Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Cardeal Aloísio Lorscheider - Nascido em Estrela - No período em que esteve à frente da CNBB coincide com um tempo difícil da história política do Brasil e da América Latina





Cardeal Aloísio Lorscheider

Na manhã de domingo, dia 23 de dezembro de 2007, em Porto Alegre-RS, morreu, aos 83 anos de idade, o Cardeal Aloísio Lorscheider. Seu sepultamento foi no dia 27 de dezembro, no cemitério do Convento Franciscano São Boaventura, em Daltro Filho, distrito de Imigrante-RS, onde ele começou sua vida de frade. Nasceu na Linha Geraldo, interior de Estrela, onde celebrou a primeira missa, após sua ordenação sacerdotal.

Foi bispo de Santo Ângelo-RS, Arcebispo de Fortaleza-CE e de Aparecida-SP. Antes, porém, como frei, sacerdote e teólogo, lecionou nos Institutos de Teologia de sua Ordem Religiosa. 

Em 1976, o Papa Paulo VI o fez cardeal. Na CNBB Dom Aloísio foi Secretário Geral; em seguida, Presidente por dois mandatos. Foi Presidente do CELAM e da Cáritas Internacional. 

Atuou também no Concílio Vaticano II, nas Conferências Episcopais de Medellín, Puebla, Santo Domingo e nos Sínodos dos Bispos. Foi um homem sensível aos problemas humanos, principalmente dos pobres e marginalizados.

O período em que esteve à frente da CNBB coincide com um tempo difícil da história política do Brasil e da América Latina (anos ‘60 e ‘70). Dom Aloísio esteve ao lado daqueles que mais precisavam, colocando-se com voz na defesa da liberdade e dos direitos humanos.

Ele esteve em Aparecida por 9 anos, mas o suficiente para reorganizar estruturalmente o Santuário, a ação pastoral, privilegiando os Devotos de Nossa Senhora Aparecida, o incentivo aos Meios de Comunicação, daí a Revista de Aparecida e a instalação da TV Aparecida. 

Os romeiros de Aparecida e telespectadores puderam conhecer sua voz ‘frágil’, porém reconhecida como voz do bom pastor, do bispo, do teólogo claro e conciso que dizia ao coração e à mente de todos nós. Dom Aloísio mostrou-se profundamente devoto de Nossa Senhora, de São José e de São Francisco de Assis.

Texto: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Adão Henrique Fett - prefeito empreendedor construiu pontes e escolas, abriu estradas e ruas, implantou redes elétricas e de comunicação e instituiu o Plano Diretor de Estrela-RS




Adão Henrique Fett

Adão Henrique Fett, nascido em 1904, falecido em 1984, foi prefeito de Estrela em duas oportunidades, 1952-1955 e 1964-1969. Também foi suplente de deputado estadual, assumindo como titular em 1960. 

Fett incentivou a instalação da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, em Estrela; construiu o Parque 20 de Maio e a realizou a FEMAI 1966 e 1968, que garantiu a divulgação do município de Estrela em todo território gaúcho. 

O prefeito empreendedor construiu pontes e escolas, abriu estradas e ruas, implantou redes elétricas e de comunicação e instituiu o Plano Diretor. Ele também ousou na construção do prédio da Prefeitura de Estrela, em 1954. 

No campo político, Fett mostrou determinação ao salvar o governador Ildo Meneghetti na Revolução de 1964, com quem manteve sólida amizade.

Adão Henrique Fett, com apenas 17 anos, ao ingressar na Base Aérea de Santa Maria e se tornar um grande conhecedor da aviação. Ele também foi radioamador que, em épocas de cheias do Rio Taquari, passava as informações do Vale para Defesa Civil do Estado - quando não existia outra forma de comunicação.

A paixão por rádio o levou a criar, em 1948, a Rádio Alto Taquari de Estrela, em conjunto com Arnaldo Balvé, que mais tarde viria a ser padrinho de casamento de sua filha Eva Fett Ruschel. 

Com uma visão empreendedora, Fett foi proprietário da Importadora Alto Taquari de Estrela, conhecida na região e Estado pela diversificação e qualidade dos produtos.

Outra importante contribuição de Adão Henrique Fett, foi a instituição do Brasão do Município, através de Lei Municipal em 1953, e da Bandeira em 1968, ambos idealizados por seu amigo Dr. Lauro Reinaldo Müller.

Texto: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

A grande paixão de Terezinha Vogel Schneider era a Creche Colmeia, mantida, na época, pela IECLB



Terezinha Vogel Schneider

Terezinha Vogel Schneider nasceu em casa, localizada no distrito de Costão, em 15 de novembro de 1944. Filha de Leonilda Altenhofen e Oscar Vogel. 

Casada com o radialista e vereador, Luiz Fernando Schneider. Mãe de Gilmar, Alexandre e Fernando. 

Seus antepassados residiam no interior do município de Estrela, Chá da índia, Costão, Santo Antônio. 

Terezinha Schneider estudou na Escola de Costão e mais tarde na Linha São José. Fez o Curso de Técnico em Contabilidade no Ginásio Industrial de Estrela. 

Muito nova Terezinha Schneider trabalhou no Hospital Estrela. Servia refeições aos pacientes. 

Foi funcionária da Importadora Alto Taquari e na Motolândia de Estrela onde fazia toda a contabilidade da empresa.

Foi então que o Pastor Hartmut Schiemann, da ICLB de Estrela lhe convidou para trabalhar na Secretaria da Comunidade Evangélica, onde organizou tudo em departamentos. 

Mas a grande paixão de Terezinha Schneider era a Creche Colmeia, mantida, na época, pela IECLB, localizada no Bairro Boa União, onde trabalhava como Coordenadora. 

Terezinha Schneider teve diagnosticado um tumor na mama. No dia 3 de junho de 1986 fez a primeira cirurgia.

Depois de sete anos passados tratou um melanoma e teve câncer na outra mama, passando novamente por cirurgia, e tratamento oncológico incluindo radioterapia e quimioterapia.

Em 2011 foi diagnosticado um câncer no fêmur da perna, que tratou até sua morte em janeiro de 2018. Possuía duas metástases controladas através de vacina. 

Em certa ocasião, Terezinha contou que logo que soube da doença, toda família ficou envolvida emocionalmente. Gerou certo pânico.

Mas decidiu lutar e viver. "O meu amor pela família, esposo, filhos e netos lhe deram a sustentação psicológica para se mantiver firme”.

O trabalho na Creche Colmeia, com as crianças, era outro fator de motivação, pois continuava sendo útil para minha comunidade.

E ainda, o fundamental, muita fé em Deus, reforçou.

Seguidamente Terezinha Schneider recebia em sua residência pessoas com diagnostico de câncer, quando transmitia muita força e esperança. 

Outras vezes não esperava a visita. Ela mesma procura as pessoas que sabia estar doentes.

Teresinha integrou a Liga de Combate ao Câncer.

Certamente Terezinha foi uma das pessoas que há mais tempo sofreu com os efeitos do câncer (31 anos).

Texto: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Sonia Maria Müssnich - No município de Estrela, lecionou em diversas instituições de ensino





Sonia Maria Müssnich 

A professora Sonia Maria Müssnich, nascida em 03 de setembro de 1938, morreu em 14 de outubro de 2015, no município de Estrela. Filha de Albino Ignácio Müssnich e Marieta Darcilla Müssnich, bisneta do Intendente Nicolau Müssnich.

Estudou no Colégio Santo Antônio até o Ginásio, fazendo o Curso Normal no Madre Bárbara em Lajeado, Pedagogia da UFRGS e Pós Graduação na PUC em Porto Alegre.

No município de Estrela, lecionou em diversas instituições de ensino: Em 1959 iniciou no Vidal de Negreiros onde mais tarde foi Supervisora; na Escola 20 de Maio que naquela época (1961) chamava-se Grupo Escolar de Subúrbios; Colégio Santo Antônio (trabalhou por 26 anos no Curso Normal participando na formação de professores); antigo Ginásio Industrial que funcionava onde hoje está localizada a EEEPE – Escola Estadual de Ensino Profissional Estrela; e ainda na E.N.R. Estrela da Manhã onde se situa o IEEM. 

Em Lajeado, lecionou história no Castelo Branco (Castelinho) e na FATES, hoje UNIVATES. 

Trabalhou na Delegacia de Ensino de Porto Alegre e Estrela. Foi membro do Conselho Municipal de Educação de Estrela. Aposentou-se pelo Estado em 1988 e em 2000 pelo Ensino Particular, mas lecionou até 2002. 

Sonia Maria Müssnich gostava de lecionar História do Brasil e Geral, lembrando que se motivou ainda mais para disciplina após visitar o Museu Imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro, fato que chamou muito sua atenção.

Possuía um acervo notável de fotografias, organizadas em diversos álbuns, que retratavam a história de Estrela, de personalidades das quais lembrava seus nomes e eventos importantes da vida da comunidade, destacando os religiosos. 

Pesquisadora sobre a história de Estrela, a professora Sonia Maria Müssnich, foi requisitada para palestras e entrevistas, inclusive para televisão. 

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Alexandre Snel - Em Estrela, começou a sua dedicação à medicina, a qual exigia atendimentos generalizados



Alexandre Snel

Em maio de 1875, vieram de Amsterdã, Holanda, Geraldo Nicolau Snel e Maria Christina Elisabetha Snel, passaram a residir em Estrela, onde desenvolveu as mesmas atividades. 

Em 1887, nasceu o quarto filho do casal, Alexandre Frederico Bernardo Snel.

Formou-se em 1911. Conseguiu viajar para Hamburgo, Alemanha, onde passou a atuar no Eppendorfer Krankenhaus, na área radiológica. 

Mais tarde, estagiou em Berlim, como assistente praticante, e voltou ao Brasil em fins de 1913, trazendo um aparelho de raios X da Siemens. 

Em Estrela, começou a sua dedicação à medicina, a qual exigia atendimentos generalizados. Alexandre Snel havia aprofundado seus conhecimentos igualmente em oftalmologia, mas atendia outras áreas medicina. 

Realizava cirurgias e, à noite, fazia os exames laboratoriais. Atendia não só em Estrela, mas se deslocava, para atender enfermos e parturientes da região. 

Em 1923, casou-se com Ilda Rothfuchs e deste matrimônio nasceram três filhos, um dos quais, Ariberto, também foi médico. O aparelho de raios X era operado, só por Alexandre, continuamente, lhe trouxe problemas clínicos. 

Este aparelho, não possuía proteção e segurança suficientes e, em consequência disso, em 1923, começaram seus problemas de saúde. Mesmo assim, em 1930, ele inaugurou seu próprio hospital. 

A doença gerou problemas progressivamente e, por isso, em 1932, foi consultar uma autoridade no assunto em Montevidéu, que lhe recomendou procurar ajuda em Toulon, na França. 

No instituto de madame Curie, foi indicada a amputação do membro superior ao nível do terço médio do antebraço com o cotovelo, o que aconteceu. 

Depois, Alexandre fez aplicação de rádio em Amsterdã e trouxe de Berlim uma mão mecânica articulada. 

Voltou ao Brasil em fins de 1933, reiniciando suas atividades profissionais em Estrela, mas, em 1934, um nódulo axilar esquerdo sinalizou grave comprometimento de sua saúde, vindo a falecer em 30 de maio de 1935. 

No hospital de Hamburgo, foi colocada uma placa para lembrá-lo como um dos médicos que morreram por trabalhar em radiologia. 

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Augusto Frederico Markus - empresário comercial, conselheiro municipal, último intendente, primeiro prefeito, tabelião e coronel da Guarda Nacional em Estrela



Augusto Frederico Markus

Nome de avenida em Estrela-RS, no Bairro das Indústrias, onde se localiza o Porto Fluvial de Estrela. A inauguração da rua reuniu membros da família e convidados.

É uma homenagem ao empresário comercial, conselheiro municipal, último intendente, primeiro prefeito, tabelião e coronel da Guarda Nacional em Estrela. Iniciou como comerciante nas décadas de 1910-1920.

Em 1920, foi eleito conselheiro municipal pelo Partido Republicano Rio-grandense, com mandato 1920 a 1924. Coronel da Guarda Nacional, foi tabelião. Em 1928, foi eleito intendente, administrando Estrela de 1928 a 1930, perdendo este título, mas prosseguindo no governo com o título de prefeito nomeado, até 1934. 

Retornou a ser nomeado prefeito, de julho a novembro de 1945 e, numa terceira administração, de março de 1946 a dezembro de 1947. Tinha a alcunha de "Cascalhe-Markus" por extrair cascalhos do Taquari e tapar os atoleiros nas estradas. 

Em pleno exercício como prefeito, foi nomeado em 1932, para o ofício de tabelião do Registro de Imóveis de Estrela. 

Foi primeiro presidente do Rotary Clube de Estrela, fundado em 1949, e presidente da Soges, em 1940 e 1946. Nasceu em 15 de julho de 1890 e morreu em Estrela no dia 11 de novembro de 1977.

Filho de Geraldo e Cristina Markus, casado com Joana Beckmann, cuja filha Lucy foi casada com o presidente Ernesto Geisel. Os demais filhos do político são: Osmar Bruno, Arno e Ruth

O casal Geisel com a filha Amália esteve no velório e sepultamento do ex-intendente e ex-prefeito Augusto Frederico Markus.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos

Rudolfo Maria Rath - Ginasta, professor, jornalista e líder comunitário em Estrela




Rudolfo Maria Rath

Ginasta, professor, jornalista e líder comunitário em Estrela. Nasceu em 13 de junho de 1905, em Porto Alegre, morreu em 22 de agosto de 1973, em Estrela. 

Rudolfo fez o Colegial onde aprendeu alemão, inglês e a Escrituração Mercantil. 

Ginasta da Sogipa desde os oito anos de idade, em 1926 conquistou o Campeonato Estadual de 200m rasos. 

Veio participar de uma competição olímpica em Estrela, em 1927, sagrando-se campeão. 

Em 1930, retornou e veio morar em Estrela. Prosseguiu como ginasta, representando a Sociedade Turnverein Estrela, onde foi auxiliar do professor Black. Recebeu o registro de mestre de ginástica (Turnwart) da Federação Alemã de Ginástica.

Introduziu um novo esporte, através do Estrela Tênis Clube. Requisitado pela CBD, representou o Brasil nas provas de regatas nas XI Olimpíadas em Berlim, em 1936 classificando-se em 6º lugar. 

Em 1955, promoveu a vinda à Estrela de uma equipe suíça de Ginástica. 

Em 1942, foi membro do Conselho Técnico de Administração Municipal e secretário da ACIE, em Estrela, por muitos anos. 

Incentivou a formação de aviadores, através do Aero Clube Alto Taquari, tendo ele mesmo um Brevet de piloto. Foi presidente do Aero Clube de Estrela.

Incentivou a fundação da Associação Comercial e Industrial de Estrela, sendo seu secretário executivo por muitos anos. 

Como jornalista, foi um dos primeiros a se registrar como profissional, de acordo com a primeira lei de Imprensa do país, tendo o registro n.º 71. 

Em 1958, publicou Município de Estrela. Casou-se em 1931 com Alice Maria Ruschel, filha de José Raimundo Ruschel, e não teve filhos.

Dr. Werner Schinke é organizador do livro “Perfis de Estrela” de Rudolfo Maria Rath – Obra Póstuma, com escritos de Rath de 1940 a 1947, contendo informações de Estrela, que foram publicadas no jornal Correio do Povo.

Dr. Schinke está na fase final de organização e digitalização dos artigos publicados por Rudolfo Maria Rath, entre os anos de 1948 e 1968 no Jornal Diário de Notícias com informações de Estrela.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fotos: Acervo Airton Engster dos Santos