional. Em cada passo, pedalada ou motor que cruza sua extensão, pulsa a certeza de que Estrela segue firme, unida, e de que as tempestades jamais serão maiores que sua capacidade de recomeçar.
Airton Engster dos Santos