Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Dr. Gabriel Schlatter criou em Estrela a primeira escola de parteiras do Rio Grande do Sul




Dr. Gabriel Schlatter 

No início do século XX existia um grave problema de saúde pública no Rio Grande do Sul. Alta mortalidade das parturientes e dos recém-nascidos, por má instrução dos assistentes de partos. 

Percebendo as dificuldades, o Dr. Gabriel Schlatter criou em Estrela a primeira escola de parteiras do Estado, no prédio histórico construído em 1905. O Castelinho onde hoje funciona a Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Habitação. 

Ensinava seus conhecimentos com ajuda de um simulacro da pelve feminina por ele idealizado que chamava de Phantom, e de um esqueleto importado da França. 

Schlatter formou dezenas de parteiras que se espalharam pelo Rio Grande do Sul, e tinham compromisso de difundir os conhecimentos adquiridos. 

Gabriel Schlatter nasceu em Lahnbach, no Tirol Austríaco. Após falecimento do pai, a família mudou-se para aldeia de Zams, a 80 km de Innsbruck. 

Teve infância pobre. Foi pastor de ovelhas e cabras, sapateiro, operário de estrada, servente e coroinha de hospital. 

Pois foi no sótão do Hospital St. Vinzenz, no Vale do Rio Inn, que encontrou livros sobre medicina e passou a lê-los. 

Nesta época já auxiliava o médico do hospital na dissecção de cadáveres na procura da causa-mortis. 

Adquiriu novo conjunto de livros nos quais estudou especialmente sobre cirurgias. 

Quando chegou ao Brasil em março de 1898, tinha 33 anos e já era diplomado pela Associação dos Médicos Naturalistas da Alemanha. Registrou seu diploma na Diretoria Estadual de Higiene, obtendo licença para exercer sua profissão no RS. 

Veio inicialmente para Lajeado, depois Estrela, São Sebastião do Cai e Feliz onde construiu um hospital. 

Dr. Schlatter casou em 1899 com Anne Maria Meurer. Faleceu em outubro de 1947. Sua obra ficará indelevelmente gravada na medicina do RS, no século XX.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Bruno Schwertner transformou-se no maior construtor de relógios de torres de igreja do Brasil. Sua fábrica estava situada em Estrela-RS.





Nasceu em 12 de novembro de 1873, em Langwasser (Silésia- Pruscia), na Alemanha. Veio para o Brasil em 1884, com 11 anos de idade. Com 18 anos abriu uma sapataria na Picada Grande (Novo Paraíso). T. Morreu em Estrela-RS em 17 de julho de 1952. 

Consertava as mais variadas máquinas, desde engenhos, máquinas de costura, projetores de filmes, gramofone, instrumentos diversos e relógios. 

A capacidade como consertador de máquinas se espalhou rapidamente na Vila. De todos os lugares vinham serviços. 

No ano de 1892, Bruno Schwertner foi chamado para estudar uma situação muito difícil. A Paróquia Santo Antônio de Estrela havia recebido um relógio de torre muito antigo e fora de uso. Após três meses de exaustivo trabalho o relógio voltava a funcionar. O mesmo funcionou por mais 47 anos, quando foi construído o outro. 

Numa peça alugada abriu sua primeira oficina em 1895. Algum tempo depois ampliou sua oficina e agregou uma loja. Surgia assim a Loja Schwertner. 

Coube a Bruno a instalação dos primeiros telefones no município de Estrela. 

Foi fundador do Tiro de Guerra 227, e por 25 anos fez parte desta sociedade cívico-militar. 

Fez parte da empresa “Schwertner e Cia” e proprietário do Jornal “O Paladino”, sendo preservados, até hoje, todos exemplares por seu neto, Roque Schwertner. 

Bruno foi sócio fundador da Sociedade Ginástica e do Rotary Club de Estrela. A grande paixão era relojoaria, arte que o havia empolgado desde que abriu a oficina. 

Estava com viagem marcada para Suíça onde estudaria a arte relojoeira, quando o plano ficou frustrado devido ao início da Primeira Guerra Mundial. 

Foi quando teve a idéia de produzir relógios para edifícios públicos. Surgiu então o Relógio de Torre, cujas batidas são ouvidas em 200 municípios brasileiros. 

Bruno Schwertner residiu em Estrela por mais de 50 anos, casado em 22 de junho de 1897, com Florentina Mallmann, com quem teve 13 filhos. 

Homenagem em Estrela: Foi instalado um relógio na Rua Bruno Schwertner, pelo ex-prefeito Geraldo Mânica, para marcar a trajetória deste extraordinário cidadão que, com sua engenhosidade soube elevar o nome de Estrela-RS em 200 municípios de oito estados brasileiros.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos


quarta-feira, 18 de julho de 2018

O Presidente da República, Ernesto Geisel é um estrelense que não nasceu em Estrela





Presidente Ernesto Geisel 

O Presidente da República, Ernesto Geisel é um estrelense que não nasceu em Estrela. Já antes do nascimento de Ernesto, os seus pais moravam em Estrela. A casa, uma das maiores da redondeza. Ali o casal esperava o filho. A casa só não foi berço do presidente por ordem do destino. 

Uma viagem foi necessária, e o casal Geisel teve que se deslocar para outro município. A esposa estava sentindo dores, o marido não sabia o que fazer estavam longe de casa, talvez não desse nem tempo de voltar a Estrela. 

O menino nasceu em Bento Gonçalves. Filho de August Wilhelm Geisel e Lydia Beckmann, seu pai, de nacionalidade alemã, veio da Baviera para o Brasil em 1883 e fixou residência em Novo Paraíso, no município de Estrela. 

Mas foi em Estrela que o ex-presidente cresceu, brincou, freqüentou a escola tornou-se adulto. Talvez, entre seus sonhos não figurasse a hipótese de ser, um dia, Presidente da República do Brasil. 

Geisel foi casado com a estrelense, Lucy Markus Geisel, professora primária, filha de Augusto Frederico Markus e Joana Beckmann. 

A ex-primeira-dama do Brasil, Lucy Markus Geisel, com 82 anos, morreu dia 03 de março de 2000, na clínica Prontocor, no Rio, vítima de parada cardiorrespiratória, em conseqüência de um acidente automobilístico na zona sul do Rio de Janeiro. 

O casal teve dois filhos Amália Lucy e Orlando, morto em acidente em 1957. Já a filha do casal, Amália Lucy Geisel formou-se historiadora.

Henrique, Orlando e Ernesto, três dos cinco irmãos Geisel (os outros eram Bernardo, um engenheiro-químico e Amália, uma professora), orientaram-se para a carreira militar. 

Em 10 de novembro de 1977, foi inaugurado oficialmente em Estrela, o Entroncamento Rodo-Ferro-Hidroviário de Estrela, primeiro do gênero no Brasil, construído no mandato do Presidente Ernesto Geisel. A Petrobrás se responsabilizou pelos encargos financeiros da obra que se situaram em torno de trezentos milhões de cruzeiros. 

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Dom Affonso nasceu em Estrela, - Rio Grande Sul, em 02 de junho de 1930



Dom Affonso Felipe Gregory 

Dom Affonso nasceu em Estrela, - Rio Grande Sul, em 02 de junho de 1930. fez seus primeiros estudos na cidade de Gavataí, até o ano de 1949. Estudou filosofia na cidade de São Leopoldo. Cursou Teologia na Universidade Gregoriana de Roma Itália onde recebeu diploma em Teologia, em 1956. Estudou na Universidade de Lovaina Bélgica, onde em 1960 recebeu Licenciatura em Ciências Sociais.

Dom Affonso Felipe Gregory foi ordenado padre no dia 25 de fevereiro de 1956, aos 26 anos. 

Foi o primeiro pároco de São Carlos, na Arquidiocese de Porto Alegre (1961-1962); professor no Seminário de Viamão; primeiro Diretor Executivo do Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (1963-1980); membro da Equipe de Reflexão Teológico-Pastoral do CELAM (1956-1980); membro do Pontifício Conselho Cor Unum da Santa Sé em 1977; perito da Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Medellín (1968); membro da Comissão de Desenvolvimento e População da OEA (1968-1970).

No dia 2 de agosto de 1979, o Papa João Paulo II designou Affonso Gregory para a função de bispo auxiliar do Rio de Janeiro. Foi ordenado bispo pelas mãos do Cardeal Eugênio Sales, Dom Adriano Mandarino Hypólito, e Dom Waldyr Calheiros Novaes. 

No dia 16 de julho de 1987, Dom Affonso foi designado para ser o primeiro bispo de Imperatriz. Ele foi ainda presidente da Cáritas Brasileira e responsável pelo Setor da Pastoral Social da CNBB (1983-1990); Presidente da Cáritas Internacional (1991-1999); presidente do CERIS (1981).

Renunciou ao cargo de bispo de Imperatriz no dia 3 de agosto de 2005, sendo sucedido por Dom Gilberto Pastana de Oliveira.

O bispo de Imperatriz, Dom Gilberto Pastana, lamentou profundamente a morte de Dom Affonso ocorrida em 06 de agosto de 2008. “Foi um exemplo de doação à igreja e aos povos mais sofridos”. 

Como era desejo de Dom Affonso, foi sepultado na Catedral de Fátima, em Imperatriz. Antes de ir para o Maranhão, o corpo foi transladado de Porto Alegre para Estrela-RS. Foi velado na igreja onde Dom Affonso foi batizado, fez a primeira eucaristia e se crismou. 

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Francisco Reckziegel ou Assis Sampaio foi o primeiro presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Estrela





Francisco Reckziegel ou Assis Sampaio

Natural de Linha Terezinha, Sampaio, Venâncio Aires, nascido em 21 de dezembro de 1929. Profissão: Técnico em Contabilidade. Falecido em 7 de julho de 2008, sepultado em Estrela-RS. Faleceu no Hospital Moinhos de Vento em Porto Alegre.

Reckziegel foi o primeiro presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Estrela. Integrou a primeira diretoria do Centro Cultural 25 de Julho. 

Seu pseudônimo literário foi adotado em razão do santo padroeiro, São Francisco de Assis, e do nome de sua terra natal, Sampaio.

Entre 1936 e 1939 estudou na Escola Paroquial, em Sampaio. De 1940 a 1945 estudou no Seminário Seráfico, em Taquari. Mais tarde, 1955-1957, na Escola Técnica de Comércio, em Estrela. 

Realizou trabalhos como a produção de crônicas semanais para Jornal Nova Geração, 1972-1989. Também produziu crônicas para o Jornal O Informativo do Vale e Jornal Folha de Estrela. 

De 1979 a 1989 realizou comentário dominical na Rádio Alto Taquari de Estrela-RS. 

Em 1995 recebeu prêmio “Histórias de Trabalho”, do Núcleo Cultural Usina do Gasômetro, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre na categoria “Lembranças e Vivências”. 

Em 1997 publicou o livro “Nas Barrancas”, uma seleção de crônicas do Jornal Nova Geração, com apresentação do jornalista da Rede Globo, Alexandre Garcia. 

Em 1999 recebeu Menção Honrosa no Concurso Santa Crua, 150 Anos de Colonização Alemã, na UNISC. 

Ainda em 1999 Edição do livro “Divagações e Reminiscências”, crônicas do Jornal Nova Geração, com prefácio do escritor Lothar Hessel. 

Em 2000 teve trabalho selecionado no Concurso Histórias de Trabalho, da Secretaria Municipal da Cultura, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. 

Em 2001, edição do livro “Recortes do Jornal”, crônicas do Jornal Informativo do Vale, com prefácio do jornalista Osvaldo Carlos Van Leeuwen.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Airton Engster dos Santos

Arno Sommer Nasceu em Estrela no dia 27 de outubro de 1916, na Picada Berlim, hoje município de Imigrante



Arno Sommer 

Nasceu em Estrela no dia 27 de outubro de 1916, na Picada Berlim, hoje município de Imigrante. Morreu em 27 de março de 1986. 

Filho do professor Henrique Sommer e Alma Fritscher, casado com Sonja Martha Sílvia Lassi. 

Professor e escritor. Seguiu a mesma profissão do pai. Formou-se no Seminário Evangélico de Professores, em São Leopoldo. Iniciou o magistério em São Caetano do Sul, SP. 

Em 1938, obteve uma bolsa de estudos na Alemanha, regressando em 1940, para lecionar em Santa Cruz do Sul, até 1948, ao seguir para Ijuí, onde foi professor e diretor do Colégio Evangélico Augusto Pestana, e vereador. 

Em 1963, ingressou no magistério estadual, como diretor do novo Ginásio Estadual de Catuípe. Em março de 1971, transferiu-se para Porto Alegre, lecionando em Canoas. 

Ao iniciar o ano letivo de 1982, regressou ao Vale do Taquari, atuando na 3ª DE.

Com graves problemas de saúde, aposentou-se em 1985. Publicou três livros: Reminiscências da Colônia Teutônia e Estrela, Von Teutônia in die Welt, e A Caminhada de um Professor.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Airton Engster dos Santos

Antônio Carlos Porto, o "Portinho", foi um dos grandes comentaristas esportivos que o rádio gaúcho conheceu. Iniciou na Rádio Alto Taquari, de Estrela



Antônio Carlos Porto 

Nascido em Estrela ( RS ), no dia 13 de abril de 1930, Antônio Carlos Porto, o "Portinho", foi um dos grandes comentaristas esportivos que o rádio gaúcho conheceu. Iniciou na Rádio Alto Taquari, de Estrela, fundada por Arnaldo Belvê. 

Em 1952, foi para Porto Alegre com a intenção de estudar. Chegando à capital, seu amigo, Ênio Mello, então comentarista esportivo da rádio Gaúcha, PRC2, o convidou a conhecer o jornal "A Hora", embrião da atual Zero Hora. 

Ao chegar, foi convidado por Samuel Madureira Coelho a escrever sobre esporte para o jornal, já que tinha sido excelente ponta-direita no Estrela FC e tinha jogado também no 14 de Julho, de Livramento. 

Começou como cronista esportivo, cobrindo uma partida em que jogavam o Internacional e Grêmio Esportivo Renner. Logo começou a fazer jornalismo, em 1954. 

Depois, foi para a Caldas Júnior, trabalhar na Folha Esportiva. Começou sua carreira no rádio entre 1954 e 1955, quando cobria as férias dos locutores titulares na Rádio Gaúcha, e na Rádio Difusora, PRF9. 

Em 1958, convidado por Guilherme Sibemberg, foi para a rádio Gaúcha como comentarista de futebol, já que Ênio Mello havia passado para a Farroupilha. 

Mendes Ribeiro saiu da Gaúcha para a Guaíba e o convidou para acompanhá-lo, como comentarista e repórter. Porto foi um dos pioneiros da Guaíba, onde ficou até 1960. Depois disso foi para a Farroupilha e Difusora. 

Em 1967, voltou para a Guaíba, onde ficou até quase 1990, um pouco antes da Caldas Júnior entrar em crise. Depois disso, praticamente encerrou as atividades em Rádio, continuando a escrever somente para a Radiobrás. 

Antônio Carlos Porto também atuou como presidente do Sindicato dos Jornalistas do RS, e foi presidente do Sindicato dos Radialistas do RS. Fez o curso de Direito e até trabalhou um período na Justiça do Trabalho. Morreu em setembro de 2011.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos